A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012


Aprendendo com os Animais

             
A sabedoria não está em descobrir coisas novas, e sim em observar as coisas do nosso cotidiano e ao derredor e delas extrair lições para as nossas vidas. Salomão, o homem mais sábio que já existiu, ao falar da formiga nos exortou a observar as suas obras e sermos sábios. Disse também sobre alguns animais que compensam a sua pequenez e fragilidade com a sua engenhosidade de cooperação, como as formigas e os gafanhotos.
              Dentro desta ótica e analisando sobre o mundo animal me encanto com a águia, pois esta é leal ao seu parceiro durante toda a vida. A sociedade hodierna, com todas as transformações ridiculariza o que é certo, verdadeiro e leal, pois vivem pelo prazer. Quantas famílias tem sido destruída por que não existe mais a lealdade entre os consortes. Quantos filhos com problemas psicológicos, pois até hoje não conseguiram lhe dar com a dor da separação. Vamos aprender com a águia, que mesmo diante dos problemas, de seus vôos altaneiros e de sua capacidade de superação ela mantém o vínculo com seu parceiro.
Um outro animal que me chama a atenção é a cobra cascavel, um animal peçonhento e um predador selvagem, mas quando em briga com os da sua espécie não destila o seu veneno. Ao lutarem entre si, evitam picar-se mutuamente, pois não são imunes ao seu veneno e podem morrer. Sua luta consiste em tentar empurrar a rival para trás, sobre si mesma. As duas adversárias se encaram de frente, erguendo um terço de seu corpo acima do chão, bamboleando e se entrelaçando, uma forçando a outra como num braço-de-ferro. A mais forte derruba a adversária e a imobiliza com o peso de seu corpo por alguns segundos, e então a perdedora vai embora, sem ter sido picada.
Até as cascavéis, portanto, têm o seu código de honra e evitam matar-se.
É incrível como a nossa sociedade se tornou predatória no que tange à concorrência, as pessoas sempre destilando o seu veneno, inventando fofocas para destruir seu próximo. . . no âmbito político vemos vários candidatos usando de meios ilícitos para denegrir a imagem de seu semelhante. Vamos também preservar a nossa ética e conduta diante da sociedade. . .
Não esqueçamos o que JESUS disse: "Amar o próximo como a ti mesmo".

domingo, 4 de novembro de 2012


A Urgência da Mensagem de Isaías

             Ao ler sobre os profetas, comecei a traçar paralelos entre dois profetas contemporâneos, a saber; Isaías e Oséias. Sem dúvida, estes profetas marcaram a história de Israel através dos oráculos divino.
            Oséias vaticinou em um momento de grande prostituição espiritual da nação para com o verdadeiro Deus de Israel, onde Deus usou a vida do próprio profeta para transmitir lições valiosas à nação. Já Isaías, considerado o profeta messiânico, fala também em tom hortativo para que a nação se arrependesse de seus pecados e mudasse a maneira de viver caracterizado por um viver leviano e superficial.
            É perceptível as semelhanças entre as profecias e que a falta do conhecimento de Deus leva qualquer nação a descer no mais profundo poço de imoralidade e pecaminosidade. Oséias disse que o povo de Deus estava sendo destruído por faltar conhecimento, enquando Isaías diz que o povo estava sendo levado cativo por falta de conhecimento. Parece paradoxal pensar que a nação de Israel tinha a lei e os 613 preceitos, sacerdotes e até mesmo vários profetas, mas faltava o conhecimento de Deus. Diante de tal quadro, inquiro-me: Por que diante de tanta religiosidade e cristandade, falta o conhecimento de Deus?
            Nos idos de 600 a. C. destacamos algumas crises que culminaram na degradação da nação. A primeira crise estava nos profetas de conveniência. Muitos profetas nesta época proclamavam não a verdadeira palavra de Deus, que leva ao crescimento espiritual e a consciência da santidade de Deus, bem como a missão, mas sim profecias que levavam o povo a viver uma vida descompromissada com o pacto com Deus. Semelhantemente, vemos em nossos dias, pregadores que levado pela lei de mercado abriram mãos da verdadeira palavra de Deus para enveredar em um evangelho sem cruz, pregações triunfalistas levando as pessoas a viverem uma vida baseada em barganha com Deus. Preferem a política da boa vizinha a confrontar o povo e os líderes com a palavra de Deus.
            Uma outra crise detectada estava na liderança que se preocupava mais com alianças políticas e conquistas pessoas do que com a espiritualidade do povo. Analisando a vida dos reis, percebemos o quanto eles se preocupavam com a vida pessoal e com os ganhos políticos e então se assessoravam de profetas que falavam aquilo que ratificava sua maneira de viver, ou seja; os profetas eram comprados. Isaías deixa registado em seu livro que os atalaias de Israel eram cegos, mudos e amam tosquenejar. . . os pastores são gulosos e não se fartam, indo cada um atrás de sua ganância (Is 56:10-11). Esta mensagem é tão atual que muitos líderes no afã de sustentar a sua vida nababesca vendem votos de irmão, utilizam-se de caixa dois e não se dedicam a uma vida de oração, jejum e estudo da verdade.
            A terceira crise é evidenciada pela vida descomprimissada dos sacerdotes. Isaías fala a respeito do louvor que o povo prestava mais que Deus não recebia, vejamos: o vosso incenso é para mim abominação…, as vossas festas solenes aborrecem a minha alma. Vamos analisar estas duas frases; a primeira demonstra uma formalidade na adoração e outra na comemoração das festas estabelecidas pelo próprio Deus. Infelizmente, faltava ensino da parte dos sacerdotes e levitas. Não diferente dos dias atuais, percebemos uma mixórdia na adoração; onde as pessoas confudem adoradores com artistas gospel. . . cultos com shows e barulho com avivamento. No âmbito das festas o povo perdeu a essência ou o memorial das festas, tornando apenas movimentos nas agendas das igrejas.
            Paulo nos advertiu que viria tempos trabalhosos, por isso conclamo-vos para que preguemos o genuíno evangelho de Cristo e não negociemos por bem terreno o dom que Ele nos deu para a edificação de seu povo. . . que Deus nos ajude. . .
           


           


sábado, 22 de setembro de 2012


Marcas que são Necessárias. .  .

 
            Pensando sobre a vida e observando-me no espelho percebi que carregamos muitas marcas, estigmas e muitas cicatrizes, onde muitos preferam vê-las como defeito, mas precisamos entender que cada marca que carregamos traz consigo um momento de nossa vida, construindo assim a nossa história de vida.
            Se olharmos para o significado de “marca” encontraremos no mundo empresarial um vasto conceito, mas o que me chama a atenção é a idéia que esta palavra traz para “sinal”.
            Diante desta idéia, recorro à Bília e encontro um homem que Deus o marcou profundamente, deixando-o manco para o resto de sua vida. Este homem era Jacó(Gênesis 32) – homem que lutou com Deus e com os homens e venceu. Imagine um homem são como Jacó e de repente se encontrar andando com dificuldade, carregando um estigma para o resto de sua vida.
            Muitos podem olhar para este evento e se revoltar, mas existe uma lição valiosa que precisamos aprender; Jacó nos ensina é que as marcas muitas vezes são marcos que Deus estabelece em nossas vidas. Para quem conhece a vida de Jacó sabe muito bem que durante muitos anos viveu uma vida de engano; primeiro comprou o direito de primogenitura de seu irmão e depois robou a bênção de primogênito de seu irmão, após este episódio fugiu para nã ser morto. O tempo passou, constituiu família, mas existia algo no seu caráter que precisava ser mudado. Foi então que ao lutar com Deus no vau de Jaboque, Deus tocou no nervo da coxa de Jacó e também deu lhe um novo nome. Na realidade jacó saiu mancando, mas também com um novo nome.
            Para Jacó esta marca se tornou um marco em sua vida, o dia em que Deus mudou a sua sorte e a sua história. Precisamos que Deus nos marque de maneira sobrenatural e que venhamos ter experiências de um viver santo e irrepreensível.
            Um outro evento bíblico que me chama a atenção era a do escravo em relação ao seu senhor. No Antigo Testamento, no ano do perdão os senhores davam liberdade aos seus escravos para procurarem outro senhor, mas se determinado escravo quisesse continuar com o mesmo senhor, o mesmo deveria furar a sua orelha significando assim que agora por livre vontade se tornava propriedade de seu senhor. A orelha era furada com a sovela e o escravo era marcado como propriedade de seu senhor.
 A grande lição aqui é que a servidão estava atrelada a um relacionamento de amor e gratidão. A marca que o escravo carregava mostrava que apesar do poder de escolha, ele escolher ser escravo por amor.
Não poderia deixar de falar de uma das maiores marcas da história. As mãos e os pés furados de Jesus. Indubitavelmente, esta marca mostra o grande amor de Deus para com a humanidade. Jesus preferiu ser marcado, hostilizado, ter seu semblante desfigurado para que a humanidade pudesse ter vida e vida com abundância.
Infelizmente, vivemos dias em que as pessoas se esquecem cada vez mais da história da cruz e por isso estão sendo marcadas pela depressão, pelo desamor e pela violência.
 Muitos carregam Jesus marcado em seus corpos, em seus colares e crucifixos, nos parabrisas do carros. . . mas precisamos urgentemente sermos marcados por Jesus em nosso coração. . . em nossa mente. . .em nossa alma, pois somente assim viveremos em uma sociedade mais cheia de amor e menos desumana.
Que as marcas do calvário não venha a ser somente uma fonte de renda dos profissionais da fé, mas sim o divisor de águas entre a velha e a nova criatura. . . precisamos de mais Jesus e menos religiosidade. . .

sexta-feira, 27 de julho de 2012


Aspectos de uma Liderança


Falar sobre liderança se constitui em despir-se de alguns mitos que as pessoas absorveram durante alguns anos, mormente com as tendências e influências do mercado.
Vivemos em um mundo capitalista, onde somos treinados para produzir e cobrados quando não produzimos. O próprio conceito de líder mudou. Em sua etmologia, líder é aquele que treina (um professor), mas hoje se tornou uma pessoa que tem a obrigação de gerar sucesso e expandir, enfim. . . temos a difícil meta de fazer as coisas acontecerem. Fomos infectados pela síndrome de Atlas. E quando não atendemos as expectativas do mercado, somos ejetados do sistema.
 O nosso labor é cheio de percalços e desafios e o que vai nos fazer não é simplesmente a capacidade de lhe liderar o mundo de fora, mas sim saber liderar a nossa própria vida sabendo contornar os obstáculos, entendendo as tendências e ao mesmo tempo as sutilezas das filosofias, encontrar força diante das perdas e se reerguer mesmo que diante das cinzas.
A sociedade através da educação muitas vezes nos ensina a lhe dar com o sucesso e com as conquistas, com a fama e com o glamour, mas não fomos ensinados a lhe dar com o caos, com as perdas e com os lugares fora dos pódios. É necessário superar a nos mesmos antes de superar os outros. Infelizmente muitas pessoas estão presas nas aparentes contradições da vida, isoladas em sua pequenez e lamuriando pelas oportunidades perdidas na vida.
A história nos lega a história de um homem simples, filho de lavradores e que com 9 anos de idade perdeu sua mãe. Por não ter recursos financeiros, muitas vezes pegava livros com os amigos e vizinhos para ler. Por 2 vezes tentou montar seu próprio negócio e faliu. Ao ser eleito deputado, um ano depois sua noiva veio a falecer e após 1 ano caiu em depressão profunda. Passou por 7 significantes perdas entre candidato a dep. Estadual, federal, senado e vice-presidente. Ele não de quedou, depois de todas estas derrotas se elegeu presidente dos EUA. Ele não foi apenas mais um presidente e sim Abraham Lincoln, um dos maiores líderes que emancipou os escravos de seu país, um poeta da democracia moderna e dos direitos humanos.
Precisamos aprender a esperar o tempo certo, não sermos prematuro na liderança e fugir de tudo que nos dê resultados imediatos. A sociedade hoje vive em prol de um pragmatismo, onde vigora a filosofia de que os fins justificam os meios. Aprendi um ditado que diz: “Aquele que toma posse de uma herança apressadamente, seu fim não é bom”.
Existe uma espécie de bambu conhecida como “bambu chinês”. Esta espécie me chama a atenção, pois durante de 5 anos plantando na terra ele não apresente nenhum sinal aparente de vida, fica debaixo da terra. Após 5 anos ele dá os primeiros sinais de vida e começa a romper a escuridão da terra para receber os primeiros raios solares. Esta espécie é uma das mais resistentes e atinge uma das maiores alturas. Durante os 5 anos de anonimato ele só cresce para baixo solidificando mais suas raízes e extraindo os melhores nutrientes. Em conseqüência disto, ele se torna resistente aos vendavais e temporais. Precisamos entender que o líder não nasce pronto e sim é um processo que demanda tempo. Vivo com o seguinte lema: “não é a ascensão meteórica que garante uma boa liderança, mas sim o tempo que se leva para estar em liderança”.
            Como líder, precisamos criar a idéia de corpo e não de membros. Quando não se tem um corpo, existe competição, traição e desavenças.
No reino animal, encontramos um animal que se comparado a outros teria enésimos motivos para se quedar diante dos desafios. Mas se eles não existissem os ecossistemas deixariam se existir e muitas espécies não existiriam. Estamos falando da formiga que se caracteriza pelo corporativismo, cuja união leva a força e neste lema elas se encorajam mutuamente. Elas se comunicam pelo cheiro. Quando uma formiga está em perigo, ela solta um odor para alertar as companheiras, transmitindo um aviso de que as demais devem fugir. O odor varia conforme a situação, mas o ser humano não consegue sentir esse cheiro. Se olharmos para a história, veremos que as vitórias só foram possíveis quando existiu união. Um reino dividido contra si mesmo ele está fadado ao fracasso. Precisamos voltar ao lema dos mosqueteiros: “Um por todos e todos por um”. Temos que estar unidos para fortalecer a nossa unidade, a nossa empresa, a nossa casa, o nosso partido. . .precisamos criar o sentimento de que não é o líder que perde e sim todos. . .não é só o técnico, é o time e conseqüentemente seus torcedores.
Estes são apenas alguns aspectos para repensarmos sobre um líder que faz e marca a história.

sexta-feira, 13 de julho de 2012


Precisamos sair da Tenda...

             Lendo sobre a trajetória de Abraão, o pai da fé, fico observando o que fez um homem esperar 25 anos por um filho e caminhar pela fé no deserto crendo que Deus tinha o melhor para a sua vida. Se atentarmos para algumas datas vemos que com 75 anos de idade Deus lhe aparece fazendo promessas que seria pai de nações, mas sua esposa Sara, não podia ter filhos.
            Com aproximadamente 85 anos, acontece algo que nos ensina lições valiosas em nosso jornadear cristão. Em Gênesis 15 encontramos uma passagem em que Deus aparece a Abraão ratificando a promessa, mas Abraão diz que só tinha o seu servo Eliezer o qual poderia constituir como herdeiro, já que era costume na época na falta de filhos constituir o servo como herdeiro. Diante disto Deus leva Abraão para fora da Tenda, lhe mostra as estrelas do céu e renova seu alento.
            A tenda, sem dúvida é algo vital no deserto, pois as temperaturas a noite abaixam bastante, assim como se elevam sobremaneira durante o dia. Seu uso também é justificado pela proteção dos ventos no deserto e dos inúmeros animais peçonhentos. Mesmo diante de tal utilidade, precisamos sair da tenda para vermos o que Deus tem a nos revelar.
Quando digo que precisamos sair da tenda, me refiro que muitas vezes não queremos abrir mão de nosso conforto. Nós, seres humanos gostamos de um conforto, de uma estabilidade financeira e de uma vida mais segura, pois gostamos de ter o controle das coisas e isto muitas vezes nos atrapalha a contemplar os grandes mistérios de Deus, por vivemos muito em nossa autossuficiência. Deus quer nos levar a em outro patamar espiritual, mas precisamos sair da tenda.
Sair da tenda também aumenta a nossa visão em relação às coisas. Abraão estava com sua visão limitada dentro da tenda, pois só enxergava seu escravo Eliezer como saída para as promessas de Deus, sem contar que diante da idade de sua esposa e o fato dela não poder ter filhos tornava-se mais difícil acreditar no sobrenatural. Deus levou Abraão para fora da Tenda para aumentar a sua visão, assim acontece conosco, enquanto focalizarmos os problemas não enxergaremos saída, mas  precisamos focar em Deus que é poderoso para cumprir as promessas e fazer muito mais além daquilo que pedimos ou pensamos segundo o poder que em nós espera. O escritor aos hebreus nos diz para olhar para Jesus que é o consumador de nossa fé.
Sair da tenda implica também em abrir mão da mesmice, dos métodos que muitas vezes convencionamos. Tem pessoas que prefere viver a vida inteira fazendo a mesma coisa, pensando a mesma coisa a ousar e viver algo diferente. Abraão estava convencionado aos métodos do passado e precisamos entender que os tempos mudam e precisamos mudar também, mas mantendo os princípios que norteiam nossa vivência cristã.
Precisamos sair da tenda para experimentar o melhor de Deus em nossas vidas... para desfrutarmos das promessas de Deus... para sermos pessoas melhores...
Chega de perder tempo dentro de seu mundinho. . . saia e ouse viver os sonhos de Deus

sexta-feira, 22 de junho de 2012


O Desafio da Geração de Samuel

             Ao perder o sono nesta madrugada, depois de orar peguei a Bíblia para estudar e minha atenção fixou-se nos primeiros capítulos do livro de I Samuel. O contexto nos revela primeiramente um período de transição entre a judicatura para a monarquia; depois de aproximadamente 350 anos vivendo um período de altos e baixos, Israel agora está prestes a pedir a Deus um Rei. Outro fator observado é o que a perícope nos diz que a palavra de Deus era muito rara naqueles dias e não havia visão manifesta.
Neste contexto de densas trevas e de conturbação vemos um sacerdote já velho e sem visão espiritual que deixou o ofício por contas de seus filhos, que tinham como características; "homens desprezíveis e não se importavam (conheciam) com o Senhor." No ofício do sacerdócio eles praticavam vários pecados, dentre os quais decorreremos a seguir.
Retia parte da oferta acima do permitido - segundo a lei o sacerdote tinha parte das ofertas sacrificadas. Em Lv 7:34 nos diz que era o peito e as coxas, mas o que os filhos de Eli estavam fazendo excedia a lei. Infelizmente em muitos lugares hoje vemos este mesmo pecado sendo cometido no exercício do ministério, quando líderes religiosos usando do nome de Deus e de ungido reivindicam altos salários e mordomias ministeriais. Muitos líderes estão insatisfeitos com tudo e querem ostentar em cima da fé dos fiéis, não se importando com a lei do Senhor ou até mesmo interpretando-a segundo suas concupsciências.
Não esperava a gordura queimar como sacrifício a Deus - é interessante estudar sobre este ponto, pois representa o sacrifício por completo por parte do ofertante, esta era a essência do sacrifício. Em Lv 3:3-5 que esta oferta queimada era aroma de cheiro suave ao Senhor. Nos dias atuais as pessoas estão atentando mais pra o rito do que para a essência das coisas, mais para o profissionalismo do que a vocação. O sacrifício deve ser feito por inteiro. Como disse Paulo: Oferecer o vosso corpo como sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Desprezava a oferta do Senhor - desprezavam as ofertas, pois tratavam-na como algo trivial, não reconhecia o sacrifício do ofertante. Seu compromisso era com a vida e não com Deus. Isto acontece quando se perde o temor pelo sagrado e a visão se torna turva. O próprio pai, sacerdote Eli, não conseguiu discernir o clamor de Ana e a teve como embriagada. Infelizmente, as pessoas hoje perderam o respeito pelo sagrado e a dimensão da santidade de Deus.
Contra estes tipos de pecados, Deus levantou Samuel e hoje está levantando a geração de Samuel que tem como missão denunciar o pecado na casa do sacerdote. Precisamos, a exemplo de Samuel não temer o teor da mensagem divina e nem ao líder em pecado, mas cumprir com excelência a mensagem em sua totalidade. Devemos amar menos os louros da fama e mais os cravos do calvário, menos os lugares de honra e mais a intimidade com Deus.
Que Deus nos ajude. . .

quinta-feira, 31 de maio de 2012


Desafios na Família Hodierna



Este mês que se finda, comemora-se o da Família. Tive o privilégio de palestrar para muitos casais e pregar em várias igrejas sobre diversos temas relacionados a esta área. É perceptível o quando existe uma falta de estrutura em muitas famílias e uma inversão de valores. Talvez isto explique, mas não justifica o alto índice de divórcio gerando como conseqüência filhos e pessoas machucadas e revoltadas. Indago-me por que um lugar que deveria gerar vida, tem gerado morte. . . deveria gerar crescimento, no entanto, gera enésimas divisões. . . deveria gerar amor, mas tem gerado ódio?
Baseado em tais questões, quero enumerar aqui três questões nevrálgicas no seio familiar.
A primeira é o “consertar x descartar”. Infelizmente, vivemos numa sociedade onde a facilidade e o poder de comprar nos faz desprezar a possibilidade de consertar. Para que consertar, se posso ter outro novo? Era esta considerada como a “época do descartável”. Esta realidade é vista nas famílias, onde diante das crises, os cônjuges preferem divorciar a lutar para salvar o casamento e a vida de seus filhos. Precisamos lutar todos os dias por nossa família através do diálogo, oração, jejum e aconselhamento com profissionais da área família. Peça socorro antes que seja tarde demais!
Outro fator a considerar é a relação entre “presença x presente”. Este novo “modus vivendi” pós-moderno prega a satisfação profissional e a realização pessoal a qualquer preço. Neste afã profissional investimos tempo em nossas graduações, empresas e trabalhos com a justificativa de darmos um estilo de vida melhor para nossa família. Urge entendermos que a possibilidade de algo melhor não substitui o momento presente. Muitos pais e cônjuges têm tentado comprar seus filhos e companheiros satisfazendo os desejos materiais como forma de compensar a ausência. Somos seres humanos, e como tal precisamos e que nossas necessidades afetivas também sejam realizadas. Existe um filme por nome “Click” que retrato muito bem este tópico, onde o personagem perde a família e a própria saúde por viver sempre em função de algo que poderia acontecer em sua ascensão profissional. Reitero aqui que sucesso nenhum justifica o fracasso da família.
Em último lugar vemos uma falta de significado na relação “sexo x amor”. Nesta era globalizada vemos a vulgarização do sexo, sendo este sem compromisso, sem responsabilidade, cheio de taras, fantasias e permissividades, onde o cônjuge é visto muito mais como objeto de prazer do que um ser cheio de volições e sentimentos que precisa ser amado e satisfeito em suas necessidades.
Em nome de uma sexualidade mais prazerosa alguns terapeutas familiares aconselham para “apimentar a relação”, utilizar-se de alguns métodos e caminhos anti-bíblico. Precisamos restaurar o amor em nossa relação e fazê-lo com nosso cônjuge. . . quando isto acontece existe reciprocidade nos carinhos, carícias e as necessidades são satisfeitas. Se no sexo existe individualismo, no amor existe satisfação de ambos. . .pois ambos pensam em satisfazer o outro.
Estas são apenas algumas reflexões para que venhamos a ter um casamento melhor e uma família feliz e fundamentada no Amor de Cristo.
Lutemos por nossa família. . .


sábado, 19 de maio de 2012


Urgência na Evangelização

          Não se pode negar que o mundo esteja vivendo um dos piores tempos de sua história. A humanidade nunca esteve tão distante de Deus. Nunca os valores cristãos foram tão vilipendiados e desprezados, nem a moral deturpada. Jamais, em nenhum momento da história, os homens serviram tanto aos prazeres da carne.
      Contrastando tristemente com essa situação, as Igrejas estão regredindo na área do Evangelismo. Financeiramente falando não investe nem 0,5% na obra de evangelização, no seio ministerial os pastores estão mais preocupados em passar a liderança para seus familiares do que a responsabilidade da grande comissão, os arautos estão pregando a teologia da prosperidade e não o evangelho que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Os nossos congressos estão mais preocupados em ter estrelas do que ver almas rendidas aos pés do Senhor. . . cada dia mais cresce o número de falsas religiões disseminando heresias e enganado o povo.
        O Desafio que temos diante de nós é muito grande; ainda faltam 2000 povos a serem alcançados e 3 bilhões de pessoas se encontram-se cambaleando para  matança.
     Conta-se que um viajante, na Índia, foi abordado por um oficial que entrou no trem e fez várias perguntas, anotando as respostas. Informando de que fazia parte de um recenseamento a que o governo procedia, o viajante comentou que, sem dúvida, levaria várias semanas para completar o censo. Ao que o funcionário respondeu: “Não, Senhor, começamos hoje ao meio-dia e terminaremos à noite”.
       Admirado, o viajante perguntou: “Mas, o senhor que dizer que o censo de toda a Índia se realiza dentro de um só dia? Respondeu o funcionário: Sim, mas o senhor precisa lembrar de que somos 200.000 pessoas trabalhando para isso”.
       Eis aí o segredo. A evangelização do mundo não é tarefa de um grupo, de uma Igreja ou de uma denominação. É responsabilidade de todos os cristãos. É preciso que o povo de Deus ponha as mãos no arado, dedicando suas forças e recursos para a realização da obra. A ordem do nosso Senhor Jesus Cristo, como palavra final, foi: “Mas recebereis a virtude do Espírito Santo que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém, como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra”. Baseado nisto, a igreja primitiva alcançou o mundo inteiro daquela época. . . e nós ainda não alcançamos nem o Brasil inteiro. . .
      O tempo é escasso, não temos tempo a perder. Não há outra opção. Ou assumimos a nossa responsabilidade. Ou daremos conta a Deus por ver o mundo perecer diante de nossos olhos, sem nada fazer para amenizar o sofrimento de milhares de pessoas que escorregam para o inferno.

terça-feira, 1 de maio de 2012


A Oração Intercessória

Vivemos hoje um período em que as pessoas se tornaram individualistas, insensíveis e tomadas por um espírito de conquista pregado pela teologia da prosperidade. Neste momento crítico, urge que voltemos para a palavra e resgatemos o valor da oração intercessória.
Vemos na Bíblia vários exemplos. Encontramos a oração de Jesus em prol de seus discípulos (Jo 17); o centurião de Carfanaum pelo seu criado paralítico (Mt 8:5-13); a mulher cananéia em prol de sua filha que estava endemoniada (Mt 15:21-28); a igreja primitiva intercedendo por Pedro, estando este no cárcere (At 12:5), e no Antigo Testamento Moisés intercedendo pelo povo, quando este pecou (Ex 32:30-34).
O que vemos em comum em todos estes episódios, é que as pessoas não apenas oravam, e sim intercediam. Na oração, conversamos com Deus, mas na “intercessão”, experimentamos um nível mais profundo, pois neste ato, suplicamos ou fazemos uma petição em prol de outrem. Na intercessão somos tomados por um sentimento de empatia sentido a dor do próximo. Através desta interação, aprendemos a conhecer o desejo do coração de Deus por uma determinada pessoa. Se fizermos um exame minucioso acerca das curas que Cristo realizou, constataremos que os seus milagres estavam atrelados à palavra “íntima compaixão”. Sem dúvida, este é um sentimento que precisa tomar conta das pessoas hoje. O apóstolo Paulo, em uma de suas cartas disse: “de sorte que haja em vós o mesmo sentimento que houve em Cristo Jesus”.
A oração se torna intercessória, quando a carga que sentimos é tão grande quanto a de quem intercedemos. A bíblia fala sobre emprestar a boca ao mudo no sentido de falar por ele, interceder por aqueles que não tem condição de clamar.
A intercessão envolve estarmos dispostos a abrir mão dos nossos próprios direitos e deveres, a fim de nos separarmos para Deus.
Quando isto acontece, vemos o agir de Deus na vida das pessoas que necessitam. A igreja hodierna precisa executar mais a oração intercessória, pois esta é fundamental, mormente na obra missionária. Lembro-me que na época da URSS, as igrejas oraram para que o comunismo caísse, e isto se tornou realidade. Wesley intercedeu por um avivamento que mudasse a história da Inglaterra e aconteceu um dos maiores avivamentos naquela nação. John  Hyde intercedeu pelos indianos e levou 100 mil indianos até Cristo. A Voz de Deus ainda ecoa, dizendo: “interceda ao Senhor da seara para que envie trabalhadores, pois o campo é grande, mas poucos são os trabalhadores”.
Temos hoje, um dos maiores desafios missionários que é a janela 10 x 40. Aqui se concentra mais da metade da população mundial e que precisa conhecer urgentemente a história de Jesus. Precisamos interceder por nossa geração que se perde nos vícios, que está sendo ceifada pelas enésimas doenças e pestilências. Somos responsáveis pela nossa geração.
Este é o momento de despertarmos de nosso torpor espiritual e começarmos a clamar em prol deste mundo perdido. Um Cristão num país do extremo Oriente, levou 188 presidiários a Cristo durante seus três anos de prisão intercedendo todos os dias por eles.
Olha o que nos diz a Bíblia: “Pede-me e eu te darei as nações por herança e os cofins da terra por possessão”.


domingo, 15 de abril de 2012

Reflexões Pastorais II

           
            Observando o atual panorama das igrejas, constatamos uma similitude com as igrejas registradas no livro Apocalipse. A exemplo da igreja de Éfeso, vemos uma igreja que é operante, mas que perdeu a real motivação para a realização da obra que é o AMOR. Seguindo a mesma linha da igreja de Pérgamo, uma igreja que vive de favores imperiais tendo muito de seus eventos patrocinados com dinheiro público, mesmo sabendo de sua inconstitucionalidade e tolera culto às personalidades do mundo Gospel.
            A igreja de Tiatira se reflete na igreja atual quando encontramos pessoas que toleram a idolatria, pois o amor ao dinheiro tem sido o deus de muitas pessoas e a imoralidade. A de Sardes uma igreja morta e que não fazia mais diferença ma sociedade onde estava. E por ultimo, a de Laodicéia que era indiferente, uma igreja que tinha um conceito de si mesma e pensava ser a verdade.
Diante deste quadro, lembro-me de um noticiário que mostrava numa cidade do Canadá, uma árvore bem alta chamada sequoia caiu e fez um grande estrago, quebrando fios de eletricidade e interrompendo o trânsito. Quando os técnicos foram avaliar o motivo de uma árvore centenária ter caído, descobriram que um grande número de cupins ao decorrer dos anos causou o problema”.
O mesmo acontece na vida da Igreja. A Igreja foi instituída por Deus há quase dois mil anos, ocasião em que houve o derramamento do Espírito Santo no dia da Festa de Pentecostes; durante o transcurso da história eclesiástica vemos uma igreja que fora solapada pelas heresias, ocasião esta em que surgiram polemistas e apologistas; enfrentou as hostilidades de reis cruéis e viveu um período chamado de “Idade das Trevas”. Passou pela Reforma no século quinze, enfrentou duras inquirições no período do Iluminismo chegando até o presente século. Cada época teve seus desafios, assim como hoje, temos também os desafios a vencer. Vivemos uma época marcada pelo relativismo, pelo pragmatismo, pelo consumismo, pelo materialismo e de inversão de valores. Algumas dessas filosofias e ideologias têm adentrado em meio a membresia e de maneira sutil tem causando danos à obra de Deus.
É necessário detectarmos tais “raposinhas” que andam destruindo de maneira paulatina a vinha. Entendermos que a queda não é instantânea, e sim processual; começamos a permitir algumas coisinhas; um pecado aqui, outro acolá; numa falha aqui, outra ali, e assim vamos baixando o padrão. De repente, vem a queda.
Precisamos voltar às Escrituras, deixar estas palavras criar raízes em nosso ser, pois somente assim, a exemplo dos bispos e apóstolos que com a sua própria vida não deixaram de pregar a verdade, mesmo diante de perseguições e de situações mais adversas, iremos também levantar o estandarte do Evangelho.
            As palavras bíblicas nos exortam ainda nos dias atuais. Somos luzeiros, sal da terra. A Igreja é a coluna e firmeza da verdade e multiforme sabedoria de Deus e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Ela é a menina dos olhos de Deus.

terça-feira, 3 de abril de 2012

                                         Reflexões Pastorais

Na Pequena ilha de Faros, Ptolomeu Philadelfo, mandou construir uma importante e majestosa torre de alvíssimo mármore, com 35 metros de altura. No cimo do monumento foram instalados potentes faróis a projetar luz abundante a grande distância, a fim de orientar os navegantes que por ali passassem. Esse monumento, por sua grandeza e riqueza, passou a ser conhecido com Farol de Alexandria e na época foi considerada uma das sete maravilhas do mundo. Qualquer pessoa que vivesse naquela época, ao contemplar a solidez da construção do notável monumento concluiria estar diante de uma obra de eterna duração. Entretanto, um terremoto, no ano de 1302, destruiu a ação que parecia desafiar a ação dos séculos. A catástrofe teve como resultado a extinção do farol mais famoso da terra.
Tendo como pano de fundo, as Sete Igrejas da Ásia Menor bem como o conteúdo das cartas a elas endereçadas, temos que entender que hoje, quase 2000 anos depois, urge resgatar o valor daquelas cartas, pois ao analisarmos a igreja, vemos que falta visão, ausência de brilho, escassez de visão, secularização, acomodação à superficialidade, fragilidade doutrinária, a inexistência de uma missiologia no programa da Igreja, debilidade teológica e tantas outras enfermidades.
Todos os que possuem alguma parcela de responsabilidade na obra de Deus estão convictos de que a Igreja de nossos dias não é luzeiro dos dias apostólicos e que algo está faltando para seu perfeito funcionamento. A igreja possui o mesmo nome de cristã, mas não tem a mesma vida, a mesma vitalidade.
Esboçando um pouco a história da Igreja, veremos que passou por caminhos escabrosos. Em sua saga, defendendo o Evangelho do Senhor Jesus Cristo experimentou altos e baixos, sendo que, durante um tempo enorme a igreja preferiu o caminho diplomático da convivência daquilo que agride o puro evangelho. A Secularização do sagrado e a espiritualização do secular, esta inversão está acontecendo e, resultando num casamento misto entre a igreja e a sociedade divorciada de Deus, tal qual o de Salomão com a Filha de Faraó do Egito (I Rs 3:1).
Quando falo de igreja, refiro-me a cada um de nós, a cada pessoa que se diz lavada pelo sangue do Cordeiro. Estou escrevendo à pessoa e não à massa; ao indivíduo e não às aglomerações; aos seres vivos, humanos, e não às instituições, por isso convido ao leitor a fazermos a diferença nesta sociedade.

terça-feira, 20 de março de 2012

           Por uma Escola Dominical Melhor !
Parte II

            Vou colocar aqui o panorama de uma EBD que sempre sonhei, será que existe? Será que existirá?
            Sonho com uma EBD que faça desvendar um imenso mundo para além ou aquém do nosso mundo. É necessário levar o aluno para uma dimensão além do saber de um revista e de um ambiente de quatro paredes. A EBD muitas vezes fica circunscrita ao aqui e ao agora, pois sofre influências de uma sociedade onde impera o instantâneo. Na concepção de Rubem Alves a educação deve nos levar a este “momento mágico”; mundo de encantos e descobertas.
            Precisamos entender também que a educação é um caminho; e neste percurso precisamos ter experiências, pois são os caminhos que fazem caminhantes e não o contrário. Infelizmente, a educação secular tem servido atualmente para adestrar o cognitivo das pessoas, fenzendo com que sua capacidade de criar fique atrofiada. Baseado nisto, alguns críticos da educação tem dito que as escolas hoje são uma máquina de matar os sonhos das pessoas.
            O apóstolo do amor, pode deixar registrado: “Qualquer que é nascido de Deus não comete pecado; porque a sua semente permanece nele; e não pode pecar, porque é nascido de Deus”. O que mais nos chama a atenção neste versículo é a palavra “semente”, que no original grego é “sperma”. Duas verdades estão inseridas nesta palavra. Primeiro, esta semente divina gera pessoas da mesma espécie que o próprio Deus. A outra, é que tudo isto é um processo. Educação deve ser encarada como um processo e não com um fim em si mesma.
A educação hoje tem gerado pessoas que não pensam ou crêem, mas sim que reproduz os pensamentos e a crença dos outros, tornando assim um círculo vicioso de tradicionalismo. Ensinar não é simplesmente contar histórias e ensinar pessoas sobre personagens da Bíblia e sim fazer com que elas possam aplicar tais coisas em suas vidas.

sexta-feira, 9 de março de 2012

Por Uma Escola Dominical Melhor!
Parte I

            O Evangelista Billy Graham em uma de suas prédicas, declarou: “Tenho a convicção de que a Escola Dominical é o único e maior centro para ensinar ao povo a Palavra de Deus, bem como, por si mesma, uma tremenda força evangelística”.
            É inegável o legado que muitos homens deixaram para e acerca da EBD, mas nos últimos anos temos enfrentado uma crise neste setor educandário. Existem igrejas no Brasil que nem 30% dos membros são alunos da Escola Dominical, outras tem aproximadamente 80% dos seus membros como alunos assíduos. Sabe-se também que alguns que frequentam a Escola Dominical não tiveram nenhuma transformação.
Como explicar tamanha discrepância entre uma igreja e outra ou até mesmo entre uma região e outra? Estima-se que nas congregações e até mesmo no interior, a EBD é mais forte e apresenta resultados significantes, por que? Por que algumas pessoas apesar de estarem todas as manhãs na EBD não são transformadas pelo ensino?
Há alguns anos atrás alguns livros surgiram no meio evangélico vaticinando uma problemática, a evasão na Escola Bíblica Dominical. Sabe-se que a EBD é um dos cultos menos frequentados pela membresia, e a pergunta é por quê?
            Lércio Dornas escreve um livro com o tema: “Socorro, Sou Professor da Escola Dominical”, onde abarca sobre o fosso que existe entre o aluno e o professor da EBD e defende que uma dos principais motivos desta evasão e a falta de comunicação entre os envolvidos neste processo ensino-aprendizagem.
            Um outro ícone desta problemática foi Ray Johnston com o livro “Socorro, Meus Alunos Sumiram”, onde traz um panorama sobre a questão da evasão da EBD e alguns caminhos a percorrer.
            Temos que ter em mente que embora estejmos em um mesmo mundo, as realidades são diferentes. Fora isto, vivemos em um ambiente hostil, perverso e que combate qualquer verdade. Muitas pessoas se enveredaram na vida pós-moderna voltada para o trabalho e as conquistas e vêem o domingo como o único dia que tem para descansar.
            Precisamos rever alguns valores da EBD e traçar metas para que tenhamos uma EBD  mais frequentada, dinâmica e ativa na vida das pessoas.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Levantai-vos e andai, pois não será aqui o vosso descanso.

             Ao olharmos para o contexto de Miquéias, percebemos que ele é contemporâneo dos Profetas Isaías e Oséias, aproximadamente no século VII a. C. concentrou o seu ministério no Reino Sul. Conforme registro em seu próprio livro, ele profetiza durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias. Ao analisar estes três reinados, notamos que durante o reinado de Jotão o povo ainda se corrompia queimando incenso a outros deuses (II Cr 27:2- II Rs 15:35), mas o rei se envolveu em grandes empreendimentos, guerras e conquistas
            Sobre o rei Acaz, vemos um dos períodos cruciais da história de Judá, pois depois de experimentarem aproximadamente meio século de crescente prosperidade, a nação caiu gradualmente em um sério problema moral e espiritual, pois tinha lugares de cultos pagãos secretos que eram tolerados pelas autoridades religiosas, os ricos oprimiam os pobres, as mulheres negligenciavam as suas famílias na busca do prazer carnal, muitos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados e queriam agradar aos homens. Em Cr 28:2-4, nos fala que Acaz fez imagens fundidas a baalins, queimou seus filhos ao deus Moloque e aprovava as práticas pagãs.
            Já com o rei Ezequias a nação experimentou um dos maiores avivamentos.
            Hoje vivemos dias bem parecidos com os de Miquéias. Infelizmente constatamos uma inversão de valores no que tange a obra de Deus, onde são erigidos templos suntuosos e não se investe em vidas. Missões já não é mais uma prioridade, mas usam a obra missionária para angariar fundos e usarem a seus próprios benefícios. O que dizer de tais práticas políticas tolerados por alguns líderes religiosos que em troca recebem favores e doações. Quantas festas religiosas são financiadas pelo Estado, ainda que inconstitucionalmente, mas usando-se dos meandros da lei dizem que é para o bem do Reino de Deus. A família hoje tem sido deixada em segundo plano, pois em nome do sucesso e de uma vida financeira melhor vale a pena terceirizar a criação dos filhos. O que dizer das enésimas traições, dos namoros virtuais e da vida promíscua que é tão normal nesta sociedade dita pós-moderna. A exemplo de Acaz, queimamos nossos filhos quando achamos que presentes são mais importantes do que a presença e que negócios são mais importantes que a família.
            O que dizer dos sacerdotes e profetas que se tornaram bêbados e queriam agradar a homem. O profeta Isaías chegou a dizer: “Todos os seus atalaias são cegos, são cães mudos que não sabem ladrar...pastores que não se fartam e nada compreendem, pois cada um vive o seus caminho e na busca da ganância”. Esta profecia foi dita aproximadamente 2700 anos atrás e se torna tão atual e pertinente ao momento presente. Acabou-se a mensagem profética em nossos púlpitos, não existe mais visão de vocacionados e ungidos e sim de profissionais e animadores de auditórios. É nítido a perda do discernimento espiritual.
            Sabemos que vivemos um momento de crise, mas lembremo-nos do conselho de Miquéias: “Levantai-vos e andai, pois não será aqui o vosso descanso devido à corrupção que destrói grandemente”. Algumas pessoas ao contemplar tais atos são tomadas por um espírito de frustração e que não existe mais jeito, mas precisamos caminhar para além das crises e buscar o verdadeiro avivamento para que esta igreja que tem fama de que vive, possa realmente viver a vida plena em Deus.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Preço da Pós-modernidade

           Somos seres modernos. . .vivemos na época das grandes descobertas, conquistas e do desenvolvimento tecnológico. A tecnologia assumiu a centralidade em diversos âmbitos da sociedade, tornando-se tão presente que é impossível imaginar uma separação do homem pós-moderno da “máquina”.
As pessoas conjugam verbos que nunca pensava existir tais como: orkutar, twittar  e blogar. . .o que dizer dos famosos smartphones que trazem a praticidade na palma da mão prendendo as pessoas em uma aldeia global. . .estudos mostram que em médias as pessoas gastam mais de 10 horas por dias conectados às redes sociais.
No iluminismo falava-se que com a razão teríamos pessoas melhores e que o progresso traria uma vida melhor.  Se por um lado, o homem aprendeu a dominar o átomo e as tecnologias, por outro não aprendeu a lhe dar com o mundo de dentro compreendendo os imensos territórios da sua alma.
Nesta era dita “pós-moderna”, temos visto o índice de criminalidade, suicídio e toda espécie de barbárie aumentar de maneira assustadora. . . estamos assistindo a degradação moral da sociedade, pois não tem mais limites éticos e morais; hoje, tudo depende do ponto de vista. Tudo é valido pela satisfação social. . .
Hoje, as pessoas são uma máquina de trabalhar, fonte de lucros para sua empresa e um consumidor em potencial. Muitas vezes somos presas fáceis das enésimas propagandas que todos os dias somos expostos; seja pelos filmes, novelas ou pela internet.
Convivemos com um trânsito que mata milhares e milhares de pessoas, sem falar do stress causado pelos engarrafamentos nas grandes metrópoles. Literalmente vemos uma competição no trânsito onde o troféu dos ganhadores é a própria vida.
A facilidade de crédito tem levado as pessoas a gastarem mais do que pode e depois além de se matar de trabalhar acaba se enforcando em uma cadeia de dívidas tentando se encaixar em um padrão de vida nababesco. Em nome do capitalismo estão acabando como nossas áreas verdes para a construção de grandes edifícios para aquecer o mercado imobiliário.
A praticidade da vida moderna, tais como o controle remoto e os “fast-foods” têm levado as pessoas ao sedentarismo ocasionando assim hipertensão, doenças cardíacas e outras. Os aparatos tecnológicos como microondas e celulares são os responsáveis pela grande incidência de câncer nos dias atuais.
Como conseqüência desta maneira inconseqüente de viver, o homem tem experimentado o caos existencial caracterizado pela superficialidade dos relacionamentos, pois os relacionamentos são descartáveis. . . o outro(a) se tornou uma fonte de prazer temporária, seja no real ou no virtual. . .as pessoas vivem a obsessão do corpo perfeito; nesta busca desenvolveu a vigorexia (obsessão em malhar) e a tão famigerada anorexia e bulimia.
No âmbito familiar, vemos uma crise sem precedentes, pois as pessoas não têm tempo mais para a convivência... o sonho da família tem sido perdido pelos sonhos individuais. . .o casamento se tornou trivial e o divórcio uma aparente “solução” para os problemas conjugais. . .
Indubitavelmente, o ritmo alucinante da vida pós-moderna tem gerado enésimas doenças psíquicas tais como depressão, esquizofrenia, psicopatias, síndrome do pânico, estresse e outras. Infelizmente as pessoas estão anestesiadas com todo este estilo de vida, quando o efeito passar verão que cavaram a própria cova e estão num beco sem saída. Dizem que viver uma vida pós-moderna é como patinar em um lago congelado.
Que Deus nos ajude a viver uma vida de maneira sábia para que não venhamos nos arrepender mais tarde. . .

domingo, 22 de janeiro de 2012

Missões na Ótica da Igreja Primitiva

Relendo alguns livros, tais como Catacumbas de Roma, Mártires do Coliseu e sobre a expansão do Cristianismo no primeiro século da Era Cristã, me inquiri sobre o crescimento da Igreja. A maneira como a obra dos primeiros cristãos é destacada em Atos dos Apóstolos me deixa perplexo, pois eles estavam dispostos a vencer qualquer obstáculo para que o Evangelho do Senhor Jesus chegasse ao mundo inteiro.
Diante de expressivo crescimento e proeza, fico me perguntando o “porque” deles negarem até mesmo a própria vida pela verdade do evangelho. . .apesar de várias perseguições e perdas de muitos irmãos eles continuavam firmes do objetivo missionário. Elencarei aqui alguns conceitos que mudou a vida dos cristãos do primeiro século.
A igreja primitiva via missões como uma tarefa intransferível. Sabia que se eles não fizessem poderia comprometer toda sua geração. Cada cristão estava consciente do seu papel em cumprir o IDE do Senhor Jesus. Infelizmente, hoje as pessoas estão vivendo um estado de torpor e praticando o pecado da omissão; sabe o que deve ser feito, mas não fazem.
Destacamos também a visão de que os campos estavam brancos para a ceifa. Os cristãos primitivos aproveitavam as oportunidades, cada situação era um momento propício para a pregação do evangelho. Paulo até mesmo diante das maiores autoridades da época defendia e pregava as verdades do evangelho. Em momentos de prisões e perseguições ele anunciava e chegou a dizer que as perseguições contribuíam para maior proveito do evangelho. No presente século a maioria das ficam esperando a baixa do dólar e dinheiro no caixa da igreja. O escritor Salomão disse que quem “observa o vento nunca plantará e quem olha as nuvens nunca ceifará”. Precisamos acordar e compreender a urgência da obra missionária, pois na África existe mais de 3500 grupos etnolinguísticos em 56 países. São 756 mil pigmeus espalhados nas florestas da África. Na Ásia e Oriente Médio mais de 89 milhões de povos tribais. Na Oceania são 1238 grupos etnolinguísticos separados em 25 mil ilhas. Um milhão de crianças no comércio sexual de escravos (leilão de virgens). A droga ataca 65% da juventude internacional.
Os cristãos sabiam que a obra missionária dependia exclusivamente do poder do Espírito Santo. Eles estavam cônscios que através do sobrenatural de Deus é que as pessoas se converteriam ao Evangelho. Hoje, a maioria das igrejas estão confiadas em seu poder aquisitivo, muitos líderes em seus estudos, pregadores em sua oratória e popularidade, esquecendo-se do principal que é a unção de Deus sobre a vida. Deus não usa métodos e sim pessoas ungidas.
Estes e outros motivos fizeram com que o Evangelho saísse de Jerusalém e alcançasse os confins da terra; fez a igreja ver o que Deus vê e que o povo de Deus trocasse vida, posse e bens pela expansão do reino de Deus.
Que Deus nos ajude a ter o mesmo sentimento que houve sem seu filho JESUS.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Reflexões sobre a Educação Teológica no Brasil

            Fazendo uma retrospectiva sobre a Educação Teológica no Brasil, fico maravilhado pela aceitação e o crescimento em várias regiões e ramificações evangélicas. Digo aceitação, pois no passado a educação, mormente a teológica era visto como profanação, algo que pudesse abalar a fé dos fiéis e comprometer a sã doutrina. Quanto ao crescimento, vejo como positivo, mas me preocupo, pois está faltando em muitos núcleos educandários à devida qualidade na formação do ser de uma maneira holística.
O termo Educação, do latim “educere”, significa extrair, tirar, desenvolver, que consiste essencialmente na formação do caráter do homem. Se a educação pretende desenvolver o caráter, penso que na teológica precisamos gerar o caráter de Deus na vida do teologando e não conhecimento engessado e feito em laboratórios para atender esta ou aquela necessidade. Precisamos conhecer mais de Deus e menos de instituição religiosa. O profeta Oséias vaticinou em uma época de densas trevas: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”. Urge que tenhamos um conhecimento mais bíblico e cristocêntrico e não antropológico e místico.
Nesta década que milito como docente na área teológica tenho visto o quanto muitas pessoas estão mais preocupadas com diplomas do que com conhecimento e com a responsabilidade de ser mostrar a Deus como varão aprovado e que maneja bem a Palavra da Verdade. A teologia como defendia os “Pais da Igreja” trabalhava com a verdade. Infelizmente existem muitos professores e escolas abrindo mão de trabalhar com a verdade para atender as demandas de uma sociedade pluralista, capitalista e hedonista.
Às vezes, em minhas ilações, me pergunto: Que Teologia Paulo ensinaria? Será que ele seria aceito e muitas escolas ou pregaria em convenções? Como ele se comportaria ao participar de um show gospel com pessoas assobiando e tirando foto durante um culto? Qual seria a reação dele ao ver pessoas sendo consagradas para serem cabos eleitorais? Como ele reagiria ao ver líderes fazendo da igreja um negócio, onde é um cabide de emprego da família e só assumem campos aqueles que são coniventes com tais práticas? O que ele diria deste casamento que vemos hoje da igreja com a política, onde muitas festas religiosas são patrocinadas com dinheiro público?
Estas e outras perguntas me consomem, pois acredito que Deus instituiu a igreja com seus respectivos líderes e liderados para uma tarefa bem mais sublime. Paulo ensinava uma teologia que se ratificava com demonstração de poder e salvação dos perdidos. . .ensinava a verdade que confrontava os ouvintes com suas práticas diárias. . .ensinava que o caráter estava acima de qualquer carisma ou dom. . .pregava que a vocação é divina e que o ministério não é um negocio. . .pregava Cristo onde Ele ainda não havia sido anunciado. . .enfatizava que a razão de existir de uma igreja é o cumprimento da grande comissão. . .
Este artigo é apenas um aperitivo para que venhamos repensar sobre o que está sendo ensinado em nossas escolas e em nossos templos, pois apesar do crescimento do estudo teológico a igreja vive uma crise de identidade. . .
Que Deus nos ajude a voltar para a verdade. . .