A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

domingo, 15 de abril de 2012

Reflexões Pastorais II

           
            Observando o atual panorama das igrejas, constatamos uma similitude com as igrejas registradas no livro Apocalipse. A exemplo da igreja de Éfeso, vemos uma igreja que é operante, mas que perdeu a real motivação para a realização da obra que é o AMOR. Seguindo a mesma linha da igreja de Pérgamo, uma igreja que vive de favores imperiais tendo muito de seus eventos patrocinados com dinheiro público, mesmo sabendo de sua inconstitucionalidade e tolera culto às personalidades do mundo Gospel.
            A igreja de Tiatira se reflete na igreja atual quando encontramos pessoas que toleram a idolatria, pois o amor ao dinheiro tem sido o deus de muitas pessoas e a imoralidade. A de Sardes uma igreja morta e que não fazia mais diferença ma sociedade onde estava. E por ultimo, a de Laodicéia que era indiferente, uma igreja que tinha um conceito de si mesma e pensava ser a verdade.
Diante deste quadro, lembro-me de um noticiário que mostrava numa cidade do Canadá, uma árvore bem alta chamada sequoia caiu e fez um grande estrago, quebrando fios de eletricidade e interrompendo o trânsito. Quando os técnicos foram avaliar o motivo de uma árvore centenária ter caído, descobriram que um grande número de cupins ao decorrer dos anos causou o problema”.
O mesmo acontece na vida da Igreja. A Igreja foi instituída por Deus há quase dois mil anos, ocasião em que houve o derramamento do Espírito Santo no dia da Festa de Pentecostes; durante o transcurso da história eclesiástica vemos uma igreja que fora solapada pelas heresias, ocasião esta em que surgiram polemistas e apologistas; enfrentou as hostilidades de reis cruéis e viveu um período chamado de “Idade das Trevas”. Passou pela Reforma no século quinze, enfrentou duras inquirições no período do Iluminismo chegando até o presente século. Cada época teve seus desafios, assim como hoje, temos também os desafios a vencer. Vivemos uma época marcada pelo relativismo, pelo pragmatismo, pelo consumismo, pelo materialismo e de inversão de valores. Algumas dessas filosofias e ideologias têm adentrado em meio a membresia e de maneira sutil tem causando danos à obra de Deus.
É necessário detectarmos tais “raposinhas” que andam destruindo de maneira paulatina a vinha. Entendermos que a queda não é instantânea, e sim processual; começamos a permitir algumas coisinhas; um pecado aqui, outro acolá; numa falha aqui, outra ali, e assim vamos baixando o padrão. De repente, vem a queda.
Precisamos voltar às Escrituras, deixar estas palavras criar raízes em nosso ser, pois somente assim, a exemplo dos bispos e apóstolos que com a sua própria vida não deixaram de pregar a verdade, mesmo diante de perseguições e de situações mais adversas, iremos também levantar o estandarte do Evangelho.
            As palavras bíblicas nos exortam ainda nos dias atuais. Somos luzeiros, sal da terra. A Igreja é a coluna e firmeza da verdade e multiforme sabedoria de Deus e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Ela é a menina dos olhos de Deus.

terça-feira, 3 de abril de 2012

                                         Reflexões Pastorais

Na Pequena ilha de Faros, Ptolomeu Philadelfo, mandou construir uma importante e majestosa torre de alvíssimo mármore, com 35 metros de altura. No cimo do monumento foram instalados potentes faróis a projetar luz abundante a grande distância, a fim de orientar os navegantes que por ali passassem. Esse monumento, por sua grandeza e riqueza, passou a ser conhecido com Farol de Alexandria e na época foi considerada uma das sete maravilhas do mundo. Qualquer pessoa que vivesse naquela época, ao contemplar a solidez da construção do notável monumento concluiria estar diante de uma obra de eterna duração. Entretanto, um terremoto, no ano de 1302, destruiu a ação que parecia desafiar a ação dos séculos. A catástrofe teve como resultado a extinção do farol mais famoso da terra.
Tendo como pano de fundo, as Sete Igrejas da Ásia Menor bem como o conteúdo das cartas a elas endereçadas, temos que entender que hoje, quase 2000 anos depois, urge resgatar o valor daquelas cartas, pois ao analisarmos a igreja, vemos que falta visão, ausência de brilho, escassez de visão, secularização, acomodação à superficialidade, fragilidade doutrinária, a inexistência de uma missiologia no programa da Igreja, debilidade teológica e tantas outras enfermidades.
Todos os que possuem alguma parcela de responsabilidade na obra de Deus estão convictos de que a Igreja de nossos dias não é luzeiro dos dias apostólicos e que algo está faltando para seu perfeito funcionamento. A igreja possui o mesmo nome de cristã, mas não tem a mesma vida, a mesma vitalidade.
Esboçando um pouco a história da Igreja, veremos que passou por caminhos escabrosos. Em sua saga, defendendo o Evangelho do Senhor Jesus Cristo experimentou altos e baixos, sendo que, durante um tempo enorme a igreja preferiu o caminho diplomático da convivência daquilo que agride o puro evangelho. A Secularização do sagrado e a espiritualização do secular, esta inversão está acontecendo e, resultando num casamento misto entre a igreja e a sociedade divorciada de Deus, tal qual o de Salomão com a Filha de Faraó do Egito (I Rs 3:1).
Quando falo de igreja, refiro-me a cada um de nós, a cada pessoa que se diz lavada pelo sangue do Cordeiro. Estou escrevendo à pessoa e não à massa; ao indivíduo e não às aglomerações; aos seres vivos, humanos, e não às instituições, por isso convido ao leitor a fazermos a diferença nesta sociedade.