A
Síndrome da Geração do Sacerdote Eli
Observando a história do sacerdote Eli, detecto algumas similitudes
com a nossa geração de sacerdote. Para começar o contexto é bem parecido com o
nosso, vejamos. Eli foi sacerdote em um momento de transição, transição da
judicatura para a monarquia; hoje vivemos este momento de transição de
lideranças e várias ondas teológicas e filosóficas. Eli viveu em uma época em
que os filhos de Israel fazia o que bem parecia aos seus olhos, a exemplo disto
passamos por um período em que os cristãos influenciados pelo relativismo vivem
uma vida dúbia e totalmente descompromissada com os postulados cristãos.
Outro ponto a considerar é que Eli vivera em uma época onde a
Palavra de Deus era escassa e não havia visão manifesta. Em nossos dias é
notório o quanto precisamos de voz profética em nossos púlpitos e de visões
celestiais e genuínas para que venha despertar a consciência cristã à sua
missão.
Tendo como panorama este sucinto relato do contexto passo a elencar
algumas deficiências deste sacerdote.
Eli era um sacerdote que não tinha autoridade sobre a sua casa. O
texto de I Sm 2:22-25 relata que Eli reprendia seus filhos, mas não tomava
nenhuma medida para retirá-los do oficio sacerdotal. A Bíblia diz que seus filhos
deitavam com mulheres que serviam a porta da congregação além de desprezar as
ofertas que eram para o Senhor. Eli como sacerdote tinha poder para destituir
seus filhos do ofício sacerdotal, mas não o fez, apenas chamou-os para
conversar e o pecado continuou. Esta história se repete no sacerdócio hodierno,
existe tanta corrupção na casa do sacerdote que somente Deus para intervir na
história. O apóstolo Paulo chegou a dizer que quem não tem cuidado da sua
própria casa, como terá da casa de Deus. Precisamos de autoridade de Deus para
repreender esta geração sacerdotal que tolera o pecado e Jezabel.
Através do texto vemos que Eli era um homem velho, cego e pesado
(I Sm 4:15-16). Imagine a situação este sacerdote, estava limitado pelo
tempo, pela visão e pela saúde. Já não tinha vigor para estar na frente do
povo, não tinha visão para acompanhar o povo e devido o excesso de peso tinha a
saúde debilitada. Infelizmente esta era a triste realidade do sacerdote Eli. O
pior é que não sabia que seu tempo já havia terminado como sacerdote e então
vai vivendo uma vida de revés. Espiritualmente falando, quantos sacerdotes hoje
encontram-se na mesma situação de Eli, velhos precisando de um renovo; cegos
espiritualmente precisando cingir os olhos com o colírio da graça e pesados de
tanta corrupção. Que Deus venha ter misericórdia de nós e venhamos despertar
antes que seja tarde demais.
Com o passar do tempo Eli havia perdido a sensibilidade pela voz
de Deus. No relato em que Deus chama a Samuel, Eli só entendeu que era Deus
chamando Samuel na terceira vez. O texto diz que Eli entendeu que Deus chamava
por Samuel (3:8). Infelizmente, com o passar do tempo Eli perdeu a
sensibilidade para ouvir a voz divina, se envolveu e permitiu tantas coisas em
seu ministério que a voz de Deus já não era mais prioridade. Esta triste
realidade está destruindo o sacerdócio atual, muitos se envolveram com as
conveniências políticas transformando o culto em comício, púlpito em palanque
eleitoral e seus membros em eleitores apenas para garantir cargos e empregos públicos.
Estas permissividades no ministério têm cegado a nossa visão e tapado nossos
ouvidos ao clamor divino. Que Deus tenha abra os nossos olhos para vermos o
grande abismo que estamos caindo.
Como consequência da vida inconsequente do sacerdote Eli, seus
filhos morreram na batalha, a arca do Senhor foi tomada, indo assim a Glória de
Israel e Eli morreu com o pescoço quebrado. Isto nos deixa claro que o
julgamento de Deus virá sobre aqueles que fazem a sua obra relaxadamente. Paulo
nos deixa o recado: “Deus não se deixa escarnecer; tudo que o homem semear, isto
colherá”. E no mesmo texto nos diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus
vivo”.
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