A Mensagem de Joel e a Liderança
Joel,
considerado um dos profetas menores, vaticinou em uma época de grande
devastação de toda a terra de Judá. Uma enorme praga de locustas havia despido
a zona rural de toda a vegetação, destruiu todas as pastagens tanto das ovelhas
como do gado, nos idos de 835 a 805 a.C., em, Jerusalém.
Diante
deste quatro caótico, Deus levanta o profeta Joel trazendo uma mensagem de
reflexão para que a liderança e o povo pudesse repensar sua espiritualidade e
vivência.
A
mensagem de Joel chama a atenção da liderança, vejamos: “Cingi-vos e
lamentai-vos, sacerdotes; gemei ministros do altar e passai, vestidos de panos
de saco, durante a noite, ministros do meu Deus; porque a oferta de manjares e
a libação cortadas foram da casa do vosso Deus”. Neste verso fica explícito o
estado de degradação espiritual da nação, pois já não existia a adoração
devida, nem mesmo a observância do culto levítico. O caos espiritual da nação
exige que os ministros do altar tome uma atitude, pois são líderes espirituais
e tem legitimidade diante de Deus. A letargia sacerdotal e a corrupção religiosa estava custando a vida da adoração pública, pois diante da crise, os lavradores se enveredavam no sincretismo se tornando presa fácil dos ritos canaanitas da fertilidade.
No
texto em questão o profeta diz o que os ministros precisam fazer. No verso 9
diz que os sacerdotes estão tristes; este termo no hebraico “`abal”, ocorre 40
vezes e traz a ideia de chorar pela morte, pelo pecado ou pelas tragédias de
Jerusalém. Este deve ser o sentimento que deve tomar conta dos sacerdotes e
ministros de altar. O presente século tem tirado uma das características mais
lindas do ser, que é a capacidade de sentir. Infelizmente não choramos mais pela
degradação moral da nação; toda esta onda de corrupção não provoca em nós o
luto. O formalismo religioso e a indiferença tem marcado a nossa igreja. Urge,
que os ministros do altar vem chorar diante de Deus pelo caos estabelecido na
nação e na igreja.
Um
outro aspecto ponderado pelo profeta Joel é a atitude que nasce do lamento;
precisa se cingir. É comum encontrarmos esta verbete nos escritos sagrados, mas
o que de fato ele significa? Cingir aqui no texto é amarrar tiras de panos ao redor da cintura; basicamente é se preparar para o trabalho
ou para algo. No caso em questão, a liderança precisava se preparar para
enfrentar as crises e restabelecer a adoração que não estava mais acontecendo
no templo. O sacerdote na época de Joel precisava se levantar, pois a principal causa das pragas foi o culto degenerado, pervertido pelo excesso dos participantes embriagados e dos sacerdotes negligentes.
A
liderança atual precisa se preparar de maneira holística para os desafios do
presente século. O preparar de maneira holística envolve toda a extensão do
ser, mormente a espiritual. Vivemos numa época de pouco preparo espiritual, a
maioria se envolve com tantas agendas e compromissos religiosos que se esquecem
da oração. . . gasta-se mais tempo fazendo a obra do que com e dono da Obra...
o resultado disto é o ativismo religioso, síndrome de Bournet e muitos líderes
se suicidando. Deus nos chama para cingir os nossos lombos; Paulo em sua missiva,
nos exorta a fortalecer nos Senhor e na força do seu poder, revestindo de toda
a armadura de Deus.
Em
último lugar vemos que os ministros do altar precisam chorar diante de Deus
durante a noite vestidos de pano. Duas coisas precisam ser ponderados aqui. A
primeira é que o profeta Joel mostra que não é simplesmente o rito e sim a
essência. Através do rito, mostramos para os homens que estamos fazendo algo,
vestir-se de saco é uma humilhação aos olhos humanos, mas para Deus deveria ser
de madrugada e com choro; a expressão "passai a noite vestidos se saco" mostra a gravidade da situação. É fácil convencer pessoas que estamos fazendo algo,
mas demonstrar para Deus é difícil, pois Ele conhece todas as coisas, sonda e
conhece as intenções do coração. Em Joel 2:13, novamente o profeta pontua sobre
a essência e não o rito, vejamos: “rasgai o vosso coração e não as vestes”.
Precisamos sobrepujar o rito em nossa vida com Deus, ou seja; a contrição interna é mais importante do que qualquer manifestação externa de pesar. Rasgar o coração é mudar de atitude e endireitar as veredas. Em segundo lugar, o choro
deveria ser entre o alpendre e o altar (Jl 2:17), pois isso colocaria os
sacerdotes em frente à porta do Santuário, onde a presença de Deus está
entronizada. O que se evidencia aqui é que no relacionamento com Deus não pode
existir máscaras nem barganhas, mas sim sinceridade, reverência e devoção.
Preme,
que a liderança hodierna entenda o seu real papel ante a sociedade, igreja e
diante de Deus. Quando entendemos o nosso papel profético cumprimos com
excelência o ministério que recebemos de Deus... em momentos de crise
precisamos de voz profética e atitudes diante de Deus.
Deus continue abençoando sua vida e ministério. Seja uma voz profética no meio dessa geração.
ResponderExcluirEdificante, Pr. César! Deus continue usando e abençoando.
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