Deserto
– A Pedagogia Divina
Olhando
algumas passagens da Bíblia sobre o Deserto, vejo o quanto Deus gosta deste
lugar para forjar pessoas para uma grande obra. Vejamos que Moisés viveu 40
anos sendo preparado para liderar um povo; Paulo passou pelo Deserto da Arábia
para se tornar o grande apóstolo de Cristo. O que dizer de Elias que passou
pelo Ribeiro de Querite?
Por que um lugar tão
inóspito, adverso, de temperaturas elevadas, cheio de animais peçonhentos é o
lugar predileto de Deus preparar obreiros de valor. Abraham Lincoln pode dizer
que a pedagogia de Deus dói, mas funciona.
Vamos pegar
primeiramente o profeta Elias que fez proezas em Israel em nome de Deus; quando
Deus o manda para o Ribeiro de Querite, Deus tinha propósitos. A Palavra
Querite significa “cortar na forma correta”, ou seja, tirar as arestas. Neste
ribeiro o profeta estava sozinho e passou necessidade sendo alimentado através de
corvos que levavam comida. A moral da história é que precisamos confiar que
temos um Deus provedor e que usa as coisas e seres mais improváveis para o
nosso sustento.
A grande lição aqui é
que antes de fazer fogo cair do céu e matar profetas de Baal, antes de mostrar
a Israel o verdadeiro Deus, antes de ungir seu sucessor Elizeu é necessário ter
um Querite em nossa vida, um lugar que mude o nosso caráter para que venhamos
ser verdadeiramente homens de Deus. Aqui é o lugar de nos preparar para uma
obra ainda maior. O nosso ministério será reconhecido e marcado pelo deserto
que passamos.
Na história de Moisés,
é interessante notar que mesmo depois de 40 anos no Egito, Deus ainda prepara
Moisés por mais 40 anos no Deserto cuidando de ovelhas quando um belo dia é
traído por uma sarça que ardia em fogo e não se consumia. Duas coisas acontecem
quando estamos no deserto da provação; uma é entender a nossa dependência de
Deus e a outra e ter as maiores revelações de nosso ministério. Moisés naquele
deserto de Midiã teve uma experiência que mudou a sua vida para sempre. Aquela experiência
transformou Moisés criador de rebanhos em um grande líder e de um assassino em
um grande libertador.
Infelizmente vivemos em
uma época em que as pessoas não querem se submeter à pedagogia divina, e por
isso vivenciamos tanta escassez de visão na liderança, falta de experiências
genuinamente bíblicas. Existem revelações que se encontram na solidão do
deserto, diante de animais peçonhentos e nas situações mais adversas de nossa
vida.
Paulo, o grande apóstolo
dos gentios, um dos homens de maior proeminência no Novo Testamento teve o
grande deserto da Arábia em sua vida. O que destaco deste deserto é o
anonimato. Imagine naquela época o maior perseguidor dos cristãos Saulo, agora
era crente e pregava o evangelho. Neste momento Deus o leva para o deserto para
trabalhar em sua vida. Vivemos a época das celebridades e dos grandes artistas “gospel”,
onde a fama e o sucesso estão acima de tudo e muitos ainda ostentam a “ex” vida
de sucesso do mundo. Algumas coisas são visíveis na conversão de Saulo;
primeiro cai do cavalo e depois fica cego. Depois Deus tira Paulo dos holofotes
e o leva para o anonimato do deserto.
O Pr. Claudionor de
Andrade proferiu certa vez que “a fama esculpe ídolos, mas a unção forja
profetas”. Este foi o grande diferencial na vida de Paulo, foi forjado por Deus
no Deserto para ser um missionário que fundou várias igrejas, delegou
autoridade a presbíteros e escreveu várias epístolas objetivando fortalecer e
edificar as igrejas no Evangelho.
Diante do exposto,
vemos que os homens que fizeram a diferença em seu tempo foram homens que
viveram e experimentaram o deserto em sua vida. O deserto ainda continua sendo
o lugar predileto de Deus para forjar obreiros para sua seara. Que venhamos
conhecer a pedagogia de Deus – O Deserto.
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