A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

domingo, 14 de agosto de 2011


O Obreiro e os Desafios do Século XXI

Cada época é única na história eclesiástica, vem sempre com os desafios a serem vencidos. Nos século XV e XVI a Igreja viveu um período considerado por muito historiadores como “Idade das Trevas”. Época esta em que a Igreja perdeu sua identidade e já não era mais a consciência do Estado. Momento marcado pela conduta espúria de muitos líderes, tempo em que se praticava várias coisas ilícitas para atender ao benefício próprio.
Hoje, no presente século vivenciamos alguns desafios. Temos que ser obreiros numa sociedade orientada pelo consumo, marcada pelo relativismo e pelas perdas de valores graníticos da nossa sociedade. Vivemos hoje uma crise na liderança eclesiástica e o resultado disto são os escândalos mostrados pela mídia.
Urge para nós obreiros, afirmar a verdade num ambiente excessivamente mentiroso. Precisamos proclamar que há absolutos num mundo onde o relativismo impera, temos que marcar a linha divisória entre certo e o errado.
A nossa bússola ainda é a Palavra de Deus, é nela que encontramos o remédio para curar a esterilidade existente em muitas igrejas e em muitos líderes hoje. Devemos nos atentar com diligências para as recomendações bíblicas acerca dos obreiros. Obreiros são homens de carne e osso, mas homens vocacionados os quais se exigem um padrão elevado em toda sua maneira de viver.
A igreja primitiva tinha uma preocupação muito grande ao separar pessoas para estarem ativamente no Ministério. A prova disto, encontramos em At 6:1-7. No texto em estudo fica claro que algumas qualificações eram exigidas para tal função, vejamos: homens de boa reputação, cheios do Espírito Santo e de sabedoria.
Com o surgimento de novos obreiros a lista de qualificações foi aumentando como vemos nas narrativas de II Timóteo e Tito. Paulo inicia o capítulo 3 da 1ª missiva a Timóteo expressando “...se alguém deseja – desejar intensamente (oregw) o episcopado, almeja uma nobre função”. Depois desta nota, ele enumera algumas características que são imprescindíveis na vida de um obreiro, seja ele um Auxiliar, um Cooperador, um Diácono, Presbítero, Evangelista ou Pastor. Se um homem por si mesmo tem uma honra a defender.Imaginemos como deve ser a conduta de um homem chamado por Deus para uma das mais sublime missão. A ênfase paulina recai sobre o caráter e sobre as qualificações morais e intelectuais daqueles nomeados para o ofício.
Quero apenas ressaltar três delas para que venhamos meditar sobre a nossa função.
            Deve ser apto para ensinar (didaktikos) – O termo aqui mostra que os bispos devem ter mais que mero interesse pelo ensino. Significa qualificação e disposição para ensinar, ou seja alguém que seja mestre. Paulo chega até mesmo a dizer: “. . .se é ensinar, que haja dedicação no ensino” (Rm 12:7). É necessário ter um aprimoramento na compreensão sobre as realidades que envolvem as Sagradas Escrituras.
Não deve ser avarento ou correr atrás de bens materiais – imoralidade e desonestidade no uso do dinheiro, inclusive dinheiro da Igreja. O termo no original empregado aqui é “aphilarguros” que traz a idéia de amante do dinheiro. Este termo só aparece em dois lugares nas escrituras. O obreiro deve receber seu salário, mas não usar  a função e o ofício para se enriquecer, este não deve ser o alvo do trabalho.
Deve ser um bom administrador de sua família – O vocábulo grego traz a idéia de ser o cabeça, conduzir e gerir. O pastor deve saber que seu lar é a sua primeira responsabilidade. Seus filhos devem obedecê-lo e respeitá-lo. Um certo pastor pode dizer: “O ministério não é um lugar para um homem cuja vida é uma eterna confusão de planos inacabados e atividades desorganizadas”. Paulo chega até mesmo dizer que se alguém não cuida da própria casa, como cuidará da Igreja de Deus. . .
Estas são apenas três requisitos para um vocacionado. . .fico me perguntando se os líderes atuais passariam nestas três peneiras. . .que Deus nos ajude a entender que fomos chamados para ensinar. . .que o nossa motivação no exercício do ministério não é o dinheiro e sim o amor e que a nossa família deve ser priorizada. . .

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