A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

domingo, 26 de junho de 2016


 Almas - O Clamor de Deus



            Estamos vivendo uma época de muitos clamores se levantando sobre a terra, no meio social vemos uma nação clamando por uma administração justa, ética e transparente... as várias camadas sociais reivindicam a aplicabilidade da isonomia no direito, mas no âmbito espiritual, temos um clamor que ecoa nos quatro cantos da terra; sabe que clamor é este? O mesmo clamor que Isaías ouviu: “A quem enviarei e quem há de ir por nós?”

            Em uma época marcada por um declínio moral, por pessoas indiferentes e onde as pessoas viviam numa religião fria e inoperante, Deus aparece em uma visão a Isaías e o vocaciona para anunciar as suas palavras.

            O que dizer de Ezequiel, o homem das visões, onde Deus o chama para vaticinar as suas palavras a uma casa rebelde. Em Ezequiel 37 nos mostra bem a missão da Igreja diante de um mundo morto espiritualmente, falando. A Missão da igreja é profetizar no vale de ossos secos... profetizar a palavra de Deus para que haja vida.

            O próprio Deus nos deu o exemplo de condescendência quando olhou desde os céus e observou a terra para ouvir o gemido dos presos e soltar os sentenciados a morte (Sl 102:19-20). Urge que nossos corações estejam sensíveis à voz divina, que nossos ouvidos estejam abertos o suficiente para escutar o clamor de Deus e dos homens.

            Que desculpas daremos a Deus dizendo que não tínhamos condições financeiras, quando na realidade investíamos cifras bilionárias em construções de verdadeiras catedrais, bens materiais afim de desfrutar de uma vida nababesca. Para Davi Botelho "uma igreja pode considerar-se missionária quando investe mais de 50% de suas finanças em missões transculturais, pois a Bíblia diz que onde está seu tesouro aí está seu coração".

O que argumentaremos a respeito de nosso tempo devotado a Ele e em sua obra, quando na realidade o nosso viver era ocioso, virtual e de entretenimento.

            Indubitavelmente, vivemos esta época de torpor espiritual e de inversão de valores. Pessoas vivem na lida tomados por um consumismo desenfreado e adoecem de tanto trabalhar e não conquistar as coisas. A Bíblia nos adverte a buscar primeiro o reino de Deus, e as demais coisas serão acrescentadas... nos garante cem vezes nesta vida e por fim a vida eterna. Precisamos atender ao clamor de Deus e deixar Ele cuidar de nossa vida. O Pr Edison Queiroz nos exorta, dizendo: "Coloque missões em primeiro lugar e Deus dará as coisas necessárias".

            A voz de Deus troveja dos altos céus chamado nos à responsabilidade de reconstruir um mundo em ruínas. . . de salvar pessoas que diuturnamente estão caminhando erroneamente para o abismo... Deus nos chama para sermos agentes de transformação em uma sociedade destruída pela corrupção.

            O clamor de Deus é por pessoas que renunciem o mundo, o pecado e aos seus próprios sonhos para viver os sonhos de Deus...

            O clamor de Deus é para que venhamos despertar e anunciar o evangelho do reino nos quatro cantos da terra...

            O clamor de Deus é para que o nosso maior desejo seja almas. . .

            O clamor de Deus é para que venhamos investir mais de nosso tempo em interseção pelos missionários. . .

            O clamor de Deus é para que o nosso dinheiro seja usado para a implantação do seu Reino.

            Ouça o clamor de Deus na última hora: Almas. . . Almas . . . Almas!

quarta-feira, 15 de junho de 2016


Lições do Reinado de Saul



           Resultado de imagem para lições do rei saul Sabemos que a história e o reinado de Saul se desenrola em um dos períodos mais sombrios da história de Israel. Nesta época o povo passava por um momento de instabilidade espiritual, fato este perceptível pelos altos e baixos registrado no livro de Juízes; no relato vemos que existia uma geração que não conhecia ao Senhor e nem tão pouco os sinais que Ele operara no Egito. Como consequência desta falta de conhecimento o povo fazia o que era mal aos olhos do Senhor.

            Samuel, o responsável em fazer a mudança da judicatura para a monarquia em sua narrativa, descreve: “não havia visão manifesta”. Os filhos do sacerdote Eli faziam o que era mal diante do Senhor. Neste ambiente de conturbação política e religiosa surge Saul como Rei de Israel, reinou 40 anos deixando-nos lições valiosas de liderança.

            A primeira lição que aprendo é que o líder não pode ser fruto somente dos desejos humanos, mas principalmente do coração de Deus. Quando o povo pede um rei para Deus o motivo deles era copiar as demais nações que tinham rei. Esta escolha errada do povo ficou comprovada em I Sm 8:6-7, pois Samuel se entristeceu e ao orar a Deus, Deus disse: “Atenta ao pedido do povo, pois não foi a você que eles rejeitaram e sim a mim”. Esta passagem é corroborada pelo texto I Sm 12: 17-19. Infelizmente vivemos uma época onde predomina os desejos humanos e da multidão, usam apenas o nome de Deus para querer legitimar aquilo que reflete a ambição humana. O apóstolo Paulo nos já nops advertira quanto a isto quando escreveu que chegaria dias em muitos não seguiria a sã doutrina e, segundo os seus desejos reuniria líderes conforme as suas próprias concupiscências (IITm 4:3). Que Deus nos dê sensibilidade suficiente para entendermos à sua vontade todos os dias de nossa vida. Clamemos por líderes segundo o seu coração!

            Saul durante o seu reinado ficou mais preocupado em permanecer no reinado do que com a Glória de Deus. No início do livro de Samuel, verificamos que a Arca da Aliança havia sido tomada quando os filhos de Eli a levaram para a batalha de maneira leviana, e como consequência deste ato, além de perder a batalha e suas respectivas vidas; a arca foi levada pelos filisteus. Ao assumir o trono, Saul não se preocupou em nenhum momento em trazer a arca, que era o símbolo da presença de Deus no meio do povo de Israel. É lamentável, mas em 40 anos de reinado, vemos um rei se preocupando com a sua popularidade e boa parte de perseguindo Davi. Este relato nos evidencia que muitas vezes fazemos aquilo que é importante e não o que é necessário. Vivemos dias de muitos afazeres, presos e agendas e eventos religiosos caímos num ativismo religioso, nos iludindo que estamos fazendo a obra de Deus, quando na realidade estamos com o mesmo pensamento da igreja de Éfeso, registrado no capítulo 2 de Apocalipse; uma igreja que fazia de tudo, mas não tinha mais o primeiro amor. Urge repensarmos nossa vocação, nossa eclesiologia e redescobrir o que realmente importa em nossa vida diária com Deus.

            Saul era uma pessoa que não conhecia limites e as implicações de uma autoridade espiritual. Esta deficiência de Saul é evidenciada em duas passagens; primeiro em I Sm 13 onde ele como rei oferece sacrifício, algo reservado apenas para sacerdote. Aprendemos aqui que a urgência em fazer algo não justifica passar por cima de limites. Diante da dispersão do povo e o exército inimigo Saul ultrapassou o limite de sua função. Em outro episódio Saul recebeu uma ordem divina por intermédio de Samuel para exterminar os amalequitas, ordem esta que não cumpriu na sua integralidade. O resultado de tais atos foi a reprovação divina em seu reinado. Líder que não conhece os limites de seu ofício e nem tão pouco os princípios da autoridade espiritual não é digno da liderança que ocupa.

            Estas e outras lições podem ser aprendidas e colocadas em práticas em nosso viver. Como disse o apóstolo Paulo: “Tudo o que dantes foi escrito para o nosso ensino foi escrito”. Que Deus nos ajude a sermos líderes segundo o seu coração.