A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

terça-feira, 12 de agosto de 2014

A Síndrome da Geração do Sacerdote Eli

Observando a história do sacerdote Eli, detecto algumas similitudes com a nossa geração de sacerdote. Para começar o contexto é bem parecido com o nosso, vejamos. Eli foi sacerdote em um momento de transição, transição da judicatura para a monarquia; hoje vivemos este momento de transição de lideranças e várias ondas teológicas e filosóficas. Eli viveu em uma época em que os filhos de Israel fazia o que bem parecia aos seus olhos, a exemplo disto passamos por um período em que os cristãos influenciados pelo relativismo vivem uma vida dúbia e totalmente descompromissada com os postulados cristãos.
Outro ponto a considerar é que Eli vivera em uma época onde a Palavra de Deus era escassa e não havia visão manifesta. Em nossos dias é notório o quanto precisamos de voz profética em nossos púlpitos e de visões celestiais e genuínas para que venha despertar a consciência cristã à sua missão.
Tendo como panorama este sucinto relato do contexto passo a elencar algumas deficiências deste sacerdote.      
Eli era um sacerdote que não tinha autoridade sobre a sua casa. O texto de I Sm 2:22-25 relata que Eli reprendia seus filhos, mas não tomava nenhuma medida para retirá-los do oficio sacerdotal. A Bíblia diz que seus filhos deitavam com mulheres que serviam a porta da congregação além de desprezar as ofertas que eram para o Senhor. Eli como sacerdote tinha poder para destituir seus filhos do ofício sacerdotal, mas não o fez, apenas chamou-os para conversar e o pecado continuou. Esta história se repete no sacerdócio hodierno, existe tanta corrupção na casa do sacerdote que somente Deus para intervir na história. O apóstolo Paulo chegou a dizer que quem não tem cuidado da sua própria casa, como terá da casa de Deus. Precisamos de autoridade de Deus para repreender esta geração sacerdotal que tolera o pecado e Jezabel.
Através do texto vemos que Eli era um homem velho, cego e pesado (I Sm 4:15-16). Imagine a situação este sacerdote, estava limitado pelo tempo, pela visão e pela saúde. Já não tinha vigor para estar na frente do povo, não tinha visão para acompanhar o povo e devido o excesso de peso tinha a saúde debilitada. Infelizmente esta era a triste realidade do sacerdote Eli. O pior é que não sabia que seu tempo já havia terminado como sacerdote e então vai vivendo uma vida de revés. Espiritualmente falando, quantos sacerdotes hoje encontram-se na mesma situação de Eli, velhos precisando de um renovo; cegos espiritualmente precisando cingir os olhos com o colírio da graça e pesados de tanta corrupção. Que Deus venha ter misericórdia de nós e venhamos despertar antes que seja tarde demais.
Com o passar do tempo Eli havia perdido a sensibilidade pela voz de Deus. No relato em que Deus chama a Samuel, Eli só entendeu que era Deus chamando Samuel na terceira vez. O texto diz que Eli entendeu que Deus chamava por Samuel (3:8). Infelizmente, com o passar do tempo Eli perdeu a sensibilidade para ouvir a voz divina, se envolveu e permitiu tantas coisas em seu ministério que a voz de Deus já não era mais prioridade. Esta triste realidade está destruindo o sacerdócio atual, muitos se envolveram com as conveniências políticas transformando o culto em comício, púlpito em palanque eleitoral e seus membros em eleitores apenas para garantir cargos e empregos públicos. Estas permissividades no ministério têm cegado a nossa visão e tapado nossos ouvidos ao clamor divino. Que Deus tenha abra os nossos olhos para vermos o grande abismo que estamos caindo.

Como consequência da vida inconsequente do sacerdote Eli, seus filhos morreram na batalha, a arca do Senhor foi tomada, indo assim a Glória de Israel e Eli morreu com o pescoço quebrado. Isto nos deixa claro que o julgamento de Deus virá sobre aqueles que fazem a sua obra relaxadamente. Paulo nos deixa o recado: “Deus não se deixa escarnecer; tudo que o homem semear, isto colherá”. E no mesmo texto nos diz: “Horrenda coisa é cair nas mãos do Deus vivo”.

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