Examinai tudo, retenha o que é bom...
O apóstolo Paulo, ao escrever a carta
aos irmãos de Tessalônica, trata de diversos assuntos vinculados à fé cristã, bem como a maneira
como devemos nos portar diante do mundo e da igreja.
Além de abarcar temas relativos à
santidade, também fala sobre a ressurreição dos mortos e a volta de Jesus. Na
parte final de sua epístola elenca algumas alertas aos cristãos que compreende
o texto de I Ts 5:16-23. Dentre eles, destaco o versículo 21, que diz:
“Examinai tudo, retende o que é bom.
Embora escrito aproximadamente 50
d.C, esta alerta serve para nós do presente século, pois vivemos numa sociedade
considerada digital, onde as pessoas estão sendo bombardeado por inúmeras
informações e de maneira célere. Vale salientar também que contemplamos uma
explosão de pregadores que muitas vezes apresentam em seus sermões vários erros
teológicos e hermenêuticos.
Ao estudar o versículo em questão,
percebemos que a expressão “examinar” do grego “dokimadzo”, é transliterada por
“testar ou provar”; trazendo a ideia de algo que precisa ser colocado em um cadinho
ou fornalha. Era uma palavra usada para testar validade das moedas e a
genuinidade dos metais. Associando esta idéia ao versículo que antecede,
sabemos que diante das profecias era necessário que a mesma passasse pelo crivo
apostólico. Era necessário recorrer ao exercício da
discriminação a respeito do conteúdo dos pronunciamentos proféticos. Certamente
devem-se avaliar tudo que ouvir não deixando que ninguém lhes imponha nada de
errado.
Uma outra parte do verso a
considerar é a recomendação paulina para “reter o que é bom”. A expressão
“reter” traz o significado de guardar, carregar consigo no viver diário e se
possível compartilhar. Paulo deixa explícito que o principal é ter
discernimento daquilo que nos é oferecido.
Esta mesma preocupação deve existir
nos dias atuais, mormente diante dos “fake news” (mensagem falsa); preme que
venhamos ver a veracidade das informações para que não venhamos sair repetindo
e propagando aquilo que não existe. O pior é acreditar numa falácia a respeito
de coisas e pessoas.
No âmbito teológico estamos vendo o
avanço de heresias, novas interpretações baseadas em pressuposições e
revelações que não passa pelo crivo escriturístico, nem tampouco da
hermenêutica. Nós, docentes e líderes necessitamos primar por aquilo que é
verdadeiro e honesto e não sairmos absorvendo tudo como uma esponja.
Ensejando o momento que estamos
vivendo a eleição, é necessário filtrar as informações que a mídia divulga sobre
os candidatos e aquilo que as redes sociais falam. Antes de passarmos qualquer
informação a diante, precisamos passá-la pelo teste da veracidade.
O mesmo apóstolo Paulo nos deixa um
princípio interessante em sua carta aos irmãos de Filipos, vejamos: “Quanto ao
mais, irmão, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é honesto, tudo o que é justo,
tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é de boa fama, se há alguma
virtude, e se há algum louvor, nisso pensai (4:8).
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