A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

quarta-feira, 23 de março de 2011

O Cristão e a Filosofia


Quando falamos deste assunto, uma das perguntas nevrálgicas é sobre a utilidade da filosofia  para o cristão no mundo hodierno. Para isso, faz-se jus concentrar a atenção em algumas questões no que tange às lições aprendidas no passado.
Ao analisarmos a história, verificamos o caráter incompleto dos sistemas filosóficos, sendo assim, seria um erro adotarmos um só grupo de idéias filosóficas ao ponto de excluir as demais. Temos que ter um olhar mais crítico em nossa avaliação de todas elas.
Um outro perigo é de se aliar a fé cristã por demais estritamente com qualquer sistema filosófico individual. Tal perigo, tem pelo menos dois aspectos. De um lado, a fé cristã precisa ser manipulada para fazê-la encaixar-se. Por outro lado, quando alguma falha é detectada no sistema, dá-se a impressão de que a fé cristã deve entrar em colapso juntamente com o sistema com a qual fora ligada.
Por mais que seja repulsado, sempre tem havido uma pessoa ou outra que tem procurado trazer de volta a teologia natural. Sobre a teologia natural, cinco pontos devem ser observados. (1) Os argumentos racionalistas tradicionais para a existência de Deus não são convincentes. (2) A teologia natural abriu a porta a todos os tipos de especulações que tiveram o efeito de obscurecer o evangelho cristão. (3)  A teologia natural no sentido de um conhecimento coerente de Deus e seu relacionamento com o mundo sem apelar à revelação cristã é um beco sem saída. (4) Seria interessante investigar com mais detalhes o argumento em prol de um novo tipo de teologia natural à luz do conceito de Van Til e Shaeffer que dizem que o universo em geral e a vida humana em particular têm verdadeiro sentido somente segundo as premissas cristãs. (5)  é suposto que a filosofia da religião  cristã fosse sinônimo da teologia natural, mas permanece a possibilidade de que a filosofia da religião cristã deve ser elaborada na base da revelação cristã e na experiência de Deus do cristão praticamente.
Um outro fator a ser observado e a revelação e a história. Devemos olhar a revelação como autodivulgação relevante de Deus e que o lugar exato principal é a experiência pessoal de Deus em Cristo, interpretada pela palavra de Deus nas Escrituras. A questão da revelação é um ponto nevrálgico para a fé cristã e por isso requer uma investigação mais rigorosa.
A necessidade desta investigação leva-nos a entender o valor tríplice da filosofia para a cristandade. Vejamos:
Em primeiro lugar a filosofia  é como uma forma de exercício intelectual. A filosofia sempre procura saber “o que é?”. A partir desta pergunta começa a formar certos argumentos. Temos que entender que tal exercício não se constitui um fim em si mesmo, mas um meio para atingir maior capacidade naquilo que se propõe.
O estudo da história da filosofia, em segundo lugar, deve ser visto como um exercício de navegação. Este estudo ajuda as pessoas a se: 1) localizarem e saberem onde estão; 2) para aonde as idéias do conhecimento nos levará; 3) ajudar a ver o cristianismo em perspectivas diferentes.
Em último lugar, precisamos entender que é com esta questão de validade que a filosofia da religião se ocupa, e que dá a matéria, a sua importância. Dentro deste tópico, temos que fazer a diferenciação entre forma e conteúdo. A forma, por sua vez,  investiga o ensino da Bíblia à luz das suas origens históricas, enquanto que o conteúdo procura jungir os diferentes fios dos ensinos bíblicos  para nos ajudar a decidir qual é o conceito bíblico desta ou daquela questão na sua totalidade.
Stott, em seu livro “Crer é também Pensar” nos mostra que existe uma razão em nossa fé, não é uma fé cega, alicerçada em inverdades, mas que tem um apoio na verdade, aquela verdade que é a essência absoluta das coisas. Quando somos contestados e confrontados pela razão da nossa fé, temos a oportunidade de crescermos em argumentos, opiniões e na fé. O apóstolo Pedro nos disse que devemos estar preparados para responder qualquer um sobre a esperança que habita em vós (I Pe 3:15).

Em sua forma, a filosofia da religião procura aquilatar os prós e os contras, levando-nos a examinar a própria fé cristã para vermos a sua veracidade. Porém, o seu conteúdo é o nosso relacionamento com Deus. Diante disso, concluímos que a tarefa mestra da filosofia da religião é a análise descritiva e crítica do ato, do conteúdo e das pressuposições da crença.

sexta-feira, 18 de março de 2011

Moisés – Um exemplo para os vocacionados hodiernos

Agora, pois, vem e eu te enviarei a Faraó, para que tire do Egito, o meu povo, os Filhos de Israel. 
Ex 3:10.

Sem dúvida, o personagem desta história, Moisés, nos traz lições valiosíssimas no que tange a obra missionária. Vivemos em uma época em que as pessoas estão à cata de fórmulas mágicas para o sucesso em seus negócios e infelizmente esta gana tem assolado os nossos arraiais. Muitos pastores e candidatos aos campos missionários têm caído no engodo misturando sucesso com triunfo, vocação com profissão e influência eclesiástica para se beneficiar no âmbito político.
No meio desta sociedade em que alguns valores éticos e morais foram substituídos por apadrinhamentos, arte de oratória e a ética situacional, urge olharmos para a Bíblia e buscarmos como referenciais alguns personagens que mudaram a vida de um povo e a história de uma nação.
A perícope em análise nos mostra algumas atitudes que devem nortear a vida daqueles que sentem pulsando a chamada de Deus.
Um dos pontos a considerar é o verbo usado por Deus ao falar com Moisés; “vem”. Este verbo que exprime uma ação nos mostra que Deus exige uma atitude, uma decisão do ser humano em relação a aceitar ao seu chamado. O escritor aos Hebreus chegou a dizer que Moisés recusou ser chamado filho da filha de Faraó, escolhendo ser maltratado com o povo de Deus do que por um momento sentir o gozo do pecado. Moisés teve que tomar uma decisão. Decisão entre o palácio e o chamado, entre uma estabilidade e a instabilidade, escolher em andar por vista ou por fé.
A nossa vida é feita de escolhas. Diuturnamente temos que tomar decisões, algumas difíceis, outras fáceis, mas são escolhas e elas determinarão quem seremos e onde chegaremos. É muito cômodo escolhermos aquilo que vai nos trazer conforto, mormente em um mundo que prega o capitalismo, materialismo e pragmatismo como meio de alcançarmos nossos objetivos.
Precisamos entender que quem rege a nossa vida é o Senhor Deus e Ele sabe o que é melhor para nós. Sabe cada detalhe de nossos sonhos, Ele conhece a nossa estrutura e sabe que somos frágeis.
Saber lhe dar com uma chamada é muitas vezes singrar em um oceano de dilemas, conflitos, crises e provações. Moisés se tornou um exemplo de líder por que soube tomar as escolhas certas. Teve sensibilidade suficiente para que diante de tantas vozes discernir aquela que lhe levasse a cumprir o propósito de Deus em sua vida.
Outro ponto relevante da saga de Moises foi o fato de Deus o enviar. Moisés não foi como um aventureiro, não foi sem amparo ou por paixão que se apaga diante das vicissitudes. Deus enviou e isto faz toda a diferença. Ele aprendeu a viver na dependência de Deus esperando seu tempo e suas provisões. Infelizmente encontramos muitas pessoas com chamada, mas não foram enviados por Deus, não quiseram esperar o tempo e queimaram etapas.
No livro de provérbios tem um conselho que nos fala: “aquele que toma a sua herança apressadamente o seu fim não será bom”. O que vai fazer a diferença em nosso ministério é o fato de estarmos no centro da vontade de Deus. Precisamos calar quando Deus calar, parar quando Ele parar, ir quando Ele mandar ir.
Quando se fala de envio de missionários existe uma série de fatores a considerar, uma deles está no fato de ter sido chamado por Deus, outra consiste no tempo e também o lugar a ser enviado. Saber esperar o tempo de Deus não é tarefa fácil, pois experimentamos as incertezas e muitos dilemas.
O grande missionário da igreja primitiva, Paulo soube esperar o tempo necessário. Em At 13 encontramos que o Espírito disse para que Paulo e Barnabé fossem separados para a obra do ministério, mas eles só foram enviados em comum acordo com a igreja e liderança, que após terem orado, os despediram. Que possamos esperar com paciência o momento de Deus em nossa vida e sermos enviado sobre as bênçãos de Deus, de nossa liderança para sermos o representante dos mesmos e fazermos a diferença.
Em terceiro lugar vemos que Moisés tinha uma missão e foi obediente a esta visão. A Missão era ir a Faraó e libertar o povo da escravidão dos egípcios. Diante de desculpas que aparentemente tinha nexo, das dificuldades e do grande desafio que estava diante dele, ele aceitou a missão e foi até o fim. Em tudo ele fez como o Senhor o ordenara, vivera uma vida digna de ter comunhão com o Eterno, o qual falara face a face, como quem fala com um amigo. Paulo disse que não havia sido desobediente a visão celestial, e por isso pode dizer no fim de sua saga: “Combati o bom combati, acabei a carreira e guardei a fé”.
Estes homens alcançaram louvor divino e da história, pois diante de tantos embates, eles não perderam a visão. Quando perdemos a visão que Deus nos deu passamos a viver sem sentido, tateando ministerialmente e onde chegamos é lucro.
Que a exemplo de homens e heróis sagrados vemos olhar para o autor e consumador da nossa fé; que nossos olhos vêm estar fitos no Senhor que livrará os nossos pés da morte.
Que Deus nos ajude a manter o foco e a chama da divina vocação. Que não deixemos a chama que existe em nós apagar, pois outros podem morrer de frio.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Missionários que Deixam Saudade


          Saudade. . . é mais fácil sentir do que explicar. É um sentimento vazio pela ausência de alguém ou de alguma circunstância que deveria estar “aqui e agora”, e não “lá e então” distante, no doce recanto cativo da memória. Quem são esses missionários que deixam saudades? Cada um de nós tem sua própria lista. A questão é, por que eles deixam saudade? A partir da investigação histórica de missionários encontramos na Bíblia um dos que com certeza promove saudade em nossos corações e serve como inspiração para os hodiernos. Em Atos vemos um missionário por nome de Paulo, homem que Deus usou tremendamente na propalação do Evangelho. Paulo era um homem que tinha visão missionária, ele não apenas falava de missões, mas sim a vivia profundamente.
          Paulo, como ele mesmo se expressa em Rm 15:20 “Sempre fiz questão de pregar o Evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro” (NVI), gostava de anunciar o Evangelho às partes mais remotas da terra e sempre visava os lugares de densas trevas espirituais. Neste intento empreendeu e realizou três viagens missionárias passando por Antioquia da Psídia, Listra, Trôade, Filipos e Tessalônica que foram colônias romanas ligadas entre si por estradas romanas; também passou por Pafos, Atenas, Corinto que eram as capitais de Chipre, Ática e Acaia, que por conseguinte, eram centros da administração romana; passou também por cidades como Salamina, Atália, Pérgamo, Neápolis, Éfeso e Cencréia que eram cidades portuárias. Missões se faz muito mais fazendo do que simplesmente falando. Ralph W. Emerson pode-se expressar da seguinte maneira: “As pessoas podem duvidar do que você diz, mas acreditarão sempre naquilo que você faz”. O que realmente dará vida nas nossas palavras e até mesmo fortificará nossa teologia e nossa crença são nossas atitudes.
          Paulo tinha estratégias missionárias objetivando espalhar o Evangelho o mais rapidamente possível. Atrevo-me a dizer que se Paulo vivesse em nosso tempo ele empreenderia viagens missionárias nos países que fazem parte da janela 10/40, pois lá se concentra 2/3 da população mulçumana e que precisa prementemente ser alcançada com o Evangelho do Senhor. Lá se encontra a maior resistência hoje para o avanço missionário, apesar de apenas 3% dos missionários estarem lá, muitos dos missionários têm se tornado mártires do Evangelho, lugar onde a Igreja é perseguida e sofre as maiores hostilidades por amor a Cristo. Que Deus levante homens do calibre de Paulo que possam dizer como o próprio Apóstolo se expressou: “Agora, compelido pelo Espírito, estou indo para Jerusalém, sem saber o que me acontecerá ali. Só sei que, em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me esperam. Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a minha corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar o Evangelho da Graça de Deus” (At 15:22-24).
         Um outro personagem que deixou o seu nome no rol daqueles que deixam saudade é o Evangelista Felipe. São poucas vezes que a Bíblia faz menção ao nome de Felipe, mas com certeza alguns de seus atos ficaram registrados na história para servir de inspiração e lição para a geração vindoura. De todos os atos que ele fez o que mais me chama atenção é sua serenidade e sensibilidade para ouvir a voz de Deus e obedecê-la. Ao receber a ordem de ir para a estrada deserta que desce de Jerusalém para Gaza, a Bíblia descreve que ele se levantou e partiu. Não hesitou, não ficou dando tempo ao tempo nem tão pouco procrastinou e sim atendeu prontamente. Deus quando nos fala é porque ele tem urgência e pressa em realizar a sua obra. Quando Deus pede algo de nós, por mais absurdo que seja, temos que ter em mente que Deus sabe o que faz e tem desígnios a realizar. O que Felipe faria em uma estrada deserta? Na cidade tinha pessoas que precisava escutar, no entanto, Deus o enviou para um lugar deserto, e lá no deserto Deus tinha um propósito com ele. Naquele lugar tão ermo tinha um oficial da rainha de Candace que precisava ouvir o Evangelho salvífico. É necessário entender que Missões se faz onde existe pecador, por que onde existe um pecador, também existe um campo missionário. Campo missionário não é somente onde existe grande quantidade de perdidos, mas sim onde existe um perdido. Precisamos está sintonizados com Deus para ouvirmos sua voz e obedecê-la na íntegra. A voz de Deus nos levará a conquistar este mundo para Cristo.
         Um terceiro protagonista na história bíblica de Missões que nos legou um quesito missionário é Estevão. Apesar de seu ministério curto e um fim trágico; podemos extrair deste que é o primeiro mártir registrado em Atos dos Apóstolos características que realmente mexe conosco. O que me chama a atenção na vida de Estevão é que quando Lucas faz referência a ele diz o seguinte: “Elegeram Estevão homem cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6:5). Vejam bem, Estevão era um diácono, e as duas características marcantes que encontramos é cheio de fé e do Espírito Santo. Quero me ater apenas na questão de ser um homem de fé. A fé deste homem o levou até as ultimas conseqüências, até mesmo a se tornar um mártir por amor àquilo que ele cria. No versículo 8 do capítulo em questão, encontramos que Estevão cheio de fé fazia sinais e prodígios entre o povo. A fé é uma característica imprescindível para a vida de um missionário. Que os missionários e até mesmo os candidatos a missionários possam entender o quanto precisam ter uma fé inabalável no Deus que servimos, pois a fé fará a diferença em nosso ministério e é uma arma poderosa para destruir o império das trevas e implantar o reino de Deus.
         Vemos aqui exemplos de três homens que não escolhi mencioná-los por mero acaso, mas sim propositalmente, pois vejo mais do que homens; vejo exemplos de situações e circunstâncias. Paulo foi o tipo de missionário transcultural, estava sempre indo além mar, ampliando horizontes no que tange a divulgação do Evangelho de Cristo. Felipe é o tipo do missionário que age em seu Estado e, que sintonizado à voz divina executa a missão com excelência. Estevão nos mostra que mesmo quando as circunstâncias nos são adversas, até mesmo quando corremos o risco de perder a vida devemos ser testemunhas do Senhor Jesus Cristo.
          Graças a Deus pelos missionários que deixaram saudade e pelos que ainda deixarão. Eles realizaram ou realizam seu trabalho sem a preocupação com os aplausos humanos, pois o fazem como para o Senhor e não para os homens. Queridos missionários, a vocês que tem dado a vida pela causa do Evangelho de Cristo, nossa sincera gratidão e apreço. Que o Senhor te fortaleça e te ilumine. . .sabendo sempre: “Quão formosos os pés dos que anunciam a paz e as boas Novas”.

quarta-feira, 2 de março de 2011

TEOLOGIA DO AMÉM
           
Vivemos numa época marcada pelo secularismo e liberalismo, caracterizando a pós-modernidade; época esta de muitos desafios à fé cristã. Momento este em que as palavras parecem perder seu real valor. Tempos onde existe uma inversão de valores; confunde-se vocação com profissionalismo, emocionalismo com poder de Deus e crescimento com aprovação de Deus.
  Infelizmente, tais pensamentos têm chegado até mesmo em nossos arraiais eclesiásticos. Temos visto muitas vezes pessoas proferirem a palavra amém sem saber realmente seu significado e suas implicações. Às vezes em um testemunho ou ate mesmo durante as pregações vemos as pessoas dizendo amém no momento não apropriado. Observando estes acontecimentos faz-se jus resgatarmos o valor desta palavra que é de suma importância para uma vida piedosa com Deus.
Na Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia de Champlin, observamos o seguinte conceito: Amém é uma palavra de origem hebraica, cujo significado é “verdadeiro, digno de confiança, ser estabelecido, ser fiel, estar firme”. O Dicionário da Língua Portuguesa apresenta a seguinte definição: Amém é uma palavra de ordem litúrgica que indica perfeita concordância com um artigo de fé.
            Ao examinamos o uso da palavra amém no Antigo Testamento, descobrimos que o termo é usado basicamente de três maneiras. Um dos usos é a forma pela qual as pessoas “confirmam a validade de um juramento e declaram-se dispostos para enfrentar suas conseqüências”. Um dos exemplos são os doze juramentos de Dt  27:15-26. Neste texto, o povo está dizendo sim para Deus concordando com a bênção ou maldição que seriam lançadas ao povo de acordo com seu viver cotidiano em observância à suas leis.
            Um segundo sentido para a palavra amém está no contexto de louvor. Nos salmos as palavras amém foram usadas nas doxologias que concluem cada um dos primeiros hinos. Três delas usam o duplo amém. Vejamos: “Louvado seja o Senhor, o Deus de Israel, de eternidade a eternidade! Amém, amém”( Sl 41:13); “Bendito seja o seu glorioso nome para sempre; encha-se toda a terra de sua glória. Amém e amém” (Sl 72:19); “ Bendito seja o Senhor para a sempre! Amém e amém” (Sl 89:52). Em todas estas passagens as palavras Amém estão corroborando as verdades contidas nos versos. Quando Israel cantava estes cânticos, sempre enfatizavam a palavra amém. Em terceiro lugar pode ser usado para exprimir aquiescência à oração feita por outrem (I Rs 1:36).
            No Novo Testamento é empregado um vocábulo grego para indicar algo asseverativo como: “verdadeiramente, assim seja ou na verdade”. O uso mais esperado da palavra amém aparece na conclusão da maravilhosa doxologia de Paulo sobre a sabedoria de Deus em Rm 11:33-36: “... a Ele, pois, a glória eternamente. Amém!”. Novamente vemos a palavra amém reforçando todo o pensamento de Paulo em seu hino de louvor.
            Esta palavra foi proferida por Jesus nos Evangelhos cerca de 54 vezes, só no Evangelho de João aparece 25 vezes.
            Encontramos também a palavra amém de maneira proeminente no livro de Apocalipse. O amém é usado em passagens que concedem forte confirmação á verdade da volta do Senhor (1:7; 22:20); em contextos de louvor (1:6); e em passagens de adoração exuberante (5:14; 19:4). Em uma situação, o amém é usado como título do nosso Senhor Jesus em sua carta para a Igreja de Laodicéia: “Assim diz o Amém, a testemunha fiel e verdadeira, o princípio da criação de Deus”. Quando Jesus se apresenta como o Amém, Ele mostra a validade da mensagem cristã, a validade do pacto de Deus com os homens e a sua fidelidade ás promessas. Ele estava dizendo: “Assim diz aquele que É e será”.
            Robert G. Rayburn nos fornece a seguinte síntese: “Dizer amém para Deus implica uma submissão para aceitar a vontade de Deus e comprometer-se com o propósito dEle. Dizer amém, significa que estamos nos colocando a disposição de Deus como oferta máxima a Ele dedicada”.
Agora que conhecemos algumas implicações desta palavra, é de nossa responsabilidade assumirmos uma postura de adoradores conscientes diante de Deus. Não nos esqueçamos que na realidade, dizer amém é dizer sim para Deus e aceitarmos a sua vontade em nossas vidas. Deus espera de nós um culto racional (Rm 12); uma entrega consciente e um coração voluntário que venha contribuir para a expansão de seu Reino.
Glória Somente a Deus. . .