A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sábado, 6 de agosto de 2011

Reflexões sobre o Tempo e a Vida

Lendo alguns textos da Bíblia, deparei-me com uma pergunta, a qual me inquietou muito. De que fazeis o vosso passatempo? Esta pergunta foi dirigida à nação de Israel na época do profeta Isaías, nos idos de 700 aC. Época esta marcada pela inversão de valores, pela fragmentação da família, por busca de prazeres e inexistência de absolutos.
Baseados em tais pressupostos vejo o quanto a nossa época apresenta semelhanças com a respectiva história de Israel. Hoje, poderíamos usar nomes técnicos como relativismos, hedonismo, divórcios (hoje mesmo, olhando o Jornal de Brasília, a reportagem da capa apresenta que nestes 1º semestre de 2011 o índice de divórcio subiu 24% comparado ao mesmo período de 2010) e muitos outros termos da hipermodernidade.
O capitalismo e o materialismo colocou um ritmo frenético na vida das pessoas, impedindo assim que elas encontre tempo para si mesmo. Se não temos tempo para nós, logo não criticamos as informações que nos são passadas, não nos divertimos, não temos tempo em família.
Nesta aldeia global marcada pelos “smartphones”, vemos as pessoas juntas nos bares e restaurantes e cada uma conectada à sua rede se alimentando de trivialidades, vivendo muito mais aquilo que é virtual do que o que é real.
O homem mais sábio e escritor de Eclesiastes falou sobre as futilidades da vida e nos mostrou sobre a celeridade do tempo ao dizer: “O que é já foi, o que há de ser também já passou e Deus pede conta do que passou”. Infelizmente, não estamos vivendo o tempo, e sim, ele é que nos suga todos os segundos. Parafraseando o que Jesus disse: “o homem não foi feito para o sábado (tempo) e sim o sábado (tempo) que foi feito para o homem”.
Paulo, um dos maiores teólogos do primeiro século da era cristã, exorta-nos a aproveitar bem as oportunidades pos os dias são maus.
É impressionante como somos péssimos administradores de nosso tempo, e isto reverbera em várias esferas de nossa existência. Esquecemo-nos que nesta fração de segundo chamada tempo vamos escrevendo a nossa história de fracasso, de derrota, de escolhas e de realizações ou insucesso.
Alguns perdem as maiores oportunidades da vida pois vivem adiando as escolhas e compromissos por coisas ínfimas; outros vivem a vida sem se preocupar com a história que está escrevendo; outros ainda se encotram preso no passado e é incapaz de encontrar forças para alinhas metas e ser mordomo do próprio tempo.
Fico espantado como que o homem consegue ir à lua e dominar a tecnologia e não sabe lhe dar com a sua existência.
É hora de acordar de nosso conformismo social e deste torpor consumista e investirmos mais tempo em nossa vida, em nossa família e em nosso relacionamento com Deus. Como disse Lipovestsky: “Quanto mais o homem ignorar a sua dimensão espiritual e humana, experimentará o caos existencial”.

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