Os Inimigos da Cruz
Paulo, em sua missiva à igreja que
estava na cidade de Filipos adverte aos irmãos quanto àqueles que são inimigos
da cruz de Cristo (Fp 3:18). Sabemos pelo teor escriturístico do apóstolo, que
o mesmo primava por uma doutrina sadia e zelava pelo bom andamento da obra de
Deus, bem como o desenvolvimento do rebanho. Em diversas vezes encontramos as
advertências paulinas contra os falsos mestres, pseudos apóstolos e líderes que
só pensavam nos bens materiais. Aqui, no texto em questão, Paulo externa tal
sentimento com choro. Estas lágrimas externam o zelo do apóstolo Paulo pela
qualidade do evangelho, pois o evangelho da cruz é o centro da fé evangélica.
Estes inimigos da cruz referem-se as
pessoas que corrompiam a sã doutrina, pois degradavam o valor da expiação. No
versículo 19, Paulo dá algumas características deste grupo, vejamos:
Paulo enfatiza que o fim que os
espera é a perdição. Embora no presente momento vivesse uma vida de
aplausos e pompas o fim deles seria o completo extermínio. Esta idéia coaduna
com a de Judas ao dizer que o juízo de Deus virá sobre estes inimigos da Cruz.
Em nossos dias não é diferente, pois muitos estão barateando a graça,
terceirizando a fé e fazendo do evangelho um negócio lucrativo e puramente
humano. Paulo nos diz que tal caminho pode até ser atraente, mas na caminhada
percebe-se os espinhos e cardos. Infelizmente existe uma multidão de líderes e
seus respectivos seguidores iludido e hipnotizados pelo pseudo-evangelho. Este
evangelho pregado pelos inimigos da cruz arrebata multidão, mas será impossível
arrebatá-los ao seio de Abraão; pode até levá-los a conquistar riquezas
terrenas, mas não as celestiais. Salomão já dizia: “Existem caminhos que ao
homem parece ser o certo, mas o fim deles é morte”. Jesus sintetiza dizendo:
“Um cego guiando outro cego, amos cairão numa cova”. Não se engane, o fim dos
proponentes deste pseudo-evangelho é a perdição.
Outro ponto enfatizado pelo
apóstolo Paulo é que o deus destes é o ventre. O termo usado no grego
clássico do novo testamento traduz a ideia de pessoas que a satisfação pessoal
está acima de qualquer coisa. A satisfação de todos os seus apetites carnais e
até mesmo espiritual. A sua lida é sempre em troca de recompensas... tudo o que
ele faz é visando o lucro e o bem estar. Jesus nos advertiu quanto a esta
maneira de viver quando fez referência a geração de Noé: “...comiam, bebiam e
davam-se em casamento”. Este viver leva as pessoas a perderem a sensibilidade
espiritual, toda esta busca pelos prazeres terrenos vai engodando a mente. Todo
este viver descompromissado com os ditames bíblicos têm a sua origem no
enaltecimento do “ego”. As pessoas buscam o “sucesso” espiritual a qualquer
custo; vivem atrás da “fama” e de holofotes. Tem uma canção muito linda que
diz: “quem já entrou no santo dos santos em outro lugar não sabe viver”. A
nossa motivação em fazer a obra de Deus deve ser tão somente o senso de
responsabilidade e de gratidão, e nada mais. Paulo nos exorta, dizendo: “Se
anuncio o evangelho não tenho no que se gloriar, pois me é imposta esta
obrigação”. Precisamos repensar nossas motivações
Uma outra característica que Paulo
destaca é que tais homens se orgulham do que é vergonhoso. O nível de
embotamento espiritual destes é tão grande que eles vivem de maneira leviana e
se orgulham disto. Pessoas que perderam a sensibilidade espiritual, líderes
profissionais da oratória e da administração eclesiástica. Jesus advertiu
dizendo que nem todos que me chamam de Senhor entrarão no reino; pode profetizar
e anunciar o evangelho, mas se não for conhecido do Pai, perecerás...
Por último, Paulo diz que os
inimigos da Cruz se preocupam com coisas terrenas. Isto mesmo; se o deus é
o ventre... seu tesouro é terreno, suas esperanças limitas e baseadas no que se
vê. Naquela época, muitos líderes pensavam nas benesses do império e tiravam
proveito de suas posições para alcançar status terreno. Quando estava preso,
Paulo diz que Demas havia amado o presente século. Em nossos dias não é
diferente, muitos usam o nome de Deus para construir seus impérios; fazem verdadeiras fortunas e vivem
uma vida nababesca com carrões de luxo. O lamentável é que tudo isto é feito em
nome da fé, financiados por seguidores cegos. O conselho de Paulo serve para os
nossos dias quando diz que precisamos pensar nas coisas que são de cima e não
nas que são da terra. Em outra passagem diz que convêm atentar para as coisas
que não vemos, pois as que vemos são temporais, mas as que não vemos são
eternas. Urge orarmos a Deus e vivermos debaixo de sua graça para que não
venhamos iludir com as coisas passageiras.
Que sejamos apologistas da Cruz de
Cristo como Paulo. Para Stott, em seu livro "A Cruz de Cristo"; a cruz é o símbolo da fé cristã e da revelação de Deus em Jesus Cristo e que toda luta da Reforma protestante não passou de busca em resgatar o verdadeiro significado da Cruz de Cristo.
Que Deus nos ajude!
Que Deus nos ajude!
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