A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

A Adoração e suas Implicações em Nossa Vida


Vivemos em uma época de profundas mudanças, momento de grandes descobertas, várias ideologias e de teologias que permeiam no seio da Igreja levando muitos a questionarem valores, normas, liturgias e doutrinas. A pós-modernidade com seus valores relativistas têm levado várias pessoas a questionarem posições litúrgicas. A influencia do humanismo tem gerado nas pessoas um desejo de agradar a si mesmo, bem como  uma obsessão  exagerada pela quantidade que não apresenta compromissos com a qualidade. Tal prática tem nos levado a distanciar do mandamento bíblico que e amar a Deus acima de qualquer coisa ou pessoa.
                    Contemplamos hoje uma "explosão de louvor" nas igrejas, cultos e louvores para diversos gostos. Tudo para satisfazer as exigências de uma geração de pessoas que migram de igrejas em igrejas na expectativa de terem um encontro com o culto ideal. Temos contribuído através de nossa omissão com que muitos de nossos cultos se transformem em shows gospel e em agito aeróbico. Percebemos também inovações musicais que trazem em seu bojo erros doutrinários e até mesmo pobreza de letras que não contribuem em nada no enaltecimento da majestade de Deus.
Temos de reconhecer que vivemos em uma época de banalizacoes, quando os valores são torcidos e onde os cantores ocupam lugar de celebridade em muitos de nossos eventos. As composições atuais tem como padrão uma letra de "auto ajuda", onde se explora muito o emotivo sem compromissos com a adoração. Os corinhos com letras repetitivas e antropocêntricas muitas vezes tem tomado o lugar da ministração da palavra de Deus. Em algumas igrejas, a situação se agrava mais, pois as composições trazem "chavões e verbetes pentecostais" para produzir movimentos e efeitos como prova de anuência divina.
Precisamos nos preocupar mais com esta jóia perdida  nas igrejas, que é a adoração. Saber que a melodia, o ritmo e a harmonia são partes integrantes da música para tocar o ser humano por inteiro. Ensinar que Deus não busca estilos de culto e sim  verdadeiros adoradores, que o adorem em espírito e em verdade. Conscientizar que a verdadeira adoração cria no adorador um anseio sincero por Deus, cria um coração em comunhão com Deus e entroniza Deus no centro de sua vida. Sobre isto, Witt (2001), diz que o nível de nossa gratidão acha-se diretamente relacionado com o nosso nível de espiritualidade.
Urge, que formulemos uma teologia de adoração que seja primeiramente bíblica, pois o conhecimento que temos de Deus  nos levará a adorarmos não pelo que Ele fez, faz e fará na vida de seu povo, e sim pelo que Ele representa em nossa vida. Em segundo lugar, que seja cristocêntrico, cujo objetivo é agradar a Deus, glorificá-lo, honrá-lo, enaltece-lo, e como conseqüência, edifica a igreja e transforma pecadores. Em terceiro lugar que saia de corações, cujo pulsar esteja em sincronia com o coração de Deus.
Na concepção  Basden  (2006), a adoração deve: 1) estimular a consciência pela santidade de Deus, 2) alimentar a mente com a verdade de Deus, 3) purificar a imaginação por meio da beleza de Deus, 4) abrir o coração ao amor de Deus e 5) dedicar a vontade ao propósito de Deus.
Ensinar que o verdadeiro adorador sabe o que está cantando, medita em cada palavra e vive-as em seu cotidiano. É imprescindível que haja reverencia, o reconhecimento de um Deus santo no meio de seu povo.
Para Muradas (1999),  podemos adorar a Deus prostrando, ajoelhando, com palmas, levantando as mãos, com danças, com brados de triunfo, com alegria, com cântico e com todo o tipo de instrumentos. Fica expresso a partir disto que para louvar a Deus precisa apenas ter um coração de adorador, alguém que realmente esteja com o coração grato pelo que Deus é.
Lembremos que a omissão trouxe sérios problemas no decorrer da História da Igreja. É papel pastoral aperfeiçoar os crentes para a obra do ministério, para que os mesmos possam oferecer a Deus um culto racional. Culto este que leva a nossa mente a ser despertada com a santidade de Deus a luz de sua verdade bíblica.
Que nossa adoração e sacrifício seja como a de Abel que fez com que Deus atentasse para sua oferta. A expressão atentar do hebraico “sha’â”, fornece-nos a idéia de examinar, fitar e interessar-se por; ou até mesmo com a de Noé, que Deus cheirou como cheiro suave.

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