A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Levantai-vos e andai, pois não será aqui o vosso descanso.

             Ao olharmos para o contexto de Miquéias, percebemos que ele é contemporâneo dos Profetas Isaías e Oséias, aproximadamente no século VII a. C. concentrou o seu ministério no Reino Sul. Conforme registro em seu próprio livro, ele profetiza durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias. Ao analisar estes três reinados, notamos que durante o reinado de Jotão o povo ainda se corrompia queimando incenso a outros deuses (II Cr 27:2- II Rs 15:35), mas o rei se envolveu em grandes empreendimentos, guerras e conquistas
            Sobre o rei Acaz, vemos um dos períodos cruciais da história de Judá, pois depois de experimentarem aproximadamente meio século de crescente prosperidade, a nação caiu gradualmente em um sério problema moral e espiritual, pois tinha lugares de cultos pagãos secretos que eram tolerados pelas autoridades religiosas, os ricos oprimiam os pobres, as mulheres negligenciavam as suas famílias na busca do prazer carnal, muitos sacerdotes e profetas tornaram-se bêbados e queriam agradar aos homens. Em Cr 28:2-4, nos fala que Acaz fez imagens fundidas a baalins, queimou seus filhos ao deus Moloque e aprovava as práticas pagãs.
            Já com o rei Ezequias a nação experimentou um dos maiores avivamentos.
            Hoje vivemos dias bem parecidos com os de Miquéias. Infelizmente constatamos uma inversão de valores no que tange a obra de Deus, onde são erigidos templos suntuosos e não se investe em vidas. Missões já não é mais uma prioridade, mas usam a obra missionária para angariar fundos e usarem a seus próprios benefícios. O que dizer de tais práticas políticas tolerados por alguns líderes religiosos que em troca recebem favores e doações. Quantas festas religiosas são financiadas pelo Estado, ainda que inconstitucionalmente, mas usando-se dos meandros da lei dizem que é para o bem do Reino de Deus. A família hoje tem sido deixada em segundo plano, pois em nome do sucesso e de uma vida financeira melhor vale a pena terceirizar a criação dos filhos. O que dizer das enésimas traições, dos namoros virtuais e da vida promíscua que é tão normal nesta sociedade dita pós-moderna. A exemplo de Acaz, queimamos nossos filhos quando achamos que presentes são mais importantes do que a presença e que negócios são mais importantes que a família.
            O que dizer dos sacerdotes e profetas que se tornaram bêbados e queriam agradar a homem. O profeta Isaías chegou a dizer: “Todos os seus atalaias são cegos, são cães mudos que não sabem ladrar...pastores que não se fartam e nada compreendem, pois cada um vive o seus caminho e na busca da ganância”. Esta profecia foi dita aproximadamente 2700 anos atrás e se torna tão atual e pertinente ao momento presente. Acabou-se a mensagem profética em nossos púlpitos, não existe mais visão de vocacionados e ungidos e sim de profissionais e animadores de auditórios. É nítido a perda do discernimento espiritual.
            Sabemos que vivemos um momento de crise, mas lembremo-nos do conselho de Miquéias: “Levantai-vos e andai, pois não será aqui o vosso descanso devido à corrupção que destrói grandemente”. Algumas pessoas ao contemplar tais atos são tomadas por um espírito de frustração e que não existe mais jeito, mas precisamos caminhar para além das crises e buscar o verdadeiro avivamento para que esta igreja que tem fama de que vive, possa realmente viver a vida plena em Deus.

domingo, 5 de fevereiro de 2012

O Preço da Pós-modernidade

           Somos seres modernos. . .vivemos na época das grandes descobertas, conquistas e do desenvolvimento tecnológico. A tecnologia assumiu a centralidade em diversos âmbitos da sociedade, tornando-se tão presente que é impossível imaginar uma separação do homem pós-moderno da “máquina”.
As pessoas conjugam verbos que nunca pensava existir tais como: orkutar, twittar  e blogar. . .o que dizer dos famosos smartphones que trazem a praticidade na palma da mão prendendo as pessoas em uma aldeia global. . .estudos mostram que em médias as pessoas gastam mais de 10 horas por dias conectados às redes sociais.
No iluminismo falava-se que com a razão teríamos pessoas melhores e que o progresso traria uma vida melhor.  Se por um lado, o homem aprendeu a dominar o átomo e as tecnologias, por outro não aprendeu a lhe dar com o mundo de dentro compreendendo os imensos territórios da sua alma.
Nesta era dita “pós-moderna”, temos visto o índice de criminalidade, suicídio e toda espécie de barbárie aumentar de maneira assustadora. . . estamos assistindo a degradação moral da sociedade, pois não tem mais limites éticos e morais; hoje, tudo depende do ponto de vista. Tudo é valido pela satisfação social. . .
Hoje, as pessoas são uma máquina de trabalhar, fonte de lucros para sua empresa e um consumidor em potencial. Muitas vezes somos presas fáceis das enésimas propagandas que todos os dias somos expostos; seja pelos filmes, novelas ou pela internet.
Convivemos com um trânsito que mata milhares e milhares de pessoas, sem falar do stress causado pelos engarrafamentos nas grandes metrópoles. Literalmente vemos uma competição no trânsito onde o troféu dos ganhadores é a própria vida.
A facilidade de crédito tem levado as pessoas a gastarem mais do que pode e depois além de se matar de trabalhar acaba se enforcando em uma cadeia de dívidas tentando se encaixar em um padrão de vida nababesco. Em nome do capitalismo estão acabando como nossas áreas verdes para a construção de grandes edifícios para aquecer o mercado imobiliário.
A praticidade da vida moderna, tais como o controle remoto e os “fast-foods” têm levado as pessoas ao sedentarismo ocasionando assim hipertensão, doenças cardíacas e outras. Os aparatos tecnológicos como microondas e celulares são os responsáveis pela grande incidência de câncer nos dias atuais.
Como conseqüência desta maneira inconseqüente de viver, o homem tem experimentado o caos existencial caracterizado pela superficialidade dos relacionamentos, pois os relacionamentos são descartáveis. . . o outro(a) se tornou uma fonte de prazer temporária, seja no real ou no virtual. . .as pessoas vivem a obsessão do corpo perfeito; nesta busca desenvolveu a vigorexia (obsessão em malhar) e a tão famigerada anorexia e bulimia.
No âmbito familiar, vemos uma crise sem precedentes, pois as pessoas não têm tempo mais para a convivência... o sonho da família tem sido perdido pelos sonhos individuais. . .o casamento se tornou trivial e o divórcio uma aparente “solução” para os problemas conjugais. . .
Indubitavelmente, o ritmo alucinante da vida pós-moderna tem gerado enésimas doenças psíquicas tais como depressão, esquizofrenia, psicopatias, síndrome do pânico, estresse e outras. Infelizmente as pessoas estão anestesiadas com todo este estilo de vida, quando o efeito passar verão que cavaram a própria cova e estão num beco sem saída. Dizem que viver uma vida pós-moderna é como patinar em um lago congelado.
Que Deus nos ajude a viver uma vida de maneira sábia para que não venhamos nos arrepender mais tarde. . .