A Inveja e seus
Males
A Bíblia apresenta a história do
povo hebreu e o relacionamento entre si e com Deus, bem como a plano da
salvação; nestes pormenores de relacionamento interpessoal, alguns sentimentos
vão aflorando, uns ruins e outros bons.
Logo no primeiro livro da Bíblia
encontramos o primeiro homicídio. A triste história de Caim e Abel. O relato
nos mostra que ambos ofereceram sacrifício a Deus, mas Deus atentou para a
oferta de Abel e rejeitou a oferta de Caim. Aqui percebemos a primeira inveja,
pois quando Caim viu que a oferta de Abel foi aceita e a sua não, começou a
invejar seu irmão. Este sentimento é tão pernicioso que age internamente
tomando os porões da nossa consciência, desenvolvendo a falsidade, pois a
pessoa tomada pela inveja, muitas vezes não a admite.
Caim chegou a ponto de matar seu
irmão, pois ela difícil conviver com esta inferioridade gerada por si mesmo.
Aqui entra o primeiro engodo, pois Caim pensava que liquidando seu irmão estava
acabando com a inveja; é a inveja que precisa sair de nós.
Em nossos dias não é diferente, pois
constantemente as pessoas invejam o casamento das outras, o trabalho, e o
ministério. A inveja, além de ter a sua origem no Diabo é germinada em pessoas
que não sabem lhe dar com o crescimento do próximo e com o sucesso das pessoas;
em sua grande maioria são pessoas que não lutam, vivem a mercê da sorte ou
injustiçadas com a aparente contradições da vida. O sábio Salomão chegou a
declarar que inveja apodrece os ossos (Pv 14:30). É um câncer que vai
destruindo a vida das pessoas, impedindo-as de serem felizes e de conviver em
harmonia com as pessoas. Paulo, em sua epístola enfatiza que a inveja é obra da
carne, e os que cometem tal coisa não herdarão o reino de Deus (Gl 5:21).
Um outro relato bíblico que
percebemos este sentimento e o de José com seus irmãos. Os irmãos de José o
invejavam tanto que o venderam a uma caravana de ismaelistas e mentiram para
seu pai sobre o seu paradeiro. Lutaram tanto para se livrar de José e depois
viveram atormentados com uma mentira que não podia compartilhar com ninguém.
Viveram presos a um problema que preferiram vender a resolver. O problema não
era José e sim a maneira como eles observavam a vida. Este problema dos irmãos
de José afetou toda a família, fazendo-os a viver uma vida cheia de intriga,
doentia e amarga.
As pessoas estão tão inebriadas com
o câncer da inveja, lamuriando-se com seus fracassos e estado de miséria que se
recusam a acreditar que o problema está nas suas decisões erradas e a maneira
insana de viver e enxergar a vida. Que venhamos a aprender a exorcizar os
fantasmas que criamos e nos assombram para desfrutar da beleza da vida em
sociedade.
O que dizer do sentimento que Saul
passou a ter de Davi após a luta com o gigante Golias. A Bíblia relata que Saul
ficou indignado com os cânticos que as pessoas entoavam quando Davi venceu o
gigante. A partir deste momento, Saul procurou matar Davi, pois a inveja o
dominava. Ele sabia que Davi seria seu substituto e estava tirando sua
popularidade com o povo.
Este sentimento de tristeza diante
do que o outro tem e é tem destruído muitas pessoas e porque não dizer líderes.
Vivemos num contexto, onde vigora uma visão predatória e de competição em que o
destaque no ministério ou na empresa gera desconforto em muitas pessoas. Este
desconforto gera nas pessoas um sentimento de inferioridade levando-as a
maltratarem e diminuírem as outras pessoas para se sentirem no mesmo nível, e
até mesmo melhor. Davi, teve duas oportunidades para acabar com Saul com a
espada, mas não o fez, pois entendia que a unção de Deus estava sobre Saul.
Ao se tratar de invejosos, não
podemos revidar, mas sim orar e ajudar, pois são pessoas que precisam de ajuda.
Tiago nos adverte que onde existe inveja e espírito faccioso, existe perturbação
e toda obra perversa (Tg 3:16).
Não nos esqueçamos que o nosso maior
exemplo, JESUS, foi entregado para ser julgado e crucificado por inveja (Mt
27:18). Aprendamos com Ele. Podem crucificar e matar, mas Deus ressuscita e o
exalta soberanamente.
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