A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Feliz Páscoa!!!
            Esta foi uma das frases que mais ouvi em todo o feriado. Escutei também estorinhas do coelho da páscoa e seus deliciosos ovos de chocolates. Algumas pessoas ao felicitarem umas as outras cobravam ovos de páscoa. Até mesmo, lembrei-me do meu tempo de criança ao ouvir uma canção que diz: “coelhinho da páscoa que traze pra mim; um ovo, dois ovos, três ovos. . .”
            Diante de todas estas situações comecei a pensar sobre a origem da Páscoa. Por volta do ano de 1405 a. C, quando o povo de Israel saiu do Egito, mediante 10 pragas que Deus enviara naquela terra devido a dureza do coração de faraó. Na derradeira praga, a morte dos primogênitos; Deus estabelecera de que as pessoas aspergissem os umbrais de suas portas com sangue, pois o anjo do Senhor passaria e onde não ouvesse o sinal do sangue, o primogênito daquela casa morreria; e onde houvesse o sinal de sangue, o anjo passaria por cima. Esta expressão “passar por cima” é proveniente da palavra hebraica “passach”. Este evento que consumou com o êxodo, tornou-se um memorial para o povo de tal modo que era uma das principais festas comemoradas pelo povo judeu. Na ocasião eles lembravam o período de escravidão e a maneira poderosa como o Senhor os libertara, reiterando também o aspecto educacional para com a posteridade.
            Durante o período do século VII, a nação de Judá e Israel caiu em seu aspecto moral e religioso, passando a não mais celebrar tais festas, apenas festejava por uma mera formalidade. Esta verdade é vista através dos vaticínios do Profeta Isaías (1:13-14): “Estou farto de vossas festas, elas me enchem de nojo, pois o pecado de vocês estragam tudo” e Amós (5:21-24): “Eu odeio as vossas festas religiosas e as reuniões solenes. Pare com vossas canções religiosas e barulhos...” Estes texto nos evidenciam o quanto o povo perdeu a essência e passou a viver em função do rito e do formalismo religioso.
            Já no ano de aproximadamente 33 d. C, segundo o Cristianismo, Jesus morre na Páscoa inaugurando uma nova era, a era da graça. Momento máximo da fé cristã, onde o próprio Deus se torna homem e morre pelo pecado de todos, para que aquele que nEle cresse tivesse o direito a vida eterna. Paulo, uma das maiores autoridades religiosas de sua época, disse que Cristo era o cordeiro pascal que foi imolado, por isso, precisamos celebrar. Celebramos com a Eucaristia trazendo à memoria o sangue e o corpo de Cristo, meio pelo qual temos acesso a um novo e vivo caminho.
            Hoje, em pleno século XXI, vemos a Páscoa sendo influenciado pelas propagandas mitológicas para justificar o capitalismo e esta nova forma de viver a vida; a hiper-modernidade.
            Precisamos resgatar o verdadeiro sentido da Páscoa. Precisamos trocar “feliz páscoa” por “viva a páscoa”. Viva do verbo viver, pois precisamos vivê-la todos os dias de nossa vida. Vivê-la em todas as esferas de nosso ser. As pessoas, em sua grande maioria, acostumaram com a história do calvário, do Cristo, de sua paixão. Encantam-se com as peças teatrais e esquece-se de vivê-lo os demais dias do ano. Gastam enormes quantidades de dinheiro e esquecem-se da ordem de Jesus: “Dai lhes vós de comer”.
            Urge ensinarmos que ovos e chocolates nada têm a ver com Páscoa e sim com os anseios de uma sociedade capitalista e consumista. Que os ritos nos levam para uma vida de formalidade religiosa, mas a essência nos leva a desenvolver uma espiritualidade que leva a busca pelo caráter de Cristo.
            É hora de celebrar. Celebrar a Cristo que é a nossa Páscoa. Viva a Páscoa!

2 comentários:

  1. concordo plenamente com seu poster meu primo, hoje a uma sociedade pos moderna, que as razoes religiosas foram por agua abaixo, muitos perderam o carater e o temor de Deus. Que o nosso senhor jesus preserve o nosso amor e temor

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  2. Realmente a páscoa perdeu o seu real valor religioso. O que nos resta é passar o ensinamento correto como você fez. Parabéns, belo texto.

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