A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

quinta-feira, 10 de março de 2011

Missionários que Deixam Saudade


          Saudade. . . é mais fácil sentir do que explicar. É um sentimento vazio pela ausência de alguém ou de alguma circunstância que deveria estar “aqui e agora”, e não “lá e então” distante, no doce recanto cativo da memória. Quem são esses missionários que deixam saudades? Cada um de nós tem sua própria lista. A questão é, por que eles deixam saudade? A partir da investigação histórica de missionários encontramos na Bíblia um dos que com certeza promove saudade em nossos corações e serve como inspiração para os hodiernos. Em Atos vemos um missionário por nome de Paulo, homem que Deus usou tremendamente na propalação do Evangelho. Paulo era um homem que tinha visão missionária, ele não apenas falava de missões, mas sim a vivia profundamente.
          Paulo, como ele mesmo se expressa em Rm 15:20 “Sempre fiz questão de pregar o Evangelho onde Cristo ainda não era conhecido, de forma que não estivesse edificando sobre alicerce de outro” (NVI), gostava de anunciar o Evangelho às partes mais remotas da terra e sempre visava os lugares de densas trevas espirituais. Neste intento empreendeu e realizou três viagens missionárias passando por Antioquia da Psídia, Listra, Trôade, Filipos e Tessalônica que foram colônias romanas ligadas entre si por estradas romanas; também passou por Pafos, Atenas, Corinto que eram as capitais de Chipre, Ática e Acaia, que por conseguinte, eram centros da administração romana; passou também por cidades como Salamina, Atália, Pérgamo, Neápolis, Éfeso e Cencréia que eram cidades portuárias. Missões se faz muito mais fazendo do que simplesmente falando. Ralph W. Emerson pode-se expressar da seguinte maneira: “As pessoas podem duvidar do que você diz, mas acreditarão sempre naquilo que você faz”. O que realmente dará vida nas nossas palavras e até mesmo fortificará nossa teologia e nossa crença são nossas atitudes.
          Paulo tinha estratégias missionárias objetivando espalhar o Evangelho o mais rapidamente possível. Atrevo-me a dizer que se Paulo vivesse em nosso tempo ele empreenderia viagens missionárias nos países que fazem parte da janela 10/40, pois lá se concentra 2/3 da população mulçumana e que precisa prementemente ser alcançada com o Evangelho do Senhor. Lá se encontra a maior resistência hoje para o avanço missionário, apesar de apenas 3% dos missionários estarem lá, muitos dos missionários têm se tornado mártires do Evangelho, lugar onde a Igreja é perseguida e sofre as maiores hostilidades por amor a Cristo. Que Deus levante homens do calibre de Paulo que possam dizer como o próprio Apóstolo se expressou: “Agora, compelido pelo Espírito, estou indo para Jerusalém, sem saber o que me acontecerá ali. Só sei que, em todas as cidades, o Espírito Santo me avisa que prisões e sofrimentos me esperam. Todavia, não me importo, nem considero a minha vida de valor algum para mim mesmo, se tão somente puder terminar a minha corrida e completar o ministério que o Senhor Jesus me confiou, de testemunhar o Evangelho da Graça de Deus” (At 15:22-24).
         Um outro personagem que deixou o seu nome no rol daqueles que deixam saudade é o Evangelista Felipe. São poucas vezes que a Bíblia faz menção ao nome de Felipe, mas com certeza alguns de seus atos ficaram registrados na história para servir de inspiração e lição para a geração vindoura. De todos os atos que ele fez o que mais me chama atenção é sua serenidade e sensibilidade para ouvir a voz de Deus e obedecê-la. Ao receber a ordem de ir para a estrada deserta que desce de Jerusalém para Gaza, a Bíblia descreve que ele se levantou e partiu. Não hesitou, não ficou dando tempo ao tempo nem tão pouco procrastinou e sim atendeu prontamente. Deus quando nos fala é porque ele tem urgência e pressa em realizar a sua obra. Quando Deus pede algo de nós, por mais absurdo que seja, temos que ter em mente que Deus sabe o que faz e tem desígnios a realizar. O que Felipe faria em uma estrada deserta? Na cidade tinha pessoas que precisava escutar, no entanto, Deus o enviou para um lugar deserto, e lá no deserto Deus tinha um propósito com ele. Naquele lugar tão ermo tinha um oficial da rainha de Candace que precisava ouvir o Evangelho salvífico. É necessário entender que Missões se faz onde existe pecador, por que onde existe um pecador, também existe um campo missionário. Campo missionário não é somente onde existe grande quantidade de perdidos, mas sim onde existe um perdido. Precisamos está sintonizados com Deus para ouvirmos sua voz e obedecê-la na íntegra. A voz de Deus nos levará a conquistar este mundo para Cristo.
         Um terceiro protagonista na história bíblica de Missões que nos legou um quesito missionário é Estevão. Apesar de seu ministério curto e um fim trágico; podemos extrair deste que é o primeiro mártir registrado em Atos dos Apóstolos características que realmente mexe conosco. O que me chama a atenção na vida de Estevão é que quando Lucas faz referência a ele diz o seguinte: “Elegeram Estevão homem cheio de fé e do Espírito Santo” (At 6:5). Vejam bem, Estevão era um diácono, e as duas características marcantes que encontramos é cheio de fé e do Espírito Santo. Quero me ater apenas na questão de ser um homem de fé. A fé deste homem o levou até as ultimas conseqüências, até mesmo a se tornar um mártir por amor àquilo que ele cria. No versículo 8 do capítulo em questão, encontramos que Estevão cheio de fé fazia sinais e prodígios entre o povo. A fé é uma característica imprescindível para a vida de um missionário. Que os missionários e até mesmo os candidatos a missionários possam entender o quanto precisam ter uma fé inabalável no Deus que servimos, pois a fé fará a diferença em nosso ministério e é uma arma poderosa para destruir o império das trevas e implantar o reino de Deus.
         Vemos aqui exemplos de três homens que não escolhi mencioná-los por mero acaso, mas sim propositalmente, pois vejo mais do que homens; vejo exemplos de situações e circunstâncias. Paulo foi o tipo de missionário transcultural, estava sempre indo além mar, ampliando horizontes no que tange a divulgação do Evangelho de Cristo. Felipe é o tipo do missionário que age em seu Estado e, que sintonizado à voz divina executa a missão com excelência. Estevão nos mostra que mesmo quando as circunstâncias nos são adversas, até mesmo quando corremos o risco de perder a vida devemos ser testemunhas do Senhor Jesus Cristo.
          Graças a Deus pelos missionários que deixaram saudade e pelos que ainda deixarão. Eles realizaram ou realizam seu trabalho sem a preocupação com os aplausos humanos, pois o fazem como para o Senhor e não para os homens. Queridos missionários, a vocês que tem dado a vida pela causa do Evangelho de Cristo, nossa sincera gratidão e apreço. Que o Senhor te fortaleça e te ilumine. . .sabendo sempre: “Quão formosos os pés dos que anunciam a paz e as boas Novas”.

Um comentário:

  1. EMOCIONANTE , POIS , LECIONO ,A CLASE DOS JUVENIS E NESSE TRIMESTRE ESTAMOS ESTUDANDO, HISTÓRIA DA IGREJA, E CONCORDO SIM MISSÕES COMEÇA EM CASA ,ATOS 1,2 NÓS DEIXA ESSA GRANDE LIÇÃO , PARABENS ABÇSS FIQUE NA SANTA PÁZ!!!!!!

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