O Desafio da
Geração de Samuel
Ao perder o sono
nesta madrugada, depois de orar peguei a Bíblia para estudar e minha atenção
fixou-se nos primeiros capítulos do livro de I Samuel. O contexto nos revela
primeiramente um período de transição entre a judicatura para a monarquia; depois
de aproximadamente 350 anos vivendo um período de altos e baixos, Israel agora
está prestes a pedir a Deus um Rei. Outro fator observado é o que a perícope
nos diz que a palavra de Deus era muito rara naqueles dias e não havia visão
manifesta.
Neste contexto de densas trevas e de conturbação vemos um
sacerdote já velho e sem visão espiritual que deixou o ofício por contas de
seus filhos, que tinham como características; "homens desprezíveis e não
se importavam (conheciam) com o Senhor." No ofício do sacerdócio eles
praticavam vários pecados, dentre os quais decorreremos a seguir.
Retia
parte da oferta acima do permitido -
segundo a lei o sacerdote tinha parte das ofertas sacrificadas. Em Lv 7:34 nos
diz que era o peito e as coxas, mas o que os filhos de Eli estavam fazendo
excedia a lei. Infelizmente em muitos lugares hoje vemos este mesmo pecado
sendo cometido no exercício do ministério, quando líderes religiosos usando do
nome de Deus e de ungido reivindicam altos salários e mordomias ministeriais.
Muitos líderes estão insatisfeitos com tudo e querem ostentar em cima da fé dos
fiéis, não se importando com a lei do Senhor ou até mesmo interpretando-a
segundo suas concupsciências.
Não
esperava a gordura queimar como sacrifício a Deus - é interessante estudar sobre este ponto, pois representa o
sacrifício por completo por parte do ofertante, esta era a essência do
sacrifício. Em Lv 3:3-5 que esta oferta queimada era aroma de cheiro suave ao
Senhor. Nos dias atuais as pessoas estão atentando mais pra o rito do que para
a essência das coisas, mais para o profissionalismo do que a vocação. O
sacrifício deve ser feito por inteiro. Como disse Paulo: Oferecer o vosso corpo
como sacrifício, vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
Desprezava
a oferta do Senhor - desprezavam as ofertas,
pois tratavam-na como algo trivial, não reconhecia o sacrifício do ofertante. Seu
compromisso era com a vida e não com Deus. Isto acontece quando se perde o
temor pelo sagrado e a visão se torna turva. O próprio pai, sacerdote Eli, não
conseguiu discernir o clamor de Ana e a teve como embriagada. Infelizmente, as
pessoas hoje perderam o respeito pelo sagrado e a dimensão da santidade de Deus.
Contra estes tipos de pecados, Deus levantou Samuel e hoje está
levantando a geração de Samuel que tem como missão denunciar o pecado na casa
do sacerdote. Precisamos, a exemplo de Samuel não temer o teor da mensagem
divina e nem ao líder em pecado, mas cumprir com excelência a mensagem em sua
totalidade. Devemos amar menos os louros da fama e mais os cravos do calvário,
menos os lugares de honra e mais a intimidade com Deus.
Que Deus nos ajude. . .