A Teologia nossa de cada Dia - Reflexões sobre os valores do Reino em uma sociedade dita pós-moderna.

sexta-feira, 10 de abril de 2015


Procura-se Trabalhadores para a Ceifa. . .

            Esta tem sido a urgência de nosso tempo. Urgência de ceifeiros. Jesus, em seus sermões salientou para que rogássemos ao Senhor da seara para enviar trabalhadores para a ceifa (Lc 10:2). Em outra passagem, exortou aos discípulos a levantar os olhos, pois os campos estavam brancos para a Ceifa (Jo 4:35).
            Durante o ministério de Ezequiel, o profeta nos mostra que Deus procurou alguém que estivesse na brecha, e a ninguém achou (Ez 22:30). Em nossos dias, a história se repete, de modo que estamos com falta de trabalhadores na obra. Vemos convenções repletas de “obreiros”, púlpitos onde pastores fazem rodízio para se assentar, no entanto estamos com uma falta imensa de obreiros. Como justificar este grande paradoxo?
            Esta urgência de trabalhadores se deve ao fato de vivermos um período dominado pelo sucesso e não pelo triunfo ministerial. Hoje, ministério bem-sucedido se caracteriza por agenda cheia, estabilidade financeira e prosperidade material. Nesta “obsessão santa” pelo sucesso, as pessoas abrem mão de valores éticos e morais e passam a viver numa ilusão de que estão trabalhando na seara do mestre. Quem trabalha para Deus busca glória para Deus e não pra si mesmo (Jo 3:30); divulga Jesus e não seu ministério (II Co 10:12); visa almas e não fama e sua motivação em fazer a obra é os céus e não o enriquecimento (I Pe 5:2). Paulo, o incansável arauto da igreja primitiva, é um dos exemplos clássicos de triunfo ministerial, vejamos: “recebi dos judeus cinco quarentenas de açoites menos uma. Três vezes fui açoitado com varas, uma vez fui apedrejado, três vezes sofri naufrágio, uma noite e um dia passei no abismo (II Co 11:24-25). O Rev. Hernandes Lopes disse que as pessoas amam a obra, mas não o seu dono. Que nossas motivações venham ser alinhadas de acordo com a Palavra de Deus.
            Esta urgência de obreiros está no fato de termos muitos que estão apenas envolvidos com a obra e não comprometidos. Encontramos em várias esferas, pessoas que acostumaram a fazer determinadas coisas, mas que infelizmente perderam a motivação inicial, vivendo quase que no piloto automático. Os envolvidos vão à igreja, mas não adoram e nem prestam culto, os envolvidos amam a teoria, mas não a práxis cristã. Vivemos a época da pregação mecânica. O comprometimento vem quando amamos Deus acima de todas as coisas, quando os sonhos de Deus se tornam o nosso sonho e quando aceitamos sem ressalvas a vontade de Deus em nossa vida. Os envolvidos acabam caindo em um ativismo religioso como a igreja de Éfeso que fazia de tudo, mas não tinha a motivação que era o amor. A Igreja de Éfeso sofria as tribulações, testavam os apóstolos, no entanto, foi tenazmente repreendida por Jesus, pois faltava amor. Em nossos dias contemplamos esta síndrome destruindo as pessoas, fazem por que são obrigadas ou alguém está vendo. Nossa necessidade é de obreiros servos e fiéis que se deixam gastar pela obra do mestre.
            Esta urgência de obreiros está no fato de termos muitos que amam o título e não o desempenho da função. A Bíblia nos fala que foi Deus que escolheu uns para Evangelistas, Apóstolos, Profetas, Pastores e Mestres para a edificação do Corpo de Cristo. Cada um destes títulos traz uma grande missão a desenvolver, mas infelizmente em nossos dias existe muito mais uma hierarquia ministerial do que funções diversas dentro do ministério. Lembremo-nos do apóstolo Paulo em sua missiva à igreja de Corinto dizendo: “ora, há diversidade de ministérios, mas é o Senhor que opera”. Estamos com falta de servos fiéis que cumpram com excelência seu ministério. Estevão foi um diácono que serviu a Jesus ratificando com seu sangue todo ardor ministerial aos ser o primeiro mártir da igreja primitiva; Felipe foi um evangelista que ouvia a voz de Deus a ponto de sair de uma metrópole e ir ao caminho deserto por causa de uma alma que necessitava ouvir o evangelho. João, o apóstolo do amor foi parar na Ilha de Patmos por ser fiel à palavra do Senhor. Paulo era um missionário, pastor e mestre que incansavelmente batalhou pela excelência do ministério confiado a ele.
            Estamos com falta destes obreiros, obreiros que gastam e se deixam gastar na obra do mestre... obreiros que pregam todo o designo de Deus... obreiros que conheçam o valor de uma alma... obreiros que entendem a urgência da obra... obreiros que tenham olhos e ouvidos abertos... obreiros cujo coração sejam inflamados pela vocação e não pelo tilintar das moedas... obreiros que amem a Deus acima de todas as coisas...
            Roguemos sim a Deus, para que envie estes obreiros para sua Seara!

Um comentário:

  1. Pastor, li e gostei do artigo, pois trás a tona uma triste realidade que a tona"Igreja" tem presenciado nos nossos dias. Oxalá quando cedamos à tentação de mercantilizar evangelho de Cristo, e ao invés disto devemos, assim como o mestre Jesus, "expulsar" os mercadores que tendem a mudar a essência do evangelhos .
    Outra vez, parabéns pelo artigo!

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