A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sexta-feira, 8 de maio de 2015


Deserto – A Pedagogia Divina


            Olhando algumas passagens da Bíblia sobre o Deserto, vejo o quanto Deus gosta deste lugar para forjar pessoas para uma grande obra. Vejamos que Moisés viveu 40 anos sendo preparado para liderar um povo; Paulo passou pelo Deserto da Arábia para se tornar o grande apóstolo de Cristo. O que dizer de Elias que passou pelo Ribeiro de Querite?
Por que um lugar tão inóspito, adverso, de temperaturas elevadas, cheio de animais peçonhentos é o lugar predileto de Deus preparar obreiros de valor. Abraham Lincoln pode dizer que a pedagogia de Deus dói, mas funciona.
Vamos pegar primeiramente o profeta Elias que fez proezas em Israel em nome de Deus; quando Deus o manda para o Ribeiro de Querite, Deus tinha propósitos. A Palavra Querite significa “cortar na forma correta”, ou seja, tirar as arestas. Neste ribeiro o profeta estava sozinho e passou necessidade sendo alimentado através de corvos que levavam comida. A moral da história é que precisamos confiar que temos um Deus provedor e que usa as coisas e seres mais improváveis para o nosso sustento.
A grande lição aqui é que antes de fazer fogo cair do céu e matar profetas de Baal, antes de mostrar a Israel o verdadeiro Deus, antes de ungir seu sucessor Elizeu é necessário ter um Querite em nossa vida, um lugar que mude o nosso caráter para que venhamos ser verdadeiramente homens de Deus. Aqui é o lugar de nos preparar para uma obra ainda maior. O nosso ministério será reconhecido e marcado pelo deserto que passamos.
Na história de Moisés, é interessante notar que mesmo depois de 40 anos no Egito, Deus ainda prepara Moisés por mais 40 anos no Deserto cuidando de ovelhas quando um belo dia é traído por uma sarça que ardia em fogo e não se consumia. Duas coisas acontecem quando estamos no deserto da provação; uma é entender a nossa dependência de Deus e a outra e ter as maiores revelações de nosso ministério. Moisés naquele deserto de Midiã teve uma experiência que mudou a sua vida para sempre. Aquela experiência transformou Moisés criador de rebanhos em um grande líder e de um assassino em um grande libertador.
Infelizmente vivemos em uma época em que as pessoas não querem se submeter à pedagogia divina, e por isso vivenciamos tanta escassez de visão na liderança, falta de experiências genuinamente bíblicas. Existem revelações que se encontram na solidão do deserto, diante de animais peçonhentos e nas situações mais adversas de nossa vida.
Paulo, o grande apóstolo dos gentios, um dos homens de maior proeminência no Novo Testamento teve o grande deserto da Arábia em sua vida. O que destaco deste deserto é o anonimato. Imagine naquela época o maior perseguidor dos cristãos Saulo, agora era crente e pregava o evangelho. Neste momento Deus o leva para o deserto para trabalhar em sua vida. Vivemos a época das celebridades e dos grandes artistas “gospel”, onde a fama e o sucesso estão acima de tudo e muitos ainda ostentam a “ex” vida de sucesso do mundo. Algumas coisas são visíveis na conversão de Saulo; primeiro cai do cavalo e depois fica cego. Depois Deus tira Paulo dos holofotes e o leva para o anonimato do deserto.
O Pr. Claudionor de Andrade proferiu certa vez que “a fama esculpe ídolos, mas a unção forja profetas”. Este foi o grande diferencial na vida de Paulo, foi forjado por Deus no Deserto para ser um missionário que fundou várias igrejas, delegou autoridade a presbíteros e escreveu várias epístolas objetivando fortalecer e edificar as igrejas no Evangelho.
Diante do exposto, vemos que os homens que fizeram a diferença em seu tempo foram homens que viveram e experimentaram o deserto em sua vida. O deserto ainda continua sendo o lugar predileto de Deus para forjar obreiros para sua seara. Que venhamos conhecer a pedagogia de Deus – O Deserto.

 

 

 

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