Vencendo o Desprezo

A Bíblia, no
livro de Juízes 11, nos mostra a história de um homem marcado pelo desprezo,
mas Deus o fez um dos grandes libertadores de seu povo. Seu nome é Jefté, que significa “o Senhor abre”. Foi
o nono juiz dos israelitas. Julgou Israel 6 anos. Um dos grandes exemplos de fé
em Deus (Hb 11:32). Era desprezado e
aparentemente marcado pelo destino para ser infeliz. Seu pai era importante,
possuía riquezas e projeção social. Jefté
era valente, porém filho de uma prostituta. Segundo alguns, ele não estava
no programa de seus pais como filho.
No grifo filho
de uma prostituta, vejo o quanto muitas vezes somos estigmatizados pelas
conjunções adversativas da vida. Sempre existe um "mas" ou "porém".
As pessoas preferem ressaltar nossas falhas e não as virtudes. É sabido que o
feto embora não seja capaz de falar, ou pensar, já é capaz de perceber os
sentimentos e expectativas de seus pais nutrem em relação a ele. Além de sofrer
o estigma dos pais, era rejeitado pela sociedade.
A vida de
muitos heróis bíblicos foram marcados por estes estigmas. José, por exemplo,
foi desprezado e vendido pelos seus irmãos, foi escravo no Egito, mas venceu,
pois teve atitude. Fico imaginando quantas pessoas adultas hoje que conviveram
com o desdém de pessoas e até mesmo familiares durante a gestação e infância e
isto criou crateras profundas na alma, pois o desprezo é uma das doenças
emocionais mais profundas. Um filósofo por nome de Jean-Paul Sartre pode dizer:
“Não importa o que os outros fizeram de você; importa o que você fez com que os
outros fizeram de você”. É necessário termos atitude em relação ao desdém dos
outros, precisamos romper as barreiras do passado; entender que não podemos
mudar o passado, mas podemos lutar por um futuro melhor.
Creia
que a sua vida é regida por Deus, somos um projeto dele e Ele rege a nossa
história... enquanto as pessoas nos desprezam pela cor, posição social ou
genealogias; temos um Deus que nos escolheu em Cristo antes da fundação do mundo.
No relato
escriturístico encontramos que seus irmãos o expulsaram de casa e como
conseqüência da rejeição Jefté fugiu para a terra de Tobe (era um lugar
deserto, árido, inóspito, selvagem, solitário). Este lugar retrato muito bem o
langor da sua alma. O texto nos diz que homens rebeldes se aliaram a ele.
Atentemos bem
para a expressão "fugiu". A fuga sem dúvida é o paliativo que muitos
usam para se verem livres temporariamente dos problemas. o ser humano está
sempre fugindo; de suas responsabilidades... de seus dilemas...de seus
traumas... Não nos esqueçamos que os problemas do passado não resolvidos
transformam-se em fantasmas para nos atormentar.
Infelizmente, contemplamos
várias pessoas cuja vida se assemelha a de Jefté – gente que foi magoada, desprezada,
ferida e que escondem seus traumas através das drogas, dos vícios, das gangues
e da rebeldia. Voltando a história de José, quero ressaltar que ele poderia
viver fugindo de tudo e de todos, caindo num processo de vicioso de
comiseração, mas escolheu enfrentar o passado, perdoar seus algozes e viver uma
vida plena. O meu desejo é que você escolha viver, se permita ser feliz. Neste
processo para ser feliz, não basta apenas saber que Deus tem planos para a sua
vida; e necessário tomar atitude e escolher aceitar a vontade de Deus.
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