A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

domingo, 15 de janeiro de 2012

Reflexões sobre a Educação Teológica no Brasil

            Fazendo uma retrospectiva sobre a Educação Teológica no Brasil, fico maravilhado pela aceitação e o crescimento em várias regiões e ramificações evangélicas. Digo aceitação, pois no passado a educação, mormente a teológica era visto como profanação, algo que pudesse abalar a fé dos fiéis e comprometer a sã doutrina. Quanto ao crescimento, vejo como positivo, mas me preocupo, pois está faltando em muitos núcleos educandários à devida qualidade na formação do ser de uma maneira holística.
O termo Educação, do latim “educere”, significa extrair, tirar, desenvolver, que consiste essencialmente na formação do caráter do homem. Se a educação pretende desenvolver o caráter, penso que na teológica precisamos gerar o caráter de Deus na vida do teologando e não conhecimento engessado e feito em laboratórios para atender esta ou aquela necessidade. Precisamos conhecer mais de Deus e menos de instituição religiosa. O profeta Oséias vaticinou em uma época de densas trevas: “Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor”. Urge que tenhamos um conhecimento mais bíblico e cristocêntrico e não antropológico e místico.
Nesta década que milito como docente na área teológica tenho visto o quanto muitas pessoas estão mais preocupadas com diplomas do que com conhecimento e com a responsabilidade de ser mostrar a Deus como varão aprovado e que maneja bem a Palavra da Verdade. A teologia como defendia os “Pais da Igreja” trabalhava com a verdade. Infelizmente existem muitos professores e escolas abrindo mão de trabalhar com a verdade para atender as demandas de uma sociedade pluralista, capitalista e hedonista.
Às vezes, em minhas ilações, me pergunto: Que Teologia Paulo ensinaria? Será que ele seria aceito e muitas escolas ou pregaria em convenções? Como ele se comportaria ao participar de um show gospel com pessoas assobiando e tirando foto durante um culto? Qual seria a reação dele ao ver pessoas sendo consagradas para serem cabos eleitorais? Como ele reagiria ao ver líderes fazendo da igreja um negócio, onde é um cabide de emprego da família e só assumem campos aqueles que são coniventes com tais práticas? O que ele diria deste casamento que vemos hoje da igreja com a política, onde muitas festas religiosas são patrocinadas com dinheiro público?
Estas e outras perguntas me consomem, pois acredito que Deus instituiu a igreja com seus respectivos líderes e liderados para uma tarefa bem mais sublime. Paulo ensinava uma teologia que se ratificava com demonstração de poder e salvação dos perdidos. . .ensinava a verdade que confrontava os ouvintes com suas práticas diárias. . .ensinava que o caráter estava acima de qualquer carisma ou dom. . .pregava que a vocação é divina e que o ministério não é um negocio. . .pregava Cristo onde Ele ainda não havia sido anunciado. . .enfatizava que a razão de existir de uma igreja é o cumprimento da grande comissão. . .
Este artigo é apenas um aperitivo para que venhamos repensar sobre o que está sendo ensinado em nossas escolas e em nossos templos, pois apesar do crescimento do estudo teológico a igreja vive uma crise de identidade. . .
Que Deus nos ajude a voltar para a verdade. . .

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