A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Reflexões sobre o Sagrado e o Profano

O Sagrado e o profano revelam o mais auto teor da religião, pois coexistem e são dependentes. O profano nada mais é do que aquele que está fora da religião, naturalmente; o sagrado é aquele que está inserido no seio religioso.
Os homens motivados pelo desejo de transcendência e no sentimento da espiritualidade criaram as religiões para explicarem a realidade, a vida e a morte. A história revela enésimas religiões e cada uma delas com a sua noção de sagrado e profano, vejamos:
Islamismo – considera Maomé o último dos profetas e que somente as mensagens transmitida a ele por Deus permanece intacta.
Budismo – inspirado nos ensinamentos de Buda, considera sagrado tudo aquilo que visa à realização plena da natureza humana e a criação de uma sociedade perfeita.
Xintoísmo – tem como sagrado os espíritos dos antepassados que são como deuses tutelares da família ou do país, por isso os ritos fúnebres são importantes.
Religião Egípcia – consideravam sagrado todos aqueles que adorassem a figura de deuses em forma de animais.
Religião Grega – orgulhavam-se de seus deuses que tinham atributos humanos, desde Dionísio (deus do prazer), ao rigoroso ascetismo dos que buscavam a purificação.
Religiões Orientais – considerado sagrado todos aqueles que crêem na encarnação e na evolução espiritual por meio de um esforço íntimo, que inclui meditação e controle dos impulsos e emoções.
Judaísmo – Consideram sagrado a Torah e seus muitos elementos.
Cristianismo – o sagrado se caracteriza com todas as coisas pertinentes a Deus, suas instituições, sua revelação, códigos e leis e verdades absolutas.
Houve um período na história que o sagrado se tornou profano e vice-versa, isto na visão cristã e bíblica. Quando nós olhamos para algumas igrejas do tempo de Paulo vemos que muitos cristãos tinham dificuldade de discernir a questão do sagrado e do profano, pois a presença de sexo dança e bebida nos cultos pagãos se deve ao fato de que a diversão era uma forma adequada de cultuar, segundo os padrões daquela religião. Nesta época a união dos dois era muito comum.
Para Edmun Burke, em seu livro Uma Investigação Filosófica sobre a Origem de Nossas Idéias do Sublime e do Belo, é preciso atentar para a perda da noção da sublimidade de Deus, na medida em que Deus era visto como uma idéia a ser apreendida. O mesmo ocorre quando a religião é reduzida a uma simples manifestação cultural, a sublimidade divina repousa no pensamento de que Deus é um Ser majestoso separado do mundo e impossível de se igualar ao mundo, mesmo tendo Se feito carne.
Diante de tal quadro panorâmico sobre algumas religiões, o que vemos é que o sagrado e profano é ditado por cada religião. Isto nos leva a crer que o sagrado de uma religião serve de base para mensurar o valor sagrado de outra religião.
O falso conceito entre estes dois pólos trouxe sérias conseqüências na história da Igreja, pois cada facção religiosa queria defender seu próprio terreno e com isto começou a chancelar sua fé através de mortes e chacinas. Enquanto não soubermos dissociarmos estas duas palavras, nossa religião não passará de uma mera cultura que deve ser transmitida de geração a geração sem saber o verdadeiro valor e sua essência para a vida das pessoas.
Precisamos de menos religiosidade e mais vida com Deus.

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