A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sábado, 2 de novembro de 2013

A Reforma Protestante Hoje

             Estamos comemorando mais um ano de aniversário da “Reforma Protestante”, momento este que deve nos levar a uma reflexão, pois a história só faz sentido se soubermos aplicá-la em nosso viver diário, e assim não cometer os mesmos erros.
            O grande personagem da Reforma, sem dúvida, Martinho Lutero, que  reforçou o pensamento de seus predecessores Huss, Wycliffe e Savonarola se indignou e protestou contra muitas anomalias teológicas. Quero destacar alguns pormenores do contexto vivido em 1500 a.C.
            Lutero não se conformava com a vida nababesca e de corrupção que o clero vivia. Isto indignou mundo Lutero, pois a cúria ostentava uma vida luxuosa enquanto o povo vivia na miséria e mesmo assim contribuindo para a igreja. Em sua visita à Roma, o grande sonho virou um pesadelo ao se deparar com o luxo dentro dos aposentos dos clérigos, bem como a suntuosidade das catedrais. Segundo Cairns (1995) "a corrupção atingira todas as hierarquias da igreja romana, os clérigos compravam e vendiam cargos livremente e recebiam altos salários sem prestar o devido ofício, a justiça era vendida e comprada nas cortes eclesiásticas e muitos sacerdotes viviam uma vida de pecado. Em nossos dias deparamo-nos com o mesmo retrato, as igrejas medievais com seus vitrais e modelos góticos deram lugar a arquitetura moderna. . . a vida de muitos “pastores” se resumem apenas em lucrar,  conquistar jatos, carros importados, fama e mansões. Infelizmente existem atos espúrios acontecendo em nossos arraiais e que precisam ser varridos não para debaixo do tapete e sim para fora da igreja. Esta não é a vida que Deus espera de sua igreja. A Igreja precisa voltar ao foco de que Deus quer Almas e não clientes, requer de nós uma vida pia e santa e não uma vida baseado no ter e nas conquistas terrenas.
            Outra fator a meditar é que Lutero condenou tenazmente a exploração da fé. Todos sabem o quanto a igreja negociava com as benesses do Evangelho, tais como: vendas de indulgências, superstições e o terror nas pregações quanto ao julgamento de Deus. Naquela época existia a coleção de relíquias, tais como pedaços da cruz, fragmentos do pão usado por Jesus na Santa Ceia e ossos de santos que se tornaram moda, pois acreditava que o simples olhar para elas reduzia tempo de uma pessoa no purgatório. Um dos divulgadores das indulgências, Tetzel, usava de métodos coercitivos para aumentar as vendas. A história se repete e hoje contemplamos tais práticas em nossos púlpitos, tudo feito em nome de Deus e da fé, visando apenas as cifras. É comum vermos campanhas e mais campanhas, mercadores do evangelho negociando as bênçãos de Deus, traficando o evangelho e enganando os membros com fórmulas mágicas e as vendas de produtos ungidos que nada adiantam. Cultos que se parecem mais com casa de jogos, onde quem dá a maior oferta leva o brinde. Esta é a triste realidade que vivemos, pessoas doentes, líderes sem vocação e de muitos gurus evangélicos. Que Deus nos ajude a mudar esta história.
            Um outro ponto nevrálgico que indignou Lutero foi o casamento igreja e estado. Nesta época o bispo era que destituía e instituía reis, a saber, aqueles que davam maior rentabilidade para a igreja. O nepotismo, a simonia e sinecura eram práticas normais. Infelizmente, esta prática vem acontecendo hoje com uma nova roupagem, as desculpas são sempre as mesmas: “vamos defender a igreja”, “vamos lutar pelos nossos direitos”, vamos impedir algumas leis anticristãs que estão tramitando”. O que vemos são festas de igrejas sendo financiadas com verbas públicas, algo que é inconstitucional, mas sempre usam os meandros da lei para tal prática espúria. Temos o desprazer de ver vários pastores se envolvendo em corrupção e em negócios ilícitos. É hora de reforma. . .não nos esqueçamos que Jesus vem buscar um povo seu, especial,zeloso e de boas obras..
            Em contraste com a vida luxuosa do clero e as construções suntuosas das catedrais estava a miséria do povo. A igreja não se preocupava com os necessitados, órfãos e viúvas. Lutero pregou contra esta letargia da igreja com o povo. Enquanto a  igreja pregava indulgência explorando a fé do povo em prol de uma vida melhor no além, a cúria vivia uma vida luxuosa e o povo em misérias. Este fato é muito presente em nossos dias, pois muitos líderes e pregadores prometem uma vida próspera que só eles mesmos vivem, enquanto o povo vive em miséria. Vivemos hoje a igreja de Laodicéia que se enriqueceu aos seus olhos e ficou pobre diante de Deus, considera que tem as melhores vestes, mas está nua diante do supremo pastor. Missões continua sendo a razão de ser e existir de uma igreja. Jesus ao olhar para a multidão teve compaixão, pois as via como ovelhas que não tem pastor.
            A nossa história precisa ser mudada, lutemos e clamemos a Deus por um genuíno avivamento, não estes de fins de semana, mas daqueles que duram para romper com estruturas humanas e implante sobrenatural de Deus em nossas vidas. . .

            É hora de mudarmos a nossa história pela história de Deus. . .