A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

A Solidão
 
O que é solidão? Porque nós, os seres humanos, feitos para viver em comunidade experimentamos a solidão? Na solidão um vento forte invade a alma o dilacera o nosso ser. Solidão não é está em um ermo, nem tampouco em uma ilha. A solidão leva-nos a uma busca incessante de algo que nos traga afago. A solidão nos tortura, deixando-nos a mercê de dores lancinantes, ficamos abatidos e prostrados pela situação. Por que o céu azul da nossa alma se transforma em uma cor tão triste e cinzenta? A solidão nos leva por caminhos escabrosos, já não temos mais certeza do jornadear. . . experimentamos a crise da identidade. . . choramos os sonhos perdidos na ilusão. . . choramos por um amor perdido simplesmente por Ter passado o tempo de dizer as palavras que os enamorados e nubentes adoram dizer: Ëu te Amo”.
Solidão. . . saudade. . . será que são irmãs gêmeas? Parece que estão intrinsecamente vinculadas, espécie de causa e efeito. Como pode o homem superar todos estes sentimentos? Estes dois substantivos nascem na alma quando sentimos a falta de alguém que por um motivo justo marcou nossas vidas. O homem se torna eterno dependente do amor até mesmo em sua falta. . . o livro sagrado nos diz pelos lábios do pregador Salomão que Deus colocou a eternidade no coração do homem, o que dizer de Paschal: “O coração tem razões que a própria razão desconhece”. Indubitavelmente, estas foram pessoas que sentiram em sua pele a dor da solidão. Solidão que se exterioriza por lágrimas. . . de que nos servirá os olhos banhados e chafurdados de lágrimas? Quem as colherá? Para onde vão?
O homem é isto; é choro, riso, alegria, tristeza, solidão, amor, ódio, saudade, presença, prazer, desprazer, desespero, incerteza, dilemas, crises. . . o coração bate sofrendo em silêncio, grita e ninguém escuta, talvez Leonardo Boff tenha razão quando disse que as coisas do coração se sente com o coração e com a alma; o que dizer de José de Alencar, o grande romancista brasileiro: “coisas do coração se entende com o coração”. É preciso matar o medo da solidão, pois esta impede o homem de ver novos horizontes. Somos seres desejantes, não existe como tolher o ser humano, somos demens no que tange aos limites, gostamos de conhecer o que os limites escondem, o fruto proibido é bem mais atraente e sedutor, aparentemente é mais sedutor. Não contentamos com os horizontes, queremos ir até lá para saber o que existe lá, ao chegar, notamos que existe um novo horizonte. Lembra dos nossos ancestrais Adão e Eva quando o seu habitat era o Éden; conheceram a dor por ir além dos limites. Trocaram a imortalidade por um fruto aparentemente gostoso, sendo assim conhecedores do bem e do mal. Pela primeira vez experimentaram a dor da solidão. Solidão neste caso se constitui um fosso entre o terno e o eterno, é quase indelével aquilatar a dor da solidão dos outros, pois nos falta o pathos que do grego é paixão, de onde vem a palavra compaixão. Sentimento que tem como raiz o amor.
Talvez a solidão seja ainda um arcano aos olhos da humanidade, e eu não sou um portento para exaurir o sentimento como este. Escrevo com o coração e do coração vem o que sentimos, por isso lhe digo que a solidão não consiste em estar rodeado de pessoas belas e Ter tudo o que queremos. . . solidão está no simples fato de está em uma multidão de pessoas e sentir a falta de apenas uma. No caso DEUS
Será que o grande teólogo da Igreja teve razão quando disse: “Tu o Deus nos fizeste para Ti, e nossa alma jamais encontrará descanso enquanto não repousarmos em Ti”. O que dizer do grande filósofo: “O homem tem um vazio no coração do tamanho de Deus”. A questão é que a solidão vem como resultado do esquecimento de Deus.

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