Abominação
no Lugar Santo
Jesus, ao falar sobre este
assunto cita a profecia de Daniel, vejamos: “Quando, pois, virdes que a
abominação da desolação, de que falou o profeta Daniel, está no lugar santo;
quem lê, atenda”. (Mt 24:15). Esta passagem predita por Jesus deve nos
levar a repensar sobre a cristandade hodierna e quais atitudes a tomar diante
desta época que vivenciamos, considerada por muito a era da hiper-modernidade.
Época marcada por mudanças profundas na espiritualidade, na filosofia e até
mesmo no âmbito teológico.
Durante o período inter-bíblico,
Antíoco Epifânio, entrou no santuário e sacrificou uma porca no altar,
profanando assim o lugar, onde se oferecia sacrifícios de animais limpo, sem
manchas e sem defeito.
Diante do exposto, quero lincar esta
passagem com alguns eventos que acontecem no altar de nossos templos, pois em
seu sermão profético, Jesus faz questão de nos exortar quanto à profanação do
altar. A irreverência do sagrado e o descaso com a obra de Deus tem sido
características marcantes deste momento crítico.
Infelizmente,
contemplamos o altar a Deus sendo transformado em palanques políticos.
No contexto bíblico, altar é lugar de sacrifício, de morte, de entrega e de
adoração. No Antigo Testamento vemos o Altar de Holocausto, onde o sacrifício
era por inteiro e o Altar de Incenso, onde simbolizava a adoração somente a
Deus. Em ambos, a centralidade era a morte e Deus aceitando a oferta. Tem
muitas pessoas nos dias atuais usando o altar de maneira errada, buscando a sua
própria glória, usurpando a glória divina e buscando sempre alimentar seu
narcisismo. O Altar não é lugar de promoção e sim de morte... não é lugar para
aparecer o homem e sim de manifestação divina. Muitos de nossos cultos se
transformaram em vitrines de políticos que até se passam como crentes ao citar
uns versículos isolados e levantando a bandeira da ética e da moral, porém,
alguns envolvidos em escândalos. Somos homens do altar, nossa função é zelar
para que o fogo venha arder continuamente no altar e não se apagar.
Presenciamos também o altar de
holocausto sendo substituído por palco para shows gospel. É lamentável, mas
quando se perde a noção de altar, começamos a incrementar paliativos. Queremos
atrair multidões ao nosso culto e esquecemos de atrair a presença do Rei dos
reis e Senhor dos senhores. Pagamos um alto “cachê” para um cantor, mas não
temos coragem de colocar a nossa boca no pó e nos humilharmos diante de Deus.
Promovemos eventos e mais eventos, caindo num ativismo religioso na tentativa
de não esconder uma deficiência.
Uma verdadeira adoração estimula a consciência
pela santidade de Deus, nutre a mente com a verdade de Deus e leva o adorador a
dedicar a sua vida a inteira vontade de Deus. Um exemplo clássico disto
encontramos na igreja de Éfeso, pois trabalhava arduamente, mas não existia
mais o amor pelo Senhor da Obra. A sentença de Cristo a esta igreja foi: “Tenho
contra ti, que deixaste o primeiro amor”. Vale ressaltar que quando os nossos
sentimentos por Deus estão mortos, tudo o que fazemos pra Ele também é vão.
Profanamos
o altar quando colocamos para pregar, homens que vivem de carisma e não de
caráter, de técnica e não de unção. Paulo combateu durante seu ministério os
inimigos da Cruz e os falsos apóstolos. Em sua segunda missiva à igreja de
Corinto, faz alusão aos “falsificadores da palavra de Deus. A expressão
“falsificadores” (gr-kapuluo), dá-nos a ideia de traficar, adulterar e lucrar.
É lamentável, mas temos visto o altar se transformar em balcão de negócios,
mensagens sendo vendidas e as bênçãos de Deus comercializadas. O que dizer da
pobreza na interpretação bíblica, onde as perícopes são interpretadas não a luz
de uma exegese, mas sim pela conveniência mercadológica.
Nós estamos abrindo mão do caráter
pelo carisma. Convidamos para os congressos e seminários pessoas que ostentam e
pregam tudo o que Cristo e os apóstolos jamais ministraria. João, chegou ao
ponto de dizer: “se alguém vem ter convosco e não traz a sã doutrina, não o
recebais em casa e nem tampouco o saudeis”. Para nosso espanto, nos dias atuais
estes são recebidos na mais alta pompa. Judas deixa registrado que os tais são
manchas em nossas festas, nuvens sem aguas levadas pelo vento, árvores murchas
e infrutíferas e desarraigadas.
No Antigo Testamento temos um relato
trágico deste viver irresponsável. Os filhos do sacerdote Arão, Nadabi e Abiú
vieram oferecer fogo estranho no altar e Deus os fulminou. Hoje vivemos o tempo
da graça, talvez baseado neste pressuposto muitos tem vivido uma vida e um
ministério de maneira tão irresponsável. Lembremo-nos do que Paulo disse: “Deus
é um fogo consumidor e de Deus ninguém zomba”.
Que venhamos tratar com mais
seriedade o lugar santo, pois sem a palavra do evangelho, nossos cultos se
tornam estéril e completamente vazio.
Sola Fides.
VERDADE!Temos que viver a Sā doutrina! Santidade!
ResponderExcluirVERDADE!Temos que viver a Sā doutrina! Santidade!
ResponderExcluirVERDADE!Temos que viver a Sā doutrina! Santidade!
ResponderExcluirTudo que nós, Igreja contemporânea, precisamos ouvir!
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