Profeta Ageu – Um Paradigma Profético
O
Contexto histórico vivido pelo profeta é interessante, pois embora nascido
durante o Cativeiro Babilônico e contemporâneo de Esdras, Neemias e Zacarias, não se esquecera de sua missão de
proclamar a mensagem de Deus. Sua mensagem foi de exortação e motivação a
respeito da restauração de Jerusalém e seu templo de Salomão. O autor também é conhecido como o profeta do templo.
A primeira tônica da mensagem foi
exortativa, pois o povo estava muito mais preocupado em edificar suas casas do
que o Templo de Deus. Ageu pontua em sua
mensagem sobre as prioridades que precisamos ter em nossa vida. O povo na
época de Ageu estava mais preocupado com suas realizações pessoais, conforto e
comodidade familiar; e não se preocupava com a restauração do templo. No livro
de Ageu 1:4, a pergunta é direta, vejamos: “ficará a minha casa deserta?” Esta era a triste realidade
daquele povo, mas o profeta é um dos instrumentos de Deus para aguçar uma
consciência equivocada, cômoda e adormecida. Infelizmente, em nossos dias não é
diferente; vivemos dias onde durante a semana os templos estão vazios, com
número inexpressivo sobre a justificativa que estão trabalhando para ajudar na
casa de Deus. Que Deus desperte profetas com Ageu que nos confronte com a nossa
realidade espiritual para que venhamos entender que mais importante que nossos bens
materiais é o nosso compromisso espiritual, os planos de Deus devem ser
prioridades e não nossos sonhos egoístas e de pura vaidade. A nossa prioridade deve ser sempre Deus. Salomão,
o homem mais sábio que já existiu concluiu a existência dizendo que muito das
ocupações humanas são vaidades e correr atrás do vento. E em termos
ministeriais Ageu serve como um teste para nossas motivações, estamos buscando
nossa glória, nosso conforto ou a glória do Senhor?
Ageu foi um profeta que trouxe uma palavra
de encorajamento. Este teor em sua profecia pode ser visto em dois versos,
observemos: Em Ageu 2:8 nos diz: “minha é a prata e meu é o ouro, diz o Senhor
dos Exércitos”; e no verso 9, dizendo que “a glória da segunda casa será maior
que a da primeira”. Quando analisamos a beleza que existia no primeiro templo,
os detalhes de cada móvel sagrado e a quantia gasta, muitos ficavam desanimados
e desencorajavam outros, pois viviam um momento totalmente adverso. É nesta
hora que surge o profeta com uma mensagem de alento para encorajar o povo a
confiar em Deus. O que se evidencia na perícope em questão é que Deus tem poder
para providenciar os recursos para a reconstrução. É preciso que os profetas
entendam o momento certo de encorajar o povo; pois o que mais se contempla hoje
em nossos cultos são chavões e clichês de autoajuda onde se confunde profecia
bíblica com psicologia motivacional. É tanta fórmula mágica, campanha e outras
esquesitices que o povo se perde diante de tanta falácia. Precisamos aprender
com Ageu a encorajar o povo com a profecia bíblica.
Um outro aspecto a considerar na vida deste
profeta é a origem de suas palavras. Note bem que o livro de Ageu tem 2
capítulos e 38 versículos, dos quais encontramos 29 vezes a expressão “assim
diz o Senhor” e 14 vezes “o Senhor dos Exércitos”. O que se evidencia é que
nenhum momento Ageu evoca o seu “eu” para proferir palavras; ao contrário, tudo
que ele falava vinha da parte de Deus. Uma das grandes carências de nossos dias
são de pregações que saia do coração de Deus, mensagem que brote do
relacionamento do arauto com seu Deus. É lamentável, mas contemplamos hoje
sermões tirados de internet sendo proferidos no altar, mensagens encomendadas e
repetidas. O resultado desta mixórdia se reflete na pobreza que estamos vendo
nos púlpitos e na vida estéril de muitos ministérios e membros. Para Gondim, “necessitamos
de pregadores que à semelhança de Pedro deixem o seu auditório compungido,
apunhalado no coração. Arautos que, à semelhança de Paulo, deixem os reis e príncipes
boquiabertos, pasmos, dizendo: “Por pouco não me persuades a também me tornar
um cristão”. Pregadores que saibam combinar: a riqueza da oratória com a
urgência profética; a lógica do raciocínio com a paixão evangelística; a doçura
da poesia com a fidelidade exegética; a agilidade da intuição com a
contemplação meditativa; a beleza da arte humana da oratória com o mistério da
revelação divina”.
Que
venhamos refletir sobre a nossa vivência cristã, mormente no desempenho de
nosso ministério profético.
Que Deus continue te usando e abençoando sua vida, casa e ministério, querido companheiro. Saudações fraternas. Família Missionária.
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