A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sexta-feira, 31 de outubro de 2014

Elias, características de um Reformador

Fazendo um paralelo entre os dias de Elias com os atuais, constatamos o quanto precisamos de uma reforma em nossos púlpitos. Nos dias de Elias detectamos um sincretismo religioso, a corrupção dos profetas, a leviandade da nação e a crise sacerdotal e profética.
Diante de tais pormenores, Deus em sua infinita graça levanta Elias para fazer a diferença naquela geração que chafurdava em uma vida de pecado e se distanciava mais e mais dos ditames divino. Elias nos serve de exemplo e lições para que venhamos impactar a nossa geração.
Elias fez a diferença, pois tinha convicção de sua vocação. No livro de I Reis 17 vemos Elias entrando no contexto da história como profeta diante do Rei Acabe vaticinando de maneira parenítica. Falou ao Rei que a partir daquele momento só choveria conforme à sua determinação. O escritor Tiago nos conta que Elias orou e durante 3 anos e meio não houve chuva sobre a terra. Carecemos hoje de homens do calibre de Elias que tenham convicção de sua chamada e a viva com responsabilidade cumprindo os desígnios de Deus.
Outro fator decisivo de Elias é que não compactuava com a mesa de Jezabel. Enquanto muitos faziam parte da mesa de Acabe e sua esposa, logrando das benesses do reino e dos prazeres efêmeros, Elias vivia no deserto prostrado ante a vontade de Deus. Em nossos dias percebemos pessoas coniventes com muitos líderes pelo status que lhe é proporcionado, pela consagração e pelas oportunidades oferecidas. Ressalto que Deus não aceita o pecado e não se curva a autoridades terrenas. Jesus nos advertiu para temermos a Ele que depois de matar tem poder para lançar no inferno.
Cônscio de seu chamado, Elias era fiel à mensagem divina. Em diversos trechos do relato no livro de Reis vemos Elias dizendo: "Assim diz o Senhor". Esta deve ser a postura de alguém que é vocacionado por Deus; tem de ser fiel à mensagem divina e não se curvar as conveniências do ministério. Temos visto muita esterilidade espiritual em nossos dias, pois os ministros têm substituído a genuína Palavra de Deus por achismos teológicos, chavões e palavras de efeito. A mensagem de Deus precisa arder em nossos corações novamente para depois arder no coração dos ouvintes.
Elias era obediente à voz de Deus. Quando Deus disse para Elias retirar-se para o Ribeiro de Querite, a Bíblia nos relata que ele "partiu, e fez conforme a Palavra do Senhor". Quando Deus disse para levantar e ir para Serepta, ele se levantou e foi. O vocacionado não tem alvedrio; Deus exige obediência total e incondicional à sua vontade. Infelizmente, constatamos muitos obreiros a exemplo de Jonas que são rebeldes e desobedientes à voz divina.

Se quisermos realmente vermos o fogo queimar no altar e a nação se arrepender aos pés de Cristo precisamos fazer a nossa parte e mudarmos de vida, de pensamento e de conduta. Deus conta conosco para esta grande Obra.

domingo, 7 de setembro de 2014

Os Ensinos de Judas para a Igreja Hodierna

A epístola de Judas, embora escrita em 65-80 d.C., se torna atual devido o teor escriturístico e teológico, pois vivenciamos em um contexto bem semelhante aos irmãos do primeiro século.
Presenciamos hoje igrejas prorrompendo-se no mercado evangélico com nomes tais como, “Igreja Pentencostal do Fogo Azul”, “Igreja Evangélica do Barranco Sagrado” e “Igreja Decantalabasso”. Existem igrejas para todos os gostos neste “self service” evangélico. Os fundadores alegam sempre os mesmos motivos, mas no fundo não passa de uma obsessão pela liderança, revelações sem embasamento bíblico e insubmissão à autoridade eclesiástica.         
Objetivando tratar de tais problemas, Judas escreve sua missiva exortando aos cristãos a batalhar pela fé. A palavra fé aqui faz alusão aos ensinamentos recebidos pelo Senhor Jesus, pregado e defendido pelos apóstolos. Esta era uma marca da igreja primitiva; “perseveravam na doutrina dos apóstolos”. Judas enfatiza que a defesa desta fé será custosa e agonizante, pois iremos contra a cultura, contra aquilo que está na moda e que dá certo. Diante de tantas inovações teológicas, modismos eclesiásticos e negligência na exposição das escrituras, preme batalharmos pelas doutrinas centrais das escrituras. Não podemos negligenciar o estudo sistemático das escrituras, resgatando temas como expiação e graça, novo nascimento e santidade. Dietrich Bonhoeffer, um grande teólogo nos adverte contra o barateamento do cristianismo que se caracterizaria por um conjunto de pressuposições às quais se dá assentimento de atos que se realizam, de siboletes observados, ao invés de ser um relacionamento vibrante, vital e pessoal com Cristo.
Uma das maiores crises de nosso tempo é a falta de raízes teológicas nas escrituras. Que Deus nos desperte mais e mais para voltarmos à essência do Evangelho.
Um outro objetivo de Judas ao escrever esta carta e em alertar a liderança sobre os falsos mestres. Os falsos mestres viviam no seio da igreja disseminando suas doutrinas nocivas de maneira sorrateira. Apesar de estarem em uma comunidade cristã vivem uma vida na sensualidade e de pecado, não se submetem a autoridade e zombam da liderança; andam segundo as suas próprias concupiscências causando divisões e que não tem o Espírito. Judas chega a compará-los com animais irracionais que se corrompem. A motivação dos tais é o prêmio de Balaão.
Para Green (1983), os falsos mestres conspurcavam a festa do amor, eram imorais e infectavam os outros com seus modos lascivos enfatizando a liberdade acima da lei cristã. Infelizmente, muitos estão assentados em lugares de honra em nossos templos e convenções, escrevem livros que são verdadeiros plágios e recortes de vários livros e autores, possui DVDs, cobram altos cachês e arrastam multidões com seus raciocínios pragmáticos e desvirtuados da verdade de Deus. Em sua grande maioria, apresenta contradições em suas prédicas, usam da retórica para o carisma e sempre visam lucros. Judas chega a dizer que são manchas em nossas festas solenes. Que Deus nos conceda graça para que venhamos detectar tais falsificadores e traficantes da palavra e extirpá-los de nosso arraial.
Judas nos dá uma grande missão que é salvá-los de tal vida, tendo misericórdia. Muitas pessoas haviam sido infectadas com o evangelho pregado pelos falsos mestres e estavam iludidas. Esta missão exige de nós embasamento e convicção nas Escrituras para que possamos fazer uma abordagem direta e frontal; e assim vencer o erro com a verdade. Precisamos ter compaixão de tais pessoas, pois as mesmas estão caminhando para a perdição. Deus conta conosco para mudar a vida a história e a eternidade destas pessoas. A nossa missão é tão sublime que Judas nos adverte a edificar-nos na santíssima fé e orar no Espírito. A Bíblia disse que o Deus deste século cegou o entendimento dos incrédulos e que o ministério da iniquidade já opera. É hora de converter aqueles que embora, dentro da casa de Deus estão iludidos com falsos mestres e pseudo teologia. A nossa missão não é tão fácil, mas com a ajuda de Deus obteremos vitória.

Que Deus nos ajude a voltarmos todos os dias pera a leitura e estudo de sua santa palavra. Que venhamos orar como o salmista: “Tire as vendas dos meus olhos para que possa contemplar as maravilhas da tua palavra”.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A Síndrome da Geração do Sacerdote Eli

Observando a história do sacerdote Eli, detecto algumas similitudes com a nossa geração de sacerdote. Para começar o contexto é bem parecido com o nosso, vejamos. Eli foi sacerdote em um momento de transição, transição da judicatura para a monarquia; hoje vivemos este momento de transição de lideranças e várias ondas teológicas e filosóficas. Eli viveu em uma época em que os filhos de Israel fazia o que bem parecia aos seus olhos, a exemplo disto passamos por um período em que os cristãos influenciados pelo relativismo vivem uma vida dúbia e totalmente descompromissada com os postulados cristãos.
Outro ponto a considerar é que Eli vivera em uma época onde a Palavra de Deus era escassa e não havia visão manifesta. Em nossos dias é notório o quanto precisamos de voz profética em nossos púlpitos e de visões celestiais e genuínas para que venha despertar a consciência cristã à sua missão.
Tendo como panorama este sucinto relato do contexto passo a elencar algumas deficiências deste sacerdote.      
Eli era um sacerdote que não tinha autoridade sobre a sua casa. O texto de I Sm 2:22-25 relata que Eli reprendia seus filhos, mas não tomava nenhuma medida para retirá-los do oficio sacerdotal. A Bíblia diz que seus filhos deitavam com mulheres que serviam a porta da congregação além de desprezar as ofertas que eram para o Senhor. Eli como sacerdote tinha poder para destituir seus filhos do ofício sacerdotal, mas não o fez, apenas chamou-os para conversar e o pecado continuou. Esta história se repete no sacerdócio hodierno, existe tanta corrupção na casa do sacerdote que somente Deus para intervir na história. O apóstolo Paulo chegou a dizer que quem não tem cuidado da sua própria casa, como terá da casa de Deus. Precisamos de autoridade de Deus para repreender esta geração sacerdotal que tolera o pecado e Jezabel.
Através do texto vemos que Eli era um homem velho, cego e pesado (I Sm 4:15-16). Imagine a situação este sacerdote, estava limitado pelo tempo, pela visão e pela saúde. Já não tinha vigor para estar na frente do povo, não tinha visão para acompanhar o povo e devido o excesso de peso tinha a saúde debilitada. Infelizmente esta era a triste realidade do sacerdote Eli. O pior é que não sabia que seu tempo já havia terminado como sacerdote e então vai vivendo uma vida de revés. Espiritualmente falando, quantos sacerdotes hoje encontram-se na mesma situação de Eli, velhos precisando de um renovo; cegos espiritualmente precisando cingir os olhos com o colírio da graça e pesados de tanta corrupção. Que Deus venha ter misericórdia de nós e venhamos despertar antes que seja tarde demais.
Com o passar do tempo Eli havia perdido a sensibilidade pela voz de Deus. No relato em que Deus chama a Samuel, Eli só entendeu que era Deus chamando Samuel na terceira vez. O texto diz que Eli entendeu que Deus chamava por Samuel (3:8). Infelizmente, com o passar do tempo Eli perdeu a sensibilidade para ouvir a voz divina, se envolveu e permitiu tantas coisas em seu ministério que a voz de Deus já não era mais prioridade. Esta triste realidade está destruindo o sacerdócio atual, muitos se envolveram com as conveniências políticas transformando o culto em comício, púlpito em palanque eleitoral e seus membros em eleitores apenas para garantir cargos e empregos públicos. Estas permissividades no ministério têm cegado a nossa visão e tapado nossos ouvidos ao clamor divino. Que Deus tenha abra os nossos olhos para vermos o grande abismo que estamos caindo.

Como consequência da vida inconsequente do sacerdote Eli, seus filhos morreram na batalha, a arca do Senhor foi tomada, indo assim a Glória de Israel e Eli morreu com o pescoço quebrado. Isto nos deixa claro que o julgamento de Deus virá sobre aqueles que fazem a sua obra relaxadamente. Paulo nos deixa o recado: “Deus não se deixa escarnecer; tudo que o homem semear, isto colherá”. E no mesmo texto nos diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”.

terça-feira, 24 de junho de 2014


O Fervor Missionário da Igreja Primitiva

Ao ler a história da Igreja primitiva registrada no Livro de Atos dos Apóstolos, percebemos uma igreja que rompe barreiras, avança na pregação do Evangelho, combate as heresias e deixa um legado Missiológico para a Igreja hodierna.
Em aproximadamente 35 anos de labor missionário, a igreja primitiva consegue pregar o Evangelho ao mundo todo daquela época, mesmo diante de tantas adversidades como perseguições, dificuldades de locomoção e falta de materiais teológicos como temos hoje.
Vendo toda esta expansão missionária, me pergunto o porquê de tanto crescimento qualitativo e quantitativo?
Em primeiro lugar, a Igreja Primitiva tinha sensibilidade à voz do Espírito Santo. Em At 13 vemos o Espírito Santo falando em uma reunião onde havia Doutores e Profetas louvando ao Senhor e o Espírito Santo exigindo Barnabé e Paulo para obra missionária. O Espírito Santo tinha liberdade para falar e as pessoas, mormente a liderança estava sintonizados com a voz de Deus. Um dos grandes males dos nossos dias é que o Espírito Santo tem estado longe de muitas reuniões ministeriais e convenções eclesiásticas. As decisões já não são tomadas por diretriz divina e sim pela conveniência ministerial, pela obsessão ao poder e muitas outras desculpas. . . o pior é que é tudo em nome de Deus. Fico imaginando se Deus fosse processar algumas pessoas por falsidade ideológica e até mesmo improbidade administrativa. Creio e oro por uma igreja que tem Jesus como centro de tudo e o Espírito Santo fala, direciona e age na história.
A Igreja Primitiva se caracterizava por seu uma igreja que pregava o Evangelho. Este era um diferencial da Igreja que vencia as heresias e avançava no campo missionário. Sua pregação consistia em demonstração de poder e não em modismos ou ventos de doutrina. Analisando a pregação dos apóstolos vemos o teor querigmático baseado na vida, obra e ensinamento do Senhor Jesus. Este é o Evangelho que Paulo chegou a dizer que é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê. Infelizmente, as igrejas atuais estão pregando um pseudoevangelho baseado em pressuposições humanas, psiquismos religioso, misticismo e muitas práticas pagãs para atender a demanda da cultura pós-moderna. Alguns líderes religiosos vivem com suas ambições pessoais dominados pelo crescimento de adeptos, clientes, dizimistas e sócios mantenedores erigindo catedrais e impérios consolidando assim seu patrimônio familiar. É lamentável vermos o rumo de nossa eclesiologia, o viés de nossa teologia pastoral. . . se quisermos vermos almas rendendo aos pés do Senhor Jesus e uma igreja que cumpra o seu papel missionário precisamos voltar para a cruz de Cristo e a simplicidade do Evangelho.
Em terceiro e último lugar, a igreja primitiva investia em Missões. A vida da igreja primitiva baseava em IR e PREGAR; ela vivia intensamente o IDE do Senhor Jesus. Era uma igreja que orava continuamente, contribuía de coração e enviava missionários. Mesmo quando Pedro estava preso, a igreja fazia contínua oração por ele; Paulo recebera inúmeras ofertas, mormente da igreja de Filipos. No que diz respeito ao envio de missionário, vemos que Deus requereu e a igreja primitiva deu o melhor que tinha para a obra missionária; a vida de seus apóstolos. Precisamos aprender a fazer missões com a igreja primitiva. A igreja atual se perde em tantas campanhas financeiras e de conquistas que não intercede por missões. Estatísticas nos mostra que a igreja não investe 0,5% de sua renda em obra de evangelização. A maior parte das entradas são gastas com salários pastorais e administrativos; em muitos casos até mesmo o dinheiro arrecadado no Departamento de Missões é usado para quitar compromissos eclesiásticos. Fico imaginando se Deus fizesse uma auditoria nas igrejas usurpadas por lobos e pastores ambiciosos. . . Que Deus nos ajude a fazer a diferença, mesmo com a nossa pouca força.
Estes são apenas alguns pontos a considerar sobre este comparativo da Igreja primitiva e a igreja atual. Que venhamos a refletir que tipo de Igreja estamos erigindo. . . Que Deus nos ajude.....

quinta-feira, 10 de abril de 2014

 Jesus e a sua Ótica Missionária

Estamos atravessando uma época de profundas mudanças no pensamento, nas ideologias, e estas por sua vez tem influenciado diretamente a maneira e o pensamento dos cristãos hodiernos.
Nossa época é caracterizada pelo mutantismo, onde as coisas estão em constantes transformações, materialismo, onde tudo se baseia mo ter e o imediatismo onde o pensamento das pessoas se concentra apenas no aqui e no agora. Lógico que existem outras características do nosso tempo, mas quero citar apenas estas para algumas considerações missiológicas na visão de Cristo.
Jesus nos advertiu a levantar os olhos e vê que os campos estão brancos para ceifa (Jo 4:35). Este verso nos revela o quanto Jesus estava preocupado com a nossa maneira de ver as coisas. A maneira como vemos, influencia diretamente na nossa maneira de viver. Jesus aqui nos adverte que a obra missionária é urgente. Infelizmente, estamos cegados pelo materialismo desta geração; estamos tão preocupados com nossas conquistas, desejos e sonhos pessoais que não conseguimos entender a urgência da obra missionária. É necessário orarmos para que Deus venha nos curar desta cegueira espiritual, e assim vermos o tempo propício para a ceifa. Enquanto estamos cegos pessoas estão morrendo sem Deus e sem salvação. Muitas igrejas e líderes hoje são como a igreja de Laodicéia que tinha uma visão equivocada a cerca de si mesma; se consideravam ricos e não tinha falta de nada, mas a visão de Deus sobre eles era: “não sabes que és desgraçado, miserável, pobre, cego e nu”.  E ainda aconselhou a ungir os olhos com colírio para que pudesse ver.  Que nossos olhos venham ser ungidos pelo Senhor, e assim, venhamos ser libertos deste engodo para termos a visão de Deus e de sua obra.
Em outro diálogo com seus discípulos Jesus foi categórico ao dizer: “Convém que eu faça as obras daquele que me enviou, enquanto é dia; a noite vem, quando ninguém pode trabalhar” (Jo 9:4). A idéia que Cristo deixa para seus discípulos é que o tempo urge; exigem de nós uma disposição e um sacrifício para aproveitar as oportunidades. Este verso é cabível aos nossos dias, pois os cristãos hodiernos gostam de protelar aquilo que é urgente e fazer aquilo que é de nenhum valor. Uma prova disto é a quantidade de tempo que os cristãos gastam em redes sociais e jogos virtuais. O nosso problema não é falta de tempo, pois temos; nosso problema  é a conscientização que precisamos investir o nosso tempo na obra de Deus. O Apóstolo Paulo nos exorta a remir o tempo, porquanto os dias são maus. Estatísticas nos mostram que morrem por hora 6.178 pessoas no mundo, uma média de 103 por minuto. Baseado nisto vemos o tamanho de nossa responsabilidade diante daqueles que partem se Deus e sem salvação. Que Deus nos desperte a tal ponto que venhamos tributar e dedicar cada milésimo de nossa vida à sua obra.
Abordando sobre a necessidade da obra, Jesus disse aos seus discípulos: “Rogai, pois ao Senhor da seara que mande ceifeiros para sua seara” (Mt 9:38). A Palavra “rogar”, segundo o Aurélio é pedir com instância ou clamar. Por se tratar de uma obra imensa e de cunho espiritual, Jesus exorta seus discípulos a clamarem a Deus para que levante obreiros e os envie aos campos. Estatísticas nos mostram que de cada 10 missionários, seis voltam frustrados.  Na janela 10/40 existe 1 pastor para cada milhão de pessoas. Contrastando com esta realidade, aqui no Brasil existem pastores que não cabem nos púlpitos. É hora dos cristãos clamarem para que a voz de Deus brade em meio às nossas convenções requerendo Paulo e Barnabé para a obra missionária. É tempo dos cristãos rogarem com fervor para que Isaías, mesmo no palácio veja a glória de Deus a aceite o desafio de fazer a obra de Deus.
Que Deus nos ajude e nos desperte todos os dias para Missões. Não podemos nos olvidar de que Missões está no coração de Deus e que precisa estar no coração da igreja.

sábado, 5 de abril de 2014

O Profeta Samuel e Sua Grande Missão

Estudando a vida deste profeta que foi importante na história do povo de Israel, percebo o quanto precisamos de homens que assumam o papel e a responsabilidade que ele assumiu.  Vejamos alguns pormenores:
Samuel nasceu em uma época de mudanças. Esta mudança acontece entre a judicatura e a monarquia. Após intensos anos em que predominava a teocracia, o povo se olvidou dos mandamentos de Deus e chafurdou-se na idolatria e rebeldia, onde cada um fazia o que parecia certo aos seus olhos e mal aos olhos do Senhor. Justamente neste quadro, Samuel surge como agente de transformação. A exemplo de Samuel, estamos num contexto marcado de trágicas mudanças e precisamos ser agentes de transformação. Presenciamos hoje e antropocentrismo ganhando cada vez mais espaço em nossas hinódias, pregações e ministérios. Contemplamos o absoluto bíblico sendo sorrateiramente substituído pelos relativismos filosóficos. Deus nos conclama para sermos agentes de transformação e assumirmos a responsabilidade de nossa geração.
Como agente de transformação, Samuel foi fiel à mensagem divina. O relato bíblico nos conta que “a palavra de Deus era de muita valia, e não havia visão manifesta” (I Sm 3:1). A corrupção e o pecado estavam sobremaneira que havia bloqueado a revelação de Deus no centro espiritual da nação. A nação estava degenerada moralmente e politicamente, mas em meio a tudo isto, Samuel entregou na íntegra a palavra de Deus. Uma das maiores necessidade de nossos dias é de homens que sejam fiéis a Deus em toda a sua maneira de viver, mormente na pregação das Escrituras. Lembremo-nos que a palavra nos diz: “sem profecia o povo se corrompe (Pv 29:18)”.  O apóstolo Paulo chegou a dizer a Igreja em Éfeso que “nunca deixou de anunciar todo o conselho de Deus” (At 20:27) e que “tinha andado diante de Deus com toda a boa consciência” (At 23:1)
Em meio à crise eclesiástica, Samuel foi um agente de transformação, pois não temeu à liderança. O templo de Siló fora profanado e o sacerdote se mostrava corrupto e imoral. Eli estava tão cego espiritualmente falando, que interpretou mal o sofrimento de Ana; além deste embotamento espiritual compactuava com o erro de seus filhos. O texto nos diz que: “os filhos de Eli eram de Belial e não conheciam ao Senhor” (I Sm 2:12).   E o verso 17 sintetiza: “Era, pois muito grande o pecado desses jovens, perante o Senhor”. Este cenário apresenta bastante semelhança com os dias que estamos atravessando, pois muitos líderes perderam o temor, a visão e o discernimento espiritual; infelizmente não se ora mais para consagrar obreiros e nem tomar decisões.
 Muitos de nossos problemas eclesiásticos seriam evitados se orássemos mais e agíssemos menos.  Deus conta conosco para mudar este quadro lastimável, precisamos de profeta cheio de autoridade e unção que confronte a liderança com a palavra de Deus e não temam. Jesus nos advertiu quanto a temer ao home, dizendo: “Não temais aos que matam o corpo e depois não tem mais o que fazer. Mas Eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que depois de matar, tem poder para lançar no inferno, sim, vos digo; a este temei” (Lc 12:4-5).
Samuel entendeu que para fazer a obra de Deus precisa estar com o vaso cheio. Este é um ingrediente indispensável para ser um agente de transformação. Deus já havia rejeitado Saul como rei sobre seu povo e estava levantando o outro, mas para tanto Samuel precisava encher o vaso de azeite. Lógico que encher o vaso de azeite era literal, pois precisava ungir o novo Rei de Israel.
Quero ensejar o momento para dizer que tem muito “Saul” no domínio, por que existem muitos “Samueis” sem unção. A Palavra de Deus nos exorta a encher o vaso. Creio, oro e profetizo um grande agir de Deus em nossos dias. Precisamos encher o vaso, pois Deus quer trocar a liderança  rejeitada por Ele por homens segundo o sEu  coração.

Estamos diante de um grande desafio e precisamos urgentemente assumir a responsabilidade e sermos agente de transformação em um mundo espiritualmente perdido.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Rituais de Passagem e suas Implicações na Sociedade Hodierna


Podemos dizer que ritos de passagem são celebrações que acontecem pela mudança de status de uma pessoa no seio de sua comunidade, sendo os mais comuns o nascimento, mortes, casamento e formatura. Os rituais de passagem não têm mais o mesmo poder simbólico de antes. Tomando o casamento, o batizado ou a apresentação de crianças nas igrejas como exemplo, poderíamos nos perguntar quantas pessoas que se casam estão realmente consciente de suas responsabilidades. Quantas pretendem cumprir a promessa solene feita diante do seu sacerdote? Ao ter filhos, quem pretende manter a criança na fé dos seus antepassados? Obviamente, nas sociedades primitivas, tais promessas eram obrigações indiscutíveis e sagradas. Rompê-las era colocar em risco a própria sobrevivência da tribo como unidade coerente e coletiva.
A quase total ausência de ritos de passagem que suportem a construção de laços sociais e discursivos, ou seja, a falta de práticas que legitimam o sujeito em sua comunidade, pode ser pensada como uma das causas do grande número de jovens despreparados para as dificuldades da vida. Inadaptados à dura realidade do mundo, muitos preferem existir como eternas crianças ou adolescentes, por isso, não amadurecem de forma tranquila e saudável. Se antes a função das cerimônias era ajudar a organizar uma pertinência discursiva e social na mudança de uma idade a outra, com a perda de seu valor, encontramos jovens mais desorganizados e desamparados na realidade em que vivemos.
 Sem rituais de passagem que cumpram a função de dispositivos sociais ordenadores, os jovens buscam substitutivos. Muitos partem para algumas transgressões, como por exemplo, o uso de drogas. Outros se ligam ao consumismo e, toda vez que compram um objeto atribuem um valor a ele até o substituir por outra coisa, conjugando, desse modo, de um imediatismo narcísico muito próprio da sociedade fragmentada da atualidade, ou seja, os indivíduos buscam suas identidades a partir dos objetos que consomem.
Se, por um lado, os rituais suportam significados, eles ajudam a dar um norte para o sujeito, uma vez que lhe conferem um lugar social e propagam valores a serem seguidos. Em contrapartida, os objetos frutos de nosso consumo são voláteis, portam valores temporários e não sustentam nenhuma estrutura simbólica.
Isso não significa que os rituais em si morreram completamente. Mas vivemos em uma legalidade tão perversa que deixamos nossos filhos se perderem, nossos valores se dissolverem e dizemos ... é a modernidade ... hipócritas quando dizemos que hoje os valores que compartilhamos são mais diversificados.
          A forma como lidamos com o casamento, o batizado e demais cerimônias possui agora novos significados, formatos e espaços. Na contemporaneidade, os ritos de passagem estão distanciados do sagrado, são incapazes de cumprir as funções anteriores, mas, ainda assim, continuam presentes, embora sem as mesmas funções de antes ... mascaramos nossos valores e dizemos que somos livres ... maquiavélicos quando nos perdemos nesse mundo cheio de promiscuidade e aceitamos como liberdade de expressão ....


         Pense e repense onde estão os valores, a moral e a ética que você um dia pregou? 

Por Maíra de Melo Roza