A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

Os Riscos

Se existem três sapos numa folha, e um deles decide pular da folha para a água, quantos sapos restam na folha?
A resposta certa é: Restam três sapos. Porque o sapo apenas decidiu pular; ele não fez isso.
Nos não somos como os sapos, muitas vezes? Que decide fazer isso, fazer aquilo, mas ao final acabamos não fazendo nada?
Na vida, temos que tomar muitas decisões. Algumas fáceis; algumas difíceis. A maior parte dos erros que cometemos não se devem a decisões erradas mais sim as indecisões. Temos que viver com as conseqüências de nossas decisões e, isto é arriscar. Tudo na vida é risco.
Rir é correr risco de parecer um tolo. . .
Chorar é correr o risco de parecer sentimental. . .
Abrir-se para alguém é arriscar-se envolvimento. . .
Expor os sentimentos é arriscar a expor-se a si mesmo. . .
Expor suas idéias e sonhos é arriscar-se a perdê-los. . .
Amar é correr o risco de não ser amado. . .
Viver é correr o risco de morrer. . .
Ter esperança é correr o risco de se decepcionar. . .
Tentar é correr o risco de falhar. . .
Os riscos precisam ser enfrentados, pois o maior fracasso da vida é não arriscar nada.
A pessoa que não arrisca nada, não faz nada, não tem nada, é nada. Ela pode evitar o sofrimento e a dor, mas não aprende, não sente, não muda, não cresce ou vive.
Presa à sua servidão, ela é uma escrava que teme a liberdade. Apenas quem arrisca é livre.
O pessimista queixa-se dos ventos. O otimista espera que mudem. O realista isça as velas.
É hora de decidirmos. . . 

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Necessidade de Uma Reforma

            É lamentável quando olhamos que muitos cristãos sabem que no dia 31 de outubro comemora-se o dia das bruxas, mas não se lembram da Reforma Protestante. Hoje, 494 anos depois da Reforma Protestante vemos uma igreja ameaçada pelos mesmos modismo daquela época, a venda de bênçãos espirituais, e a supersticiosidade religiosa.
Evangélicos hoje já não tem mais como emblema Jo 3:16 e sim Fl 4:13, distorcendo o texto para defender seus “achismos” teológicos.
O mercantilismo da idade Média que pregava venda de salvação por meio da chamada indulgência, enfrentada por Martinho Lutero, levanta-se das cinzas. Suas garras arrastam os incautos com promessas de existência cheia de benesses aqui na terra e, depois na Vida eterna.
Nos EUA há uma igreja que oferece certificado de santidade e ordena ministros pela internet. Após o preenchimento do formulário e se cadastrar no site e só ouvir a gravação de uma oração de ordenação, só esperando o certificado de ordenação chegar após o pagamento de uma taxa de 15 dólares. Também é oferecido um diploma de PhD em teologia por 105 dólares. O certificado é oferecido por 10 dólares.
Aqui no Brasil vemos várias Igrejas utilizam e vendem elementos de toques para que as pessoas alcancem bênçãos divinas. Muitos ministérios criados da noite para o dia vivem em completa histeria espiritual. Muitos tentam maquiar a ação do Espírito Santo, apresentando meios subjetivos de sucesso momentâneo, com apelos à psique, mas que não alimentam a alma. Não são poucos que tentam fazer Deus de servo, em vez de te-lo como Senhor.
Muitos usam de maneira trivial a unção, a neurótica maldição hereditária, o ensino bizarro sobre batalha espiritual, a adoração a anjos, a comercialização de suveniers abençoadores.
Infelizmente nossos púlpitos estão cada vez mais empobrecidos. Pastores animam seus auditórios com frases de efeito, contentam suas igrejas com mensagens superficiais e sem beleza. As pregações de hoje leva-nos com sua falha na interpretação das verdades bíblicas, nos levam a confundir agitação com unção, e comoção com avivamento. Faltam consistência e relevância nos assuntos tratados em muitas homilias.
Muitos pastores em nome de seu sucesso ministerial usam seus programas de rádio e televisão para atacar o outro e induzir seus fiéis a deixarem de pagar aluguem da casa, prestações de carros e da casa financiada e mandar para sustentar seus problemas, dizendo que isto é sacrificar no altar de Deus.
Precisamos resgatar o valor da cruz em nossos sermões, que a glória de Deus volte a mover o coração dos arautos do evangelho e que o amor aos perdidos traga as lágrimas de volta ao púlpito.
A pregação que frutifica, a pregação que aproveita não é aquela não é aquela que dá gosto ao ouvinte, é aquela que lhe dá pena, quando o ouvinte, a cada palavra do pregador treme, quando cada palavra do pregador é um torcedor para o coração do ouvinte, quando o ouvinte vai do culto para a casa com o coração compungido. . . esta é a pregação que produz fruto.
Vejamos algumas frases de homens que viveram a mensagem da Cruz: “Tenho passado dias e até semanas prostrado no chão, orando silenciosamente ou em voz alta”. (George Whitefield).
“Se eu tivesse mil cabeças, preferiria que todas fossem arrancadas, a vir a retratar-me. Eu me recuso a me retratar, pois minha consciência está cativa à Palavra de Deus e é perigoso ir contra a voz da consciência”. (Luter – Dieta de Worms)
            “Não usarei outro barrete senão o de Mártir envermelhado pelo meu próprio sangue (Savonalora ao rejeitar a mitra de Cardeal). Savonalora – seus sermões eram populares e incendiados. Ele exerceu enorme impacto sobre a conduta moral da vida das pessoas. Foi torturado durante 6 dias e depois consumido pelas chamas
“De bom grado vou confirmar com meu sangue a verdade sobre a qual tenho escrito”. (John Russ – na pira morrendo)
            Precisamos de homens cujo coração esteja em sintonia com os batimentos de Deus, onde a vocação fale mais que o mercantilismo moderno e que esta santa obsessão ministerial.
            Que Deus nos ajude................

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Licões do Profeta Elias

Quando olhamos para a história de Elias vemos o quanto ele se destacou como um dos profetas de maior proeminência do Antigo Testamento. Dentre as suas proezas podemos destacar o destacar o que o escritor Tiago nos diz que o ele era homem sujeito as mesmas paixões e concupiscência que nos e orou para não chover e depois para chover.
Profetizou em um período de densas trevas; era um verdadeiro caos espiritual, moral e político. Mesmo em condições adversas ele se mostrou firme ao vaticinar as verdades de Deus para o povo de sua época e efetuou grandes prodígios. Mas o que me chama a atenção deste grande homem e que após mostrar quem era o verdadeiro Deus destruindo os profetas de Baal e Asera, ele fugiu para o deserto e pediu a morte. Por que um homem como Elias caiu em um estado de crise, de abatimento e medo?
O texto bíblico nos revela três possíveis causas desta mudança de coragem para o medo. A primeira delas é que Elias deixou de viver as promessas de Deus e passou a viver as ameaças de uma mulher. Precisamos entender que não podemos querer viver a nossa vida pelo que as pessoas pensam e dizem a nosso respeito e sim confiar nas promessas de Deus e nos preocupar com o conceito que Deus tem a nosso respeito. O apóstolo Paulo nos diz que precisamos atentar para as coisas que não vemos e não para as que vemos. Reitera em sua missiva à igreja de Corinto que vivemos por fé e não por vista. Precisamos saber administrar as coisas que ouvimos, pois elas têm o poder de nos destruir ou nos fazer mais fortes.
Outro ponto a considerar é o fato de Elias nivelar a sua vida com a de outras pessoas. Ao pedir a morte Elias declara que não era melhor do que seus pais. Precisamos entender que na dinâmica da vida, no milagre da existência somos únicos e ninguém em todo o universo se parece com o outro. Quando caímos neste processo de nos equiparar com os outros começamos a nos diminuir e valorizamos demais o outro, desprezamos nossas virtudes, esquecemos             que somos únicos, perdemos os sonhos e caímos em uma crise existencial, pois achamos que somos obras do acaso. Entendamos de uma vez por todas que somos únicos no palco da vida. . .somos especiais e a coroa da criação de Deus.
Em último lugar Elias diz para Deus que ele era o único que zelava pelos preceitos divinos. Elias se via sozinho e com grande responsabilidade nos ombros. Iludiu-se e quis parar por acreditar que estava sozinho. Muitas vezes caímos no engodo ao achar que só nós sofremos, nos decepcionamos e perdemos coisas na vida. Elias estava tão preso em seus sentimentos de autocomiseração que se esqueceu que existia 7000 profetas que também estava pagando um alto preço por serem verdadeiros profetas.
Estas lições de Elias nos levam a meditar que algumas crises, desertos e cavernas de nossa vida espiritual são criadas por nós na incapacidade de lhe dar com o que ouvimos, pensamos,vemos e falamos.
Precisamos romper com os pensamentos e obstáculos que querem nos fazer parar, pois só venceremos. . . quando entendermos que as aparentes contradições da vida são oportunidades para crescer. . . quando entendermos que a grandeza não estar em nunca errar, mas sim em reconhecer o erro. . . quando soubermos canalizar as perdas em ganhos. . . quando cuidarmos mais se nossas emoções do que de nossos bens. . .quando considerarmos que a vida é o bem mais precioso que temos.



domingo, 2 de outubro de 2011

O que nos faz Pentecostal. . . ?

Analisando o livro do autor Peter Wagner, com o título “Por que Crescem os Pentecostais?”, passo a rever alguns valores e conceitos da razão de ser de uma igreja que se diz pentecostal.
A palavra pentecostal é derivada de pentecostes, uma das festas comemoradas pelo povo de Israel lembrando que o Senhor era o seu sustendador, e que na ocasião ofereciam a primícia de suas colheitas. No Novo Testamento, a festa do pentecostes passa a ter uma idéia do derramamento do Espírito Santo.
Feita esta diferenciação, vemos que a primeira e mais essencial dinâmica do crescimento pentecostal é o Poder do Espirito Santo, onde os cristãos esperam e experimentam o poder de Deus operando através deles na cura de enfermos e na expulsão de demônios, como ocorrência regular na experiência normal cristã.
O início deste passo, na concepção do autor, se da com o “Batismo no Espirito Santo”, que após ser prometido por Jesus, os discípulos  receberam-no naquele que foi o dia de Pentecostes. Esta experiência tornou-se tão normativa entre os cristãos que ate escolheram seu nome para identificá-los com o Batismo com o Espírito Santo, tendo como evidência inicial o falar em línguas.
Um outro ponto a considerar sobre os pentecostais é que eles são agressivos em sua evangelização, eles proclamam incansavelmente a mensagem da salvação, persuadindo seus amigos incrédulos a entregar suas vidas a Cristo.
Nas palavras do autor, os pentecostais são altamente voltados para a sua Igreja, e isto aumenta a sua eficácia.  A expressão “voltados para a Igreja” indicam que eles sabem que Cristo lhes ordenou a fazer discípulos, e sabem também que discípulos são feitos daqueles lá de fora, no mundo. Eles não esperam que as pessoas venham para o evangelho, eles diligentemente levam o evangelho até as pessoas.
Um outro fator visto dentro deste principio do solo fértil e o fator “redenção e elevação” que passa a operar quando as pessoas de classe baixa de convertem, pois devido a elevação de sua vida moral, começam a subir na escala social.
Enquanto o pentecostalismo mantiver contato com as massas e prosseguir assim, lançando semente em solo fértil, crescera de maneira fenomenal.
Em quarto lugar, o autor demonstra que existe uma dedicação por parte dos membros a algum tipo de ministério. Na concepção dos pentecostais latino-americanos ser cristão e trabalhar para Deus.
Este envolvimento dos membros do corpo com o trabalho do corpo ficou cunhado como “Vida do Corpo”. Este vocábulo descreve a maneira sucinta o ensino de I Corintios 12, onde Cristo e a cabeça e todos os cristãos são os membros do corpo que recebem um dom especial para exercer no ministério. Algumas reverberações positivas que aconteceram com o envolvimento dos membros neste trabalho e que as barreiras existentes entre o clero e o laicato diminuem e a não profissionalização do clero.
A partir destes tópicos, convido-vos a meditar sobre o que representa ser pentecostal nesta sociedade mercantilista e capitalista. É hora de acordarmos e voltarmos para os princípios deixados pelos nossos pioneiros.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Reflexões sobre o Sagrado e o Profano

O Sagrado e o profano revelam o mais auto teor da religião, pois coexistem e são dependentes. O profano nada mais é do que aquele que está fora da religião, naturalmente; o sagrado é aquele que está inserido no seio religioso.
Os homens motivados pelo desejo de transcendência e no sentimento da espiritualidade criaram as religiões para explicarem a realidade, a vida e a morte. A história revela enésimas religiões e cada uma delas com a sua noção de sagrado e profano, vejamos:
Islamismo – considera Maomé o último dos profetas e que somente as mensagens transmitida a ele por Deus permanece intacta.
Budismo – inspirado nos ensinamentos de Buda, considera sagrado tudo aquilo que visa à realização plena da natureza humana e a criação de uma sociedade perfeita.
Xintoísmo – tem como sagrado os espíritos dos antepassados que são como deuses tutelares da família ou do país, por isso os ritos fúnebres são importantes.
Religião Egípcia – consideravam sagrado todos aqueles que adorassem a figura de deuses em forma de animais.
Religião Grega – orgulhavam-se de seus deuses que tinham atributos humanos, desde Dionísio (deus do prazer), ao rigoroso ascetismo dos que buscavam a purificação.
Religiões Orientais – considerado sagrado todos aqueles que crêem na encarnação e na evolução espiritual por meio de um esforço íntimo, que inclui meditação e controle dos impulsos e emoções.
Judaísmo – Consideram sagrado a Torah e seus muitos elementos.
Cristianismo – o sagrado se caracteriza com todas as coisas pertinentes a Deus, suas instituições, sua revelação, códigos e leis e verdades absolutas.
Houve um período na história que o sagrado se tornou profano e vice-versa, isto na visão cristã e bíblica. Quando nós olhamos para algumas igrejas do tempo de Paulo vemos que muitos cristãos tinham dificuldade de discernir a questão do sagrado e do profano, pois a presença de sexo dança e bebida nos cultos pagãos se deve ao fato de que a diversão era uma forma adequada de cultuar, segundo os padrões daquela religião. Nesta época a união dos dois era muito comum.
Para Edmun Burke, em seu livro Uma Investigação Filosófica sobre a Origem de Nossas Idéias do Sublime e do Belo, é preciso atentar para a perda da noção da sublimidade de Deus, na medida em que Deus era visto como uma idéia a ser apreendida. O mesmo ocorre quando a religião é reduzida a uma simples manifestação cultural, a sublimidade divina repousa no pensamento de que Deus é um Ser majestoso separado do mundo e impossível de se igualar ao mundo, mesmo tendo Se feito carne.
Diante de tal quadro panorâmico sobre algumas religiões, o que vemos é que o sagrado e profano é ditado por cada religião. Isto nos leva a crer que o sagrado de uma religião serve de base para mensurar o valor sagrado de outra religião.
O falso conceito entre estes dois pólos trouxe sérias conseqüências na história da Igreja, pois cada facção religiosa queria defender seu próprio terreno e com isto começou a chancelar sua fé através de mortes e chacinas. Enquanto não soubermos dissociarmos estas duas palavras, nossa religião não passará de uma mera cultura que deve ser transmitida de geração a geração sem saber o verdadeiro valor e sua essência para a vida das pessoas.
Precisamos de menos religiosidade e mais vida com Deus.

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Aprendendo com os erros de Sansão

Verificando o presente século, deparo-me com pessoas que vivem na expectativa do cumprimento das promessas de Deus. Indubitavelmente, somos uma geração de grandes promessas e onde existe uma grande expectativa das pessoas sobre as nossas vidas.
Em nossa caminhada cristã, encontramos pessoas caídas à beira da estrada decepcionados com as promessas que ainda não se cumpriram; outras murmurando dizendo que Deus não cumpriu as promessas, existem aqueles que se prostraram e não tem mais força para caminhar, pois suas esperanças estão a se esgotarem. Também encontramos um grupo que vive a vida sem compromissos, escusando tais vivências em uma interpretação errada do texto escrito por Paulo a Timóteo que diz: “Deus é fiel, ainda que sejamos infiéis, pois Ele não pode negar a si mesmo”(II Tm 2:13).
Em nossos cânticos de adoração existe uma ênfase sobre promessas e seu cumprimento nos quais transcreverei alguns trechos: “Quem tem promessas não morre...”; “Deus vai cumprir tudo o que te prometeu...”. Estas são apenas algumas das enésimas frases contidas em nossos louvores e muitas pessoas acham que as promessas de Deus independem de nosso comprometimento com Ele e sua obra.
Para ratificar tal afirmativa, convido-vos a meditar sobre um personagem bíblico que com certeza tem muito a nos ensinar, pois sua vida levar-nos-á a meditar não somente nas promessas de Deus, mas principalmente com a maneira que nos portamos diante destas promessas. Estou falando de Sansão, o homem mais forte que a historia nos legou.
Um primeiro momento da vida de Sansão foi que ele andou por aquilo que  via. É perigoso quando a nossa visão natural, física e material ofusca as visões espirituais e as promessas de Deus em nossa vida. Precisamos entender que a nossa visão é limitada ao presente e às circunstâncias. A visão de Deus em nossa vida excede as barreiras do tempo, Deus vê coisas que nós não conseguimos ver. Não podemos comprometer os céus por uma necessidade passageira.
Sansão nos deixa outra lição preciosa ao viver de maneira leviana o chamado e a vocação que tinha. É impressionante ver as companhias de Sansão, as quebras do voto de nazireu e a vida descompromissada que levava. Confiava nas promessas, mas não andava como digno de sua vocação. Existem pessoas que a exemplo de Sansão confia nas promessas, mas não busca viver uma vida digna diante de Deus e nem dos homens. Infelizmente Sansão não se conscientizou de sua missão, amava mais o título de juiz do que sua missão, amava os dons de Deus, mas não seu Deus.
Em último lugar, Sansão nos mostra que não podemos mudar o nosso passado, mas podemos escrever um futuro melhor. Infelizmente, todas as escolhas e o viver leviano de Sansão o levara a experimentar a escravidão, perder o grande amor de sua vida (Dalila), seus olhos e sua família. Apesar de não ter deixado descendência Sansão se voltou para Deus nos últimos instantes de sua vida e cumpriu o desígnio pelo qual Deus havia estabelecido. Morreu de maneira prematura, junto com seus inimigos e sem honras de estado, pois ele era juiz.
Que venhamos aprender com os erros e acertos deste homem, e assim, desfrutaremos das plenitudes das promessas de Deus. Sabendo que a maior promessa que temos não são as conquistas e os títulos terrenos e eclesiásticos, mas sim a promessa de morar no céu  por toda a eternidade com Cristo.
Que Deus nos ajude. . .

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Conselhos de Charles Finney aos Pregadores

            Charles Finney (1792-1875), foi um dos grandes avivalistas que o mundo já conheceu, com sua simplicidade e uma vida cheia do Espírito Santo, milhares de pessoas foram impactadas com a pregação do evangelho e se converteram. Muitos estádios de futebol, lupanores e teatros foram fechados, pois o povo só queria viver no poder de Deus.            Indubitavelmente, precisamos rever o teor de nossas prédicas, pois hoje temos muitos pregadores e pouca verdade, muitos que se dizem profetas e pouca profecia, muitos pseudo avivamentos e pouca mudança de lágrima, muito carisma (dons) e pouco caráter.
            Baseado nesta crise que vemos, quero apenas transcrever alguns conselhos de Finney para pregadores, baseado no texto de I Tm 4:16: “Tem cuidado de ti mesmo e da doutrina, persevera nestas coisas, pois fazendo isto salvarás a ti mesmo e aos que te ouvem”.
Em sua simplicidade, Finney disse: “Não vou pregar a pregadores, apenas transcrever algo para que possa apossar da salvação”.
1- Cuida em ler a vocação, não apenas da cabeça, mas do coração, para empreenderes a pregação do evangelho. Com isso quero dizer: sê cordial e intensamente inclinado a buscar a salvação de almas como a grande missão da tua vida; e não empreendas aquilo a que teu coração não te impelir;
2- Mantém constantemente a comunhão íntima com Deus;
3- Guarda-te puro  em propósito, em pensamento, em sentimento, em palavras e em ações;
4- Contempla a culpa dos pecadores e o perigo que correm, para que se intensifique teu zelo pela sua salvação;
5- Também pondera profundamente e demora-te diante do infinito amor e compaixão de Cristo por eles;
6- Ama-os de tal modo a estares pronto a morrer por eles;
7- Dedica os esforços da tua mente ao estudo de meios e modos de salvá-los;
8- Faze disso o grande e intensivo estudo da tua vida;
9- Recusa-te a ser desviado dessa obra. Guarda-te contra toda tentação que arrefeça teu interesse nela;
10- Tem cuidado de ensiná-los não só por preceito, mas também pelo exemplo. Pratica tu mesmo o que pregas;
11- Passa muito tempo, diariamente pela manhã e à noite, em oração e comunhão direta com Deus. Isso te trará poder para a salvação. Não há erudição nem estudo que compense a perda dessa comunhão. Se deixares de manter comunhão com Deus, "te enfraquecerás e serás como qualquer outro homem";
12- Na escolha e no tratamento dos textos para teus sermões, procura sempre a orientação direta do Espírito Santo;
13- Que todos os teus sermões sejam do coração e não apenas da cabeça;
14- Entrega-te à oração sempre que fores pregar, e vai do aposento para o púlpito com os gemidos íntimos do Espírito procurando expressão nos teus lábios;
15- Não deixes nunca que a tua popularidade com o povo tenha influência sobre a tua pregação;
16- Não deixes nunca que a questão de salário te detenha de "declarar todo o conselho de Deus", "quer ouçam quer deixem de ouvir";
17- Serve ao povo com amor e anima-os a retribuir, não com o equivalente em dinheiro, mas com a retribuição do amor, que proporcionará refrigério tanto a ti como a eles;
18- Repele toda proposta para angariar fundos para ti ou para o trabalho da igreja junto a homens mundanos, embora sejam solícitos;
19- Repele as festas e reuniões sociais dispersivas, principalmente nas épocas mais favoráveis a esforços unidos para a conversão de almas a Cristo. Podes estar certo de que o diabo procurará desviar-te nessa direção. Quando estiveres orando e planejando um avivamento da obra de Deus, alguns mundanos da igreja te convidarão a uma festa. Não vás, pois se fores, terás uma série de festas, que virão anular as tuas orações;
20- Não te deixes enganar: o teu poder espiritual perante o povo nunca crescerá pela aceitação de tais convites em tais épocas. Se a ocasião é boa para festas, porque o povo está folgado, também é boa para reuniões religiosas, e tua influência deve ser aplicada para atrair o povo à casa de Deus;
20- Cuida em conhecer pessoalmente e viver diariamente a pessoa de Cristo.
Existem outras, mas acredito que estes 20 conselhos nos fará refletir sobre nossa vocação. Precisamos de vocacionados 

quarta-feira, 31 de agosto de 2011


Os Cursos de Teologia e a formação pastoral...

Vivemos em uma época marcada por profundas mudanças, onde as informações estão a todo instante ao alcance dos aprendizes. Vivemos a era da informática e descobertas tecnológicas, época das praticidades e ensino à distância. Todas estas descobertas e informações ao alcance de todos nos revelam duas coisas; a primeira é que tudo isto não é sinônimo de conhecimento, e em, segundo lugar é que as faculdades e professores não são mais detentores do conhecimento como antes era imaginado.
Para se adequar às novas exigências nesta aldeia global, os docentes não serão substituídos pelas novas tecnologias, mas podem ficar deslocados no novo panorama. Nesta sociedade de informação, os professores devem informar mais e melhor, pois se tornarão mediadores que orientam, estabelecem critérios, sugerem, sabem integrar a informação dispersa aos demais.
Ao citar Carl Rogers, Rubem Alves(2010), diz  que o ser humano tem um potencial para aprender, e que nesta nova proposta educacional o professor e o aluno são co-responsáveis pela aprendizagem.
Diante de tais pressupostos, Moraes (2000), considerando esse mundo socioeconômico e cultural, indaga: ...que espécie de currículo deveremos ter na escola para enfrentar esse desafio? De quais características da modernidade e do currículo moderno, deveremos livrar-nos a fim de fazer com que a escola consiga se alinhar aos novos tempos? O que conservar? Quais modismos evitar? [...] Quais valores, práticas e identidades são, em princípio, dignos de respeito e por quê? (2000, p.215).
Para que os núcleos educandários venham obter êxito em seu papel de formar cidadãos, preme que os currículos abarquem as realidades sociais e culturais para que os acadêmicos tenham uma visão crítica da realidade que o cerca, pois nesta sociedade de filosofias pós-moderna existe uma influência considerável no que tange ao sociológico trazendo como conseqüências a secularização, privatização e a pluralização que alteraram e esvaziaram três pilastras da sociedade: o convívio, as relações humanas e a percepção da ética.
Sobre isto, Nóvoa (1999) chama a atenção para a necessidade de se implementarem ações de formação articuladas com a prática pedagógica, estabelecendo a relação teoria e reflexão sobre a prática. Investir na formação continuada do professor dentro do seu ambiente de trabalho reflete um movimento que busca compreender a formação como processo reflexivo e justifica-se na medida em que “os problemas da prática profissional docente não são meramente instrumentais; todos eles comportam situações problemáticas que obrigam a decisões num terreno de grande complexidade, incerteza, singularidade e de conflito de valores” (SCHÖN, apud NÓVOA, 1992, p. 27).
Dentre todas as possibilidades de análise é importante perceber que o currículo está à serviço da sociedade e portanto deve responder à concretização dos fins sociais e culturais, próprios da educação escolarizada. Nesse sentido trata-se de um tema controvertido e ideológico, de difícil concretização em um modelo teórico ou proposição simples.
Falando de currículo, quero abarcar sobre algumas mudanças que houve em alguns cursos de Teologia devido aos novos desafios. O curso agora tem apenas 3 (três) anos, tempo considerado pouco para assimilação dos conteúdos essenciais para a formação pastoral e teológica, tendo em vista atuar em uma sociedade eclética, marcada pelo ecumenismo é várias questões de cunho moral e ético.
Outro ponto a considerar é a inexistência das matérias de Evangelismo e Missões, Teologia Pastoral, Teologia da Adoração e Capelania Hospitalar. Lembrando do que expôs Moraes no terceiro parágrafo percebemos que o intuito deste currículo está mais em formar pensadores e críticos do que sacerdotes para o exercício de sua vocação. Este currículo prima pelo profissionalismo pastoral e não pela vocação pastoral.
Não podemos esquecer que o currículo revela um roteiro, mas não pode ser um fim em si mesmo, pois o currículo não é algo estático, mas ocorre por meio das condições que encontra ao entrar em contato com a cultura, ele se traduz na forma de ter acesso ao conhecimento de maneira dinâmica.
Outra deficiência do currículo em questão está na ausência da matéria de Seitas e Heresias que tem por objetivo fornecer detalhes sobre as principais religiões do mundo e seus pontos de divergências. Apesar de estarmos inseridos em um ambiente plurarista e relativista, um pretendente a vocação pastoral precisa estar apto a fazer frente as principais religiões, seitas e heresias.
O processo de ensino-aprendizagem não ocorre sem os conteúdos culturais, as propostas de educação devem tratar necessariamente desses conteúdos e explicitar o referente curricular, pois todo modelo educativo é uma opção cultural determinada. Uma proposta pedagógica que deixe de lado esses conteúdos, influenciada pelo psicologismo como no modelo progressista, de alguma maneira perde o elo necessário entre escola e sociedade.
Ao finalizar esta reflexão, é necessário ter em mente as necessidades pelo qual estamos estabelecendo determinados currículos e levar em conta tanto as influências presentes na determinação de seus conteúdos quanto às práticas pedagógicas nas quais se concretiza.