A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Temor a Deus

Vivemos em uma época de muitas mudanças, desafios e pragmatismo no tocante a fé cristã. Observamos que as pessoas estão em um âmbito religioso, mas não se portam com a devida honra, pois qualquer coisa consegue distraí-los. Em muitas igrejas, as pessoas mantêm seus celulares ligados, alguns passam torpedos na hora do culto, outros conversam, promovem verdadeiros negócios, colocam os assuntos em dia; o pior é que muitos acham tudo isto normal.
Diante de tais fatos, é necessário que venhamos pautar a nossa vivência de acordo com os ditames bíblicos para não corrermos o risco de sermos considerados servos infiéis, loucos e insensíveis. Dentre vários tópicos que poderia abordar dentro da vida cristão, ater-me-ei apenas ao “Temor do Senhor”.
Muito se fala hoje sobre temor, mas as pessoas e muitos pregadores têm dificuldade de conceituar o que vem a ser o vocábulo “temor”, e até mesmo confundem temor com medo. Tendo em vista que a conceituação nos levará a uma prática correta, procuraremos na medida do possível ver nos originais e na história o que esta palavra quer dizer e suas implicações no presente século.
No hebraico, encontramos a expressão “morah”, que é um substantivo. Segundo Strong (2000), a expressão “morah”, que ocorre 12 vezes no Antigo Testamento, é derivada do verbo “yãre´”, significando; ter reverência ou respeito por alguém superior. Na visão de Vine (2002), o verbo “yãre´”, refere-se a um respeito, por meio da qual o indivíduo reconhece o poder e a posição do ser reverenciado. Já o substantivo “morah”, geralmente é usado para se referir ao respeito que alguém deve ter ao estar diante de alguém infinitamente superior.
No Novo Testamento, encontramos a expressão “phobos”, derivada do grego clássico; no início significava fuga, mais tarde passou a significar a causa da fuga e muitas vezes respeito ou reverência. William Barclay nos diz que “Phobos” é a reverência que existe quando estamos diante de uma divindade. O significado deste vocábulo será determinado pelo contexto. Não podemos confundir medo com reverência.
Tendo como ponto de partida que dentro da nossa vida cristã, temor é a maneira que portamos diante do Deus que cremos, precisamos rever alguns aspectos de nosso “modus vivendi”.
Em primeiro lugar, precisamos entender que o temor a Deus não deve estar circunscrito ao ambiente religioso. Muitas pessoas, influenciadas pela dicotomia cultural, vivenciam uma vida religiosa e uma secular, pensando que uma não tem nada a ver com a outra. É necessário entender que o mesmo Deus que adoro no templo está comigo todos os momentos, Ele habita em mim, pois somos templo de seu espírito. O salmista nos convida a servi ao Senhor com temor (2:11).
Outro ponto a destacar é que o temor traz benefícios a nossa vida. O sábio Salomão não economizou em seus provérbios as conseqüências do temor, vejamos: O temor do Senhor é o princípio da sabedoria (9:10); O temor do Senhor é fonte de vida para evitar os laços da morte (14:27); O temor do Senhor é riqueza, honra e vida (22:4); O temor do Senhor conduz a vida (19:23). Na igreja primitiva, encontramos registrado no livro de Atos, que em cada alma havia temor e muitos sinais se faziam por meio dos apóstolos (2:43).
Em último lugar, O temor ao Senhor determina o culto que prestamos. Ao reverenciar a presença de Deus, mudamos a nossa postura em adoração com espírito e verdade. Moisés ao reconhecer a presença de Deus na sarça no Monte Sinai, não teve medo e sim O reverenciou tirando as sandálias dos pés (Ex 3). João quando viu a Jesus ressuscitado caiu a seus pés e O adorou (Ap 1:17). 

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