A Reforma
Protestante Hoje
Estamos comemorando mais um ano de
aniversário da “Reforma Protestante”, momento este que deve nos levar a uma
reflexão, pois a história só faz sentido se soubermos aplicá-la em nosso viver
diário, e assim não cometer os mesmos erros.
O grande personagem da Reforma, sem
dúvida, Martinho Lutero, que reforçou o
pensamento de seus predecessores Huss, Wycliffe e Savonarola se indignou e
protestou contra muitas anomalias teológicas. Quero destacar alguns pormenores
do contexto vivido em 1500 a.C.
Lutero não se conformava com a
vida nababesca e de corrupção que o clero vivia. Isto indignou mundo
Lutero, pois a cúria ostentava uma vida luxuosa enquanto o povo vivia na
miséria e mesmo assim contribuindo para a igreja. Em sua visita à Roma, o
grande sonho virou um pesadelo ao se deparar com o luxo dentro dos aposentos
dos clérigos, bem como a suntuosidade das catedrais. Segundo Cairns (1995)
"a corrupção atingira todas as hierarquias da igreja romana, os clérigos
compravam e vendiam cargos livremente e recebiam altos salários sem prestar o
devido ofício, a justiça era vendida e comprada nas cortes eclesiásticas e muitos
sacerdotes viviam uma vida de pecado. Em nossos dias deparamo-nos com o mesmo
retrato, as igrejas medievais com seus vitrais e modelos góticos deram lugar a
arquitetura moderna. . . a vida de muitos “pastores” se resumem apenas em
lucrar, conquistar jatos, carros
importados, fama e mansões. Infelizmente existem atos espúrios acontecendo em
nossos arraiais e que precisam ser varridos não para debaixo do tapete e sim
para fora da igreja. Esta não é a vida que Deus espera de sua igreja. A Igreja
precisa voltar ao foco de que Deus quer Almas e não clientes, requer de nós uma
vida pia e santa e não uma vida baseado no ter e nas conquistas terrenas.
Outra fator a meditar é que Lutero
condenou tenazmente a exploração da fé. Todos sabem o quanto a igreja
negociava com as benesses do Evangelho, tais como: vendas de indulgências,
superstições e o terror nas pregações quanto ao julgamento de Deus. Naquela
época existia a coleção de relíquias, tais como pedaços da cruz, fragmentos do
pão usado por Jesus na Santa Ceia e ossos de santos que se tornaram moda, pois
acreditava que o simples olhar para elas reduzia tempo de uma pessoa no
purgatório. Um dos divulgadores das indulgências, Tetzel, usava de métodos
coercitivos para aumentar as vendas. A história se repete e hoje contemplamos
tais práticas em nossos púlpitos, tudo feito em nome de Deus e da fé, visando
apenas as cifras. É comum vermos campanhas e mais campanhas, mercadores do
evangelho negociando as bênçãos de Deus, traficando o evangelho e enganando os
membros com fórmulas mágicas e as vendas de produtos ungidos que nada adiantam.
Cultos que se parecem mais com casa de jogos, onde quem dá a maior oferta leva
o brinde. Esta é a triste realidade que vivemos, pessoas doentes, líderes sem
vocação e de muitos gurus evangélicos. Que Deus nos ajude a mudar esta
história.
Um outro ponto nevrálgico que
indignou Lutero foi o casamento igreja e estado. Nesta época o bispo era
que destituía e instituía reis, a saber, aqueles que davam maior rentabilidade
para a igreja. O nepotismo, a simonia e sinecura eram práticas normais.
Infelizmente, esta prática vem acontecendo hoje com uma nova roupagem, as
desculpas são sempre as mesmas: “vamos defender a igreja”, “vamos lutar pelos
nossos direitos”, vamos impedir algumas leis anticristãs que estão tramitando”.
O que vemos são festas de igrejas sendo financiadas com verbas públicas, algo
que é inconstitucional, mas sempre usam os meandros da lei para tal prática
espúria. Temos o desprazer de ver vários pastores se envolvendo em corrupção e
em negócios ilícitos. É hora de reforma. . .não nos esqueçamos que Jesus vem
buscar um povo seu, especial,zeloso e de boas obras..
Em contraste com a vida luxuosa do
clero e as construções suntuosas das catedrais estava a miséria do povo. A
igreja não se preocupava com os necessitados, órfãos e viúvas. Lutero pregou
contra esta letargia da igreja com o povo. Enquanto a igreja pregava indulgência explorando a fé do
povo em prol de uma vida melhor no além, a cúria vivia uma vida luxuosa e o
povo em misérias. Este fato é muito presente em nossos dias, pois muitos
líderes e pregadores prometem uma vida próspera que só eles mesmos vivem,
enquanto o povo vive em miséria. Vivemos hoje a igreja de Laodicéia que se
enriqueceu aos seus olhos e ficou pobre diante de Deus, considera que tem as
melhores vestes, mas está nua diante do supremo pastor. Missões continua sendo
a razão de ser e existir de uma igreja. Jesus ao olhar para a multidão teve
compaixão, pois as via como ovelhas que não tem pastor.
A nossa história precisa ser mudada,
lutemos e clamemos a Deus por um genuíno avivamento, não estes de fins de
semana, mas daqueles que duram para romper com estruturas humanas e implante sobrenatural
de Deus em nossas vidas. . .
É hora de mudarmos a nossa história
pela história de Deus. . .