A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

Oferta da Viúva Pobre

Vivemos em uma época marcada pelo materialismo, tempo em que as pessoas correm em busca do ter; sociedade caracterizada pelo consumismo. As pessoas compram não pela falta que tem, mas sim para satisfazer um desejo fútil gerado pelas milhares de propagandas lançadas pela mídia a cada instante. É lamentável saber que, de maneira indireta, isto tem chegado nos arraiais evangélicos. Olhamos para nossas igrejas e vemos que a generosidade tem estado em extinção. As pessoas não contribuem para a obra missionária como deveriam contribuir. Estatísticas nos mostram que o povo que se diz evangélico, gasta mais dinheiro com chicletes, refrigerantes e balas do que com missões.
Diante deste panorama, faz se jus uma reflexão de um texto bíblico que se encontra em Lucas 21:1-4, que tem como título: “A Oferta da viúva Pobre”.
Alguns momentos foram marcantes durante o ministério do Mestre amado, mormente na semana que antecederia à sua crucificação. Ao observar as pessoas depositando suas ofertas, viu também uma viúva pobre colocar duas pequeninas moedas de cobre. Duas moedas, equivalem ao “lepton”, a maior moeda judaica em circulação naquela época, feita de cobre e bronze, e que pouco valia. O lepton tinha cerca de 2% do valor de um denário.  Segundo alguns estudiosos, o valor das duas moedas correspondia a R$ 0,50 (Cinqüenta centavos). Na opinião de Jesus esta viúva pobre colocou mais que todos os outros. Todos esses deram do que lhes sobrava; mas ela da sua pobreza, deu tudo o que possuía para viver. Vemos que a generosidade de uma mulher em uma sociedade machista e farisaica, com o pouco que possuía, faz dela um vívido contraste com a ganância dos fariseus. O importante para Jesus não é a quantia da oferta, mas o compromisso e o sacrifício que isso representa para nós.
Outro fator a ser considerado é a declaração que o texto faz em relação à mulher. Ela era pobre. A palavra pobre se deriva de um vocábulo raro, “penes”, cognato do verbo “penomai”, que significa trabalhar para ganhar a vida. Apesar da mulher ser pobre, tendo de trabalhar para poder sobreviver, não estava reduzida à situação de mendicância. Com tanta labuta para poder viver e se auto sustentar, esta mulher não mediu esforços para lançar no gazofilácio algo que pudesse ajudar na manutenção do mesmo.
Vários anos depois, a história se repete. Na cidade capixaba de Ecoporanga – ES, a irmã Maria Motta da Silva, de 76 anos, na iminência de sua morte e sem ter herdeiros, deixou um Testamento registrado em cartório da referida cidade datado em 09 de maio de 2005 que, em caso de falecimento, os seus bens materiais fossem doados para o Departamento de Missões, e o mesmo pudesse doá-los a alguns missionários que estão no campo. Até mesmo nas proximidades da morte, a maior preocupação desta mulher era que alguém pudesse ser abençoado com seus bens que ficariam aqui. Que venhamos meditar no que Paulo disse: “Nada trouxemos a este mundo, e é manifesto que nada levaremos dele”. A referida irmã já descansa no Senhor, mas o que ela deixou já foi doado pelos missionários.
            É lamentável contemplarmos pessoas evangélicas que gastam dinheiro com animais de estimação, roupas de marcas, cosméticos e produtos de beleza de maneira exarcebada e não conseguem investir nada no reino de Deus. Na opinião de um missiólogo, os cristãos estão dando para missões, menos do que o valor de uma coca-cola diária. Como podemos dizer que amamos a obra missionária, se Missões é o nosso menor investimento. Um missionário para o mundo muçulmano custa cerca de 10 mil dólares, eles investem, pois querem que o mundo todo se converta ao Islã.
            Precisamos acordar deste torpor que estamos vivendo e começarmos mais a amar a causa do Mestre Amado, honrá-lo como as primícias de nossa fazenda e usar aquilo que ele nos confiou para a expansão de seu reino aqui na terra.
É somente quando as nossas dádivas nos custam alguma coisa que podemos ufanar-nos de nossa generosidade. A “dor” não-sacrificial tende por ser feita como espetáculo e dever, e deixa mau gosto em nossas bocas, bem como depressão em nossos corações.
Poder, podemos! A questão é se vamos ou não deixar Deus nos usar?

Um comentário:

  1. Pastor, gostei de seu texto. É um texto bom e muito interessante http://tifsa.com.br/.

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