A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sábado, 27 de julho de 2013

Os Olhos . . . Janela da Vida ou da Morte?

            Segundo os judeus, os olhos constitui uma das 5 (cinco) janelas da alma. O próprio Senhor Jesus nos advertiu que “os olhos são a candeia do corpo, se os seus olhos forem bons, todo o vosso corpo estará em luz, porém se forem maus, todo o vosso corpo estará em trevas”. Através desta premissa, deduzimos que o nosso viver será determinado pelo que vemos. Por isso, precisamos ser seletivos naquilo que olhamos.
            Analisando algumas histórias bíblicas, vejo que grandes fracassos espirituais começaram com um olhar, pois através deste vem a sedução e o desejo pelo que é proibido e mal.
            O primeiro exemplo que vejo nas escrituras é o caso de Ló. Quando houve uma contenda entre os pastores de Abrão e Ló, os dois se separaram; na ocasião, Abrão deu o direito de escolha para seu sobrinho Ló. O relato nos diz que Ló olhou para as campinas do Jordão que se parecia com o Jardim de Deus e tomou a decisão. O fim da história todos conhecem. . . aquilo que se parecia com o jardim de Deus, na realidade era uma terra dominada pelo pecado, cujo o clamor chegava até os céus e que mais tarde foi destruída. Esta história se repete na vida de muitas pessoas hoje, pois andam atrás daquilo que se parece e não daquilo que realmente é.
            O segundo exemplo acontece com um grande juiz de Israel, homem que teve um nascimento  vaticinado por um anjo, nascera para ser nazireu de Deus e com um chamado de libertar o povo da opressão dos filisteus. Este homem por nome de Sansão teve os olhos embriagado por uma filistéia. O texto e bastante explícito a descrever as palavras de Sansão quando seu pai foi advertí-lo: “é dela que os meus olhos se agradam”; aqui começa o declínio do homem mais forte que já existiu. O homem que conseguiu dominar muitas coisas, não foi capaz de dominar seus olhos. Casou-se com uma inimiga do povo de Deus, porque teve seus olhos cegos por umas mulher.
            O que dizer dos nossos pais no Jardim do Éden ao desobedecer a ordem divina sobre o fruto da árvore que estava no meio do Jardim e foi expulso do Jardim. O que dizer de Davi que estava em seu terraço e seus olhos de fixaram em uma mulher casada e cometeu adultério e suicídio.. O que dizer de Geazi que atentou para as riquezas de Naamã e fixou leproso.
            Jesus estava tão convicto do mal que estava em atentar para coisas ilícitas que chegou a dizer: “Se teu olho escandalizar, arranca-o e lança fora, pois é melhor entrar no reino do céu cego, do que com olho ser lançado no inferno”.
            Diante de tantas barbáries originadas com o olhar, vamos fazer como Jó que fez um pacto para não fixar seus olhos em uma virgem. Vamos seguir o exemplo divino à igreja de Laodicéia e ungir nossos olhos com colírio para vermos. Vamos orar como o salmista: “desvenda os meus olhos para que veja as maravilhas da tua lei”. Daví chegou a dizer: “Os meus olhos estão continuamente no Senhor, pois Ele livrará os meus pés da rede”. O Escritor aos Hebreus chegou a dizer: “Olhando firmemente para o autor e consumador da nossa fé”.

            Deus nos deu olhos, vamos usá-lo para o que é edificante e louvável. Paulo disse que não podemos usar nenhum membro de nosso corpo ao pecado como instrumento de iniquidade, mas sim como instrumentos de justiça. Que a exemplo de Isaías, Jeremias, Ezequiel e vários outros profetas nossos olhos venham deslumbrar a presença e a glória de Deus.

quinta-feira, 18 de julho de 2013

O Segredo do Triunfo de José

Indubitavelmente a vida e a história de José tangencia a nossa vivência, pois passamos por lições em nosso cotidiano bastante semelhante. José se torna um exemplo para aqueles passou por perdas profundas, decepções e traição, castigos e calúnias, bem como aqueles que se encontram preso literalmente e até mesmo aqueles que se encontram no cárcere da emoção que não conseguem encontrar forças para lutar.
Olhando a história de maneira minuciosa, pergunto-me: o que fez com que José encontrasse força para vencer todos os embates na vida? O que levou José a rejeitar se deitar com a mulher de Potifá? O que levou este homem a se manter fiel, mesmo em adversidades? 
Tentando responder estas perguntas, percebo que a fé no Deus de seu pai fizera e fora determinante para que mesmo longe da família e dos amigos, ele vencesse. Atentemos bem para o fato de que a partir do relato bíblico, José tivera um sonho e diante disto percebemos a teologia formulada por José em sua saga.
José cria que Deus estava no controle das adversidades em sua vida. A maneira como José encarava as aparentes contradições da vida e as vicissitudes nos ratificam isto. Ao ser vendido como escravo, ao trabalhar como escravo, ao ser caluniado e ao viver no cárcere a bíblia nos aponta que Deus sempre estava com José e abençoava tudo que ele colocava as mãos. Precisamos crer na teologia da soberania divina, crer que Deus está no controle da história. O grande apóstolo da igreja primitiva deixou registrado que todas as coisas contribui para o bem daqueles que amam a Deus. Em outra passagem, os irmãos de Filipos estavam preocupados com a perseguição que Paulo estava sofrendo e então Paulo explica: “Todas as coisas que estão me acontecendo contribui para o maior avanço da obra de Deus”. Deus tem o controle, todo o poder está nas suas mãos. 
Desesperamos muitas vezes, pois ficamos tão inebriados com a circunstâncias e nos esquecemos de olhar para o grande propósito de Deus. Quem tenhamos firmes a esperança de que Deus sabe o que faz e jamais erra e seus projetos. Jó asseverou: “eu sei que tudo podes e nenhum de seus projetos podem ser impedidos”. Creia que Deus está usando toda a situação adversa para te abençoar. Paulo ao falar de provações, conclui: “Esta leve e momentânea tribulação produz um peso de glória excelente”. Estas são frases de homens que apesar dos momentos difíceis, venceram pois cria que Deus estava no controle de todas as coisas. 
Apesar de estar vivendo em uma terra longínqua e estranha, enfrentando crises existenciais e anonimato, José cria que o seu nome não é esquecido por Deus. Ele não abria mão de Deus em sua vida, ele recusou deitar-se com a mulher de Potifá, pois tinha temor a Deus e não queria abir mão disso. Deus era tudo que lhe restara em uma terra estranha, politeísta; onde humanamente estaria fadado a viver sem família dos seus pais e como escravo o resto da vida. Quando interpreta o sonho do copeiro ele diz: “lembra-te de mim”!. Esta exclamativa revela que dentro dele ainda tinha desejo de mudar de vida e situação. 
Infelizmente as pessoas confiam muito em apadrinhamento, nos conchaves político, na propaganda eclesiástica e nas agendas em congressos pomposos na escalada ao “sucesso ministerial”. José nos ensina que por mais que as pessoas não lembram de você e de seu nome, Deus conhece você pelo nome. Isaías vaticinou que Deus tem nosso nome gravado na palma das mãos, nos transmitindo a verdade que Deus não esquece de nós um só momento. Davi estava no campo quando Deus o chamou para ungir rei de Israel; Amós estava cuidando de bois e plantando sicômoros quando Deus o chamou para ser profeta; Moisés estava no deserto foragido do Egito quando Deus o chamou para ser o grande libertador de Israel. Não imposta onde você está ou o que esteja passando creia que Deus não esquece do seu nome. 
Em terceiro e último lugar José cria que a sua vitória estava no sobrenatural de Deus. Imaginemos o histórico de vida de José.; escravo e agora prisioneiro sob a acusação de tentar deitar com a esposa de uma das autoridades do Egito. Que prognóstico você faria de uma pessoa com este histórico? O fato de José se tornar governador do Egito contraria a lógica e qualquer pensamento humano, pois o sobrenatural de Deus fez acontecer. O agir de Deus é inexplicável, pois ele confunde os sábios. Entendendo esta grande verdade Paulo versa: “Oh profundidade de riqueza, tanto de ciência, quanto de sabedoria. Quão insondáveis são os teus juízos e inescrutáveis são os seus caminhos”.
Vivemos dias de densas trevas, Jesus nos advertiu que chegaria um dia em que as pessoas não teria fé suficiente. Precisamos crer que Deus vai agir. É lamentável vermos pessoas crendo mais em promessas de político do que nas promessas de Deus; pessoas confiando no “jeitinho brasileiro” e não no agir de Deus. Abra os olhos espirituais e veja o que as mãos invisíveis de Deus estão fazendo em prol da sua vitória.
Quando chegar o dia de Deus agir na história do servo fiel, ninguém pode impedir. O Profeta Isaías expressou dizendo: “Operando Deus, quem impedirá?
Que venhamos crer nesta verdade todos os dias. Deus vai bradar. . . creia nisso!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Realidades de um Milagre

            A própria palavra “milagre”, já nos remete a algo que foge do mundo natural e na maioria da vezes não tem explicação. Milagre se caracteriza pela suspensão das leis naturais, é quando existe uma intervenção de Deus sobre a lógica, sobre o que é natural e explicável pela razão humana. 
            Esta pergunta me veio à mente ao me deparar com uma pergunta do salmista: “Porventura, poderá Deus preparar uma mesa no deserto?”
            Ao narrar alguns momentos da saga do povo de Deus (Israel), o salmista revela o quanto o povo murmurara ao colocar em dúvida o poder de Deus. O povo que mais viu milagre não conseguia transformar isto em uma teologia que pudesse solidificá-lo em uma fé genuína no eterno Deus.                     
            Todos precisamos e queremos milagre em nossas vidas, mas esquecemo-nos que para se chegar ao milagre experimentamos o caos, a morte e as piores situações. A família de Lázaro precisou vê-lo sepultado a 4 dias para ver o grande milagre da ressurreição. O povo de Israel precisou estar diante do exército de Faraó e o mar vermelho para se deparar com o maior milagre da história ao ver o mar se abrindo ao meio dando-lhe a saída para uma nova vida.
            Diante do exposto pelo salmista o povo estava atravessando um deserto. A própria palavra deserto nos causa medo, pois pensamos em solidão, escassez, morte, dificuldade, fome, sede e perigos constantes. Diante deste panorama percebemos que o caos precede o milagre; é necessário que haja morte para que tenha ressurreição. . . é necessário que exista a escassez de alimentos para que haja multiplicação de pão.
            O povo de Israel precisava de um milagre, mas achava que o problema era maior que o agir de Deus. Se notarmos os detalhes da caminhada do povo de Israel, constataremos que sempre o povo focava o problema e não no poder de Deus. Quando se foca no problema perdemos a perspectiva do agir de Deus. Infelizmente, a maioria das pessoas preferem olhar para as perdas e o momento adverso do que para Deus e o seu poder de operar infinitamente em nossas vidas. O mesmo salmista nos diz: “O Senhor é meu pastor e nada me faltará”, o profeta Isaías nos vaticina: “Operando Deus, quem impedirá?”. Enquanto focarmos o problema e as circunstâncias da vida não desfrutaremos dos milagres de Deus.
            O povo de Israel enxergava o milagre como uma obrigação de Deus para com eles e não um ato de benevolência. Percebemos que o relacionamento de Israel com Deus tivera em muitos momentos uma relação de troca, relacionamento infantil onde a murmuração e a liturgia equivocada era uma constante na vida do povo. Os tempos passaram, mas a síndrome continua a mesma, pessoas infectadas por falsos ensinamentos acreditam e vivem pensando que Deus tem uma obrigação de abençoá-los. As dádivas de Deus e seus milagres são sempre um sinal de sua misericórdia para com o seu povo.

            Aprendemos que o milagre não pode ser um fim em si mesmo, mas um meio de solidificar nossa fé em Deus. Analisando a história do povo de Israel percebemos que o povo que mais viu milagres não entrou na terra prometida, exceto Josué e Calebe. Apesar de contemplar vários tipos de milagre e a mão forte do Senhor, não foi suficiente para que o povo tivesse uma vida de obediência aos mandamentos de Deus e gratidão. Esta geração andou perambulando 40 anos no deserto por murmurar contra Deus. Este mesmo mal tem acometido muitos no presente século, onde as pessoas vivem a busca de milagre, mas dissociados de uma vida de obediência a palavra de Deus. Os milagres de Deus são oportunidade de revelação de Deus em nossa vida.